Mortalidade infantil cai 61% em 20 anos. Apesar da queda, País continua na 90ª posição do ranking, atrás de Chile, Argentina e China

 


A taxa de mortalidade infantil no Brasil caiu 61,7% nas últimas duas décadas, revela estudo divulgado na revista The Lancet. Embora tenha subido nove posições no ranking internacional, o País ainda permanece na 90.ª posição, com índices bem mais altos que os registrados em países desenvolvidos. Os piores indicadores estão nas Regiões Norte e Nordeste.

As mortes de crianças entre 0 e 5 anos no Brasil passaram de 52 por mil nascimentos em 1990 para 19,8 por mil em 2010. A taxa anual de redução entre 1970 e 2010 foi de 4,8%, apontou o estudo. Se continuar nesse caminho, o País tem chance de atingir antes de 2015 uma das metas do milênio: reduzir em dois terços a mortalidade infantil.

Para Marcia Furquim de Almeida, professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, a melhora dos índices brasileiros é explicada pela expansão da assistência médica e pela interiorização da atenção básica promovida pelo Programa de Saúde da Família. Ela destaca ainda a redução da desnutrição e das doenças infecciosas. "Os principais gargalos do País são as Regiões Norte e Nordeste, onde estão os piores índices", avalia.

"Nós, do Ministério da Saúde, e as organizações internacionais que nos monitoram temos convicção de que vamos cumprir a meta até no máximo 2013", diz Adson França, assessor do ministro José Gomes Temporão. Para isso, diz ele, foi firmado um pacto entre o governo federal e os governos estaduais e municipais das Regiões Nordeste e da Amazônia Legal.

"Elegemos 256 municípios dessas regiões como prioridade, pois neles se concentram 50% das mortes", conta França. Entre as estratégias para combater o problema estão a ampliação dos bancos de leite materno, a criação de novos leitos de UTI neonatal e a capacitação de médicos para o acompanhamento da gestação e do parto.

Apesar do avanço, o Brasil ainda está bem atrás de países europeus como Islândia e Suécia, onde a taxa de mortalidade infantil é menor que 3 por mil nascimentos. Também perdemos na comparação com outros países em desenvolvimento, como Chile (6,48 por mil), Argentina (12,8 por mil), China (15,4 por mil) e México (16,5 por mil).
 
Fonte: Karina Toledo - O Estado de S.Paulo – Vida – 25/05/2010 – Pág. A18

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