O que leva alguém a comercializar seres humanos e praticar uma ação que repulsa o coração de Deus e do povo? Tudo por dinheiro! É isso. A sede de lucro cega a gente. Perdemos o juízo, o amor, o respeito e nos tornamos insensíveis diante de quem quer que seja.
A história do Brasil ficou comprometida, fadada ao atraso, pelo longo período de escravidão. Mesmo abolida a escravidão, os afro-descendentes foram instrumentalizados como mão de obra barata. Sem amparo dos governos, sucessivamente, lhes foram negados e dificultados o acesso aos direitos humanos, ou seja, aos bens de consumo, ao desenvolvimento, aos direitos elementares de educação e saúde, à formação profissional, à moradia digna, enfim, aos meios que garantam uma sobrevivência digna.
O tráfico de pessoas é versão atualizada da escravidão. Existe o tráfico para explorar a mão de obra barata, chamada de trabalho escravo ou forçado. Há o expediente da exploração sexual até de crianças e adolescentes, além das profissionais do sexo. Traficam-se pessoas sadias, sobretudo menores, para a extração de órgãos, vendidos a preço de ouro.
SAIBA MAIS
|
Nesses e em outros tipos de tráfico, há um traço comum, característico do crime organizado, com estruturas sofisticadas e com ampla
rede de gente envolvida, de aparência insuspeita, facilitando as transações mercantis. Há planos e rotas muito bem traçadas, acobertando o crime, incluindo trambiques e chantagens para driblar a Lei. A oferta para “trabalhar fora e boa remuneração” são armadilhas irresistíveis de aliciamento e coação.
As vítimas são pessoas em situações de vulnerabilidade social. Cabe-nos dar a presença solidária, esclarecedora, serviçal, através das atividades básicas da nossa Pastoral da Criança. Há tempo nós conhecemos situações iguais ou piores! Importa-nos fortalecer os vínculos familiares junto às gestantes, mães, crianças, tentando evitar que as famílias empobrecidas embarquem nessa enganação!