1739 entrevista dia nacional da parteira

Foto: Eduardo Queiroga, para dossiê 'Parteiras Tradicionais do Brasil' (Iphan/UFPE)

O Brasil é o segundo país do mundo com o maior número de casos de hanseníase, atrás apenas da Índia, o que acende o alerta sobre a importância de ficar atento aos sintomas e procurar ajuda médica o quanto antes. Entre os estados com a maior incidência da doença estão Mato Grosso, Maranhão, Pará, Piauí, Amazonas e Bahia.

A hanseníase tem cura e o tratamento é simples, principalmente quando diagnosticada precocemente. Mesmo assim, o preconceito ou a falta de conhecimento fazem com que muita gente deixe de procurar o serviço de saúde, o que pode causar o agravamento do quadro e a transmissão para pessoas próximas.

Sintomas

Os principais sintomas da Hanseníase são:

  • dormências;
  • dor nos nervos dos braços, mãos, pernas e pés;
  • presença de lesões de pele, como caroços e placas pelo corpo, com alteração da sensibilidade;
  • diminuição da força muscular.

Tratamento

Todos os casos têm tratamento e cura. O tratamento é feito com o uso de três antibióticos. O paciente pode ser tratado de graça no Sistema Único de Saúde (SUS).

Transmissão

A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase na forma infectante e sem tratamento elimina o bacilo para o meio exterior, através do espirro ou tosse, infectando outras pessoas. A transmissão não se dá por meio de objetos. O paciente que faz o tratamento corretamente deixa de transmitir a doença.

Assista ao vídeo Hanseníase em 2 minutos, do Canal do Instituto Oswaldo Cruz.

 

1740 entrevistado dia nacional de combate e prevencao da hanseniase

Gean Souza Soares, Enfermeiro da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.

Sobre o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, confira, a seguir, a entrevista da semana, extraída do Programa de rádio Viva a Vida, da Pastoral da Criança.

ENTREVISTA COM: Gean Souza Soares, Enfermeiro da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.

Gean, o que é a hanseníase?
GEAN:

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, antigamente também conhecida como lepra, mas hoje é conhecida como hanseníase causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Ela afeta principalmente a pele, os nervos periféricos, as vias respiratórias superiores e os olhos. A hanseníase é caracterizada por manchas na pele que podem ser mais claras ou avermelhadas ou amarronzadas, com perda de sensibilidade. A infecção pode causar lesões em nervos periféricos, resultando em fraqueza muscular e até mesmo deformidades permanentes.

Mulheres grávidas e crianças podem contrair hanseníase?
GEAN:

Sim, mulheres grávidas e crianças podem contrair a doença, embora a transmissão para o bebê durante a gestação seja rara. A infecção ocorre principalmente por contato prolongado de uma pessoa infectada para outra que não está infectada, mas a pessoa que está em tratamento que não transmite a doença. Embora a hanseníase não seja considerada uma doença genética, o sistema imunológico das crianças pode ser mais vulnerável à infecção, o que aumenta a possibilidade de contrair a doença. Em relação às mulheres grávidas, o tratamento com poliquimioterapia é seguro e recomendado, e não representa risco para a saúde do bebê durante a gestação.

Quais são os desafios atuais no controle da hanseníase?
GEAN:

Os principais desafios no controle da hanseníase incluem o diagnóstico tardio, o estigma social e a subnotificação de casos. Muitas pessoas ainda demoram a procurar tratamento devido ao medo e preconceito associados à doença, o que leva a complicações e sequelas permanentes. A falta de acesso a serviços de saúde em áreas rurais e remotas também contribui para o diagnóstico tardio. Para superar esses desafios, é necessário ampliar as campanhas de conscientização, melhorar o acesso ao diagnóstico e tratamento e, principalmente, combater o preconceito que envolve a doença.

Como a sociedade pode colaborar no combate à hanseníase?
GEAN:

A sociedade pode colaborar no combate à hanseníase promovendo a conscientização e combatendo o estigma e o preconceito que ainda cercam a doença. As pessoas podem incentivar a busca por tratamento médico e apoiar familiares e amigos que sejam diagnosticados com a doença. Além disso, a sociedade deve pressionar por políticas públicas, que garantam acesso a serviços de saúde de qualidade em todas as regiões do país, especialmente nas áreas rurais e mais vulneráveis.


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Viviane Medeiro da Silva, Coordenadora Regional da Pastoral Criança do estado do Piauí.

(TESTEMUNHO) Viviane Medeiro da Silva, Coordenadora Regional da Pastoral Criança do estado do Piauí.

Viviane, que orientações vocês passam para as famílias sobre a prevenção e o combate à hanseníase?
VIVIANE:

Os líderes da Pastoral da Criança procuram conversar com as famílias sobre a hanseníase, os sintomas e, principalmente, sobre a importância de fazer os exames e de buscar o tratamento. Nós falamos na comunidade, nas Rodas de Conversa, e mostramos todo nosso apoio e incentivo para que a pessoa faça o tratamento até o fim, para ficar curado..

 

 

Programa de rádio Viva a Vida 1740 – 27/01/2024 – Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase

Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

Leia a entrevista na íntegra

1740 – 27/01/2024 – Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase

 

E SDG Icons NoText 033º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

“Garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”

3.3 Até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras doenças transmissíveis

 

Dra. Zilda

“A paz começa dentro de cada pessoa e é transmitida aos outros”.

Papa Francisco

“O que deve nos preocupar, hoje mais do que nunca, é que não só a doença pode ser esquecida, mas também as pessoas”. “Vocês são como o Bom Samaritano que se debruça para curar os mais fracos e restituir-lhes seus direitos negados e a dignidade”.