Mitos da gestanteA gestação ainda hoje é um período carregado de lendas, mitos e queixas. Devido a um passado histórico no âmbito da saúde, sem muita assistência médica, tudo o que envolvia a gestação foi acumulando, ao longo do tempo, saberes populares e "soluções" caseiras que foram sendo repassados e reforçados geração após geração. Uma boa parte do fortalecimento de alguns conceitos errôneos se devia à falta de informação segura, que não chegava até as comunidades, mas também era, e ainda é, provocado pelo alto fator de influência a que as gestantes ficam expostas, pelas inseguranças e dúvidas próprias da gestação.

As queixas das gestantes devem sempre ser levadas em consideração. Nesses casos, a gestante deve ser encaminhada ao serviço de saúde. Não importa a intensidade do sintoma, a gestante deve ser avaliada pelo médico para saber se uma simples queixa já não é o início de algo mais grave. Quanto aos mitos, a realidade demonstra que só é possível superá-los com informação e conscientização, não só da gestante, mas também de seu entorno, pois os mitos são repassados geralmente no ambiente familiar.

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida
1225 - Mitos/queixas da gestante - 23/03/2015


Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

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“A gestante deve se alimentar de três em três horas e não ficar com o estômago vazio por muito tempo”, orienta a enfermeira Regina.

Quando se fala em gravidez, quase todo mundo tem uma orientação para a gestante: alguns falam que se a barriga da gestante estiver pontuda o bebê é menino, se a barriga é arredondada é menina; se a grávida tem muita azia é porque o bebê vai ser cabeludo, e assim por diante. Fala-se também que a mulher grávida tem que comer por dois e que, se os desejos alimentares da gestante não forem atendidos, a criança pode nascer com algum sinal ou problema. A enfermeira da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança, Regina Reinaldin, esclarece o que é verdade e o que é mito em tudo isso.

Regina, toda gestante no início da gravidez tem muito enjoo? Há alguma maneira de diminuir as náuseas?

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 Regina Reinaldin - Enfermeira da Pastoral da Criança

Os enjoos na gestação são comuns por influência dos hormônios. Por conta deles, a gestante tem uma diminuição do tempo de esvaziamento do estômago e uma diminuição do movimento do intestino. Por isso, o alimento que ela come vai ficar mais tempo parado no estômago. Ele fermenta e provoca mais náuseas e vômitos. Para diminuir um pouco isso, a gestante deve se alimentar de três em três horas e não ficar com o estômago vazio por muito tempo.

As mulheres que já sofreram aborto têm mais dificuldade para engravidar novamente?

Se ela teve um aborto espontâneo e cuidou do seu útero, fez a curetagem, e não teve nenhuma complicação, aguardando três a quatro meses, ela tem plenas condições de engravidar novamente.

A mudança da lua pode realmente influenciar na hora do parto. Isso é mito ou verdade?

Verdade. Existem vários estudos que mostram que, da mesma maneira que a lua exerce influência sobre marés, ela também exerce influência sobre a bolsa d’água. Por isso, quando há mudanças de lua, temos muito mais bolsas que estouram com facilidade e, consequentemente, mais partos.

Muita gente diz que a gestante tem que comer por dois. Verdade ou mito?

Claro que é um mito. Se a grávida comer por dois, pode acabar engordando muito e, na gestante obesa, aumenta o risco de parto prematuro, óbito do bebê, dificuldade no trabalho de parto, diabetes na gravidez, hipertensão e distúrbios na tireóide; além de contribuir para o aumento do peso do feto, que pode nascer obeso. Para evitar isso, ao longo do dia devem ser feitas de seis a sete refeições balanceadas e bem distribuídas.

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Leia a entrevista na íntegra: 1225 - Entrevista com Regina Reinaldin - Mitos e queixas da gestação (.PDF)