Caro líder: os efeitos nocivos das drogas – as lícitas e as ilícitas - são conhecidos, mas, infelizmente, as campanhas e todos os esforços para levar a população a reduzir o consumo do fumo, do álcool e outras drogas ainda têm sido insuficientes. Gastamos milhões para recuperar as pessoas, quando deveríamos investir mais recursos em prevenção, desde a infância, principalmente no ambiente familiar.
O cigarro e o álcool, apesar de não serem proibidos por lei, são drogas que causam graves problemas para a gestante e o bebê. O cigarro aumenta as chances de abortos espontâneos, nascimentos prematuros e outras complicações. O bebê pode nascer com baixo peso, ter problemas respiratórios, de coração e também pode morrer de uma hora para outra (morte súbita). Além de não fumar, a gestante deve evitar os ambientes poluídos pela fumaça do cigarro.
Apesar da conscientização sobre os males do fumo na gravidez, o número de mulheres fumantes aumentou, especialmente nas camadas mais pobres da população. Por isso, o líder tem papel importante no acompanhamento e orientação às gestantes. O cigarro é um dos elementos que fazem a criança perder peso durante a gestação. Crianças que nascem com baixo peso, menos de 2,5 quilos, têm mais risco de terem doenças na vida adulta, de acordo com o estudo sobre os primeiros 1000 dias – a gestação mais os dois primeiros anos de vida (Hipótese de Barker).
Os estudos de Barker mostram que o período de gestação é importantíssimo não só para o nascimento do bebê, como tem consequências para o resto da vida. Pesquisas comprovam que crianças que nasceram com baixo peso e que tiveram problemas na gestação, são candidatos muito fortes a terem hipertensão arterial, problema de colesterol, diabetes, osteoporose e outras doenças crônicas na idade adulta.
Assim como o fumo, o consumo de álcool ou outras drogas durante a gestação pode ter efeitos negativos no desenvolvimento do bebê. O Caderno do Líder e as cartelas Laços de Amor tratam destas questões e orientam as gestantes para ficarem longe das drogas.
Bebês que são afetados pelo álcool e conseguem sobreviver aos primeiros dias de vida, podem ficar com problemas físicos e mentais. Se a gestante usa drogas como a maconha, cocaína, crack ou outras, pode sofrer aborto ou parto antes do tempo. No bebê, estas drogas podem causar sérios problemas de crescimento, de respiração e também problemas no cérebro e no coração.
Alguns líderes têm relatado dificuldades em lidar com gestantes, principalmente jovens, usuárias de drogas como a cocaína e o crack. Há casos em que jovens grávidas apresentam a sua versão de que estão ótimas, que a gestação segue normal e o consumo de droga acontece apenas de vez em quando, junto ao grupo de amigos. Nestes casos, não basta a gestante reduzir ou deixar o consumo da droga. Ela precisa deixar o grupo e as drogas para investir na saúde do seu filho.
Há situações, entretanto, que apenas o atendimento especializado pode ajudar quando a gestante usuária de droga atinge o nível de dependência química, considerada pela medicina como uma doença igual às outras doenças físicas. É uma doença crônica que atinge a pessoa em todas as suas áreas: física, psíquica e social.
O líder pode buscar informações e atendimento para estes casos nos programas e serviços oferecidos pelos órgãos de saúde de seu município, no Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) e no Ministério da Saúde, através do telefone 0800 61 1997, que esclarece e orienta o público.