Foto: Acervo da Pastoral da Criança
Pelo diálogo, assim como nos lembra o Papa Francisco, é possível "aproximar-se, expressar-se, ouvir-se, olhar-se, conhecer-se, esforçar-se por entender-se, procurar pontos de contato: tudo isto se resume no verbo "dialogar". Para nos encontrarmos e ajudarmos mutuamente, precisamos dialogar, e o diálogo é aprendido e incentivado primeiramente na família. O diálogo entre pais e filhos aproxima, aconselha, previne e resolve desavenças e conflitos; e, contudo, ajuda os filhos a viverem melhor. A Doutora Luana Bressam, Neuropsicóloga e Psicóloga Clínica Infantil de Campo Largo, estado do Paraná, nos dá detalhes sobre a importância do diálogo entre pais e filhos e como estimular este hábito tão importante.
ENTREVISTA COM: Doutora Luana Bressam, Neuropsicóloga e Psicóloga Clínica Infantil de Campo Largo, estado do Paraná.
Doutora Luana Bressam, Neuropsicóloga e Psicóloga Clínica Infantil de Campo Largo, estado do Paraná.
Dra. Luana, qual é a importância do diálogo entre pais e filhos na primeira infância?
A infância é um período muito importante para o desenvolvimento da linguagem, e o diálogo entre os pais e os filhos ajuda muito a criança a aprender as novas palavras, compreender as estruturas das frases e desenvolver habilidades de comunicação. Também promove um vínculo emocional forte entre os pais e os filhos, porque através da comunicação os pais podem expressar o amor, o carinho, o apoio e a compreensão, ajudando a fortalecer o relacionamento familiar. Esse diálogo ensina às crianças habilidades sociais essenciais, como escutar o outro, expressar suas próprias ideias de forma clara e respeitar a opinião das outras pessoas, e tudo isso prepara a criança para interagir de forma mais saudável com os outros ao longo de toda a sua vida.
Quais são as causas que atrapalham o diálogo entre pais e crianças, hoje?
A falta de tempo é um desafio hoje em dia, com os pais muitas vezes preocupados com o trabalho, responsabilidades domésticas e outras obrigações, o que resulta em menos tempo disponível para se dedicar a uma conversa ou diálogo com as crianças. A tecnologia também é um fator preocupante, já que o uso excessivo de celular, tablet e computador pode distrair tanto os pais quanto as crianças. Para superar esses obstáculos, os pais podem se esforçar para dedicar um tempo de qualidade para seus filhos, demonstrando empatia, interesse e respeito pelas opiniões e sentimentos das crianças, além de criar um ambiente acolhedor e aberto ao diálogo.
Toda interação entre pais e filhos acontece através da linguagem, que começa na gestação e cresce com o tempo. O que esperar em cada fase da primeira infância?
Programa de rádio Viva a Vida 1703 - 13/05/2024 - A importância do diálogo entre pais e filhos
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Durante a gestação, os pais podem começar a se comunicar com o bebê por meio da voz e do toque. Após o nascimento, os bebês respondem à voz dos pais e ao contato físico. Durante os primeiros meses, os bebês começam a fazer sons vocais, como os balbucios, e os pais podem responder a esses sons imitando-os, começando a estabelecer uma base para essa comunicação. De 6 a 12 meses, os bebês começam a associar palavras com objetos e a compreender instruções simples. Eles também podem começar a imitar palavras e gestos simples. Dos 12 aos 18 meses, o vocabulário continua a crescer e os bebês começam a formar frases simples. De 18 a 24 meses, os bebês começam a desenvolver uma linguagem mais elaborada, formando frases mais complexas. Dos dois aos três anos, a linguagem continua crescendo rapidamente e os bebês começam a fazer perguntas simples e a participar de conversas mais significativas. Então, durante todas essas fases, é muito importante que os pais forneçam um ambiente rico em linguagem, conversando e lendo para as crianças, respondendo ativamente às tentativas de comunicação da criança. Essas interações ajudarão muito no desenvolvimento da linguagem e no fortalecimento dos vínculos entre pai e filho.
Quais são as formas de desenvolver o diálogo com as crianças desde o ventre materno?
Existem várias estratégias para começarmos a estabelecer uma comunicação com o bebê ainda no útero da mãe. Então, conversar com o bebê. Ele pode perceber os tons e os ritmos da voz. Cantar para o bebê, as canções têm um efeito calmante e podem ajudar muito nessa ligação entre a mãe e o bebê. O bebê pode responder aos toques na barriga da mãe, então fazer carícias na barriga, acariciar a barriga, fazer um carinho, ler um livro para o bebê em voz alta, escolher um livrinho com historinhas simples e ler para esse bebê, mesmo que ele não as entenda, mas criar o hábito da leitura para o bebê. Envolver o pai a participar também desse processo de conversar, de acariciar o bebê ainda na barriga. Então, essas interações podem beneficiar o desenvolvimento emocional e cognitivo do bebê e também os laços familiares.
Como ajudar a criança a lidar com as emoções e a importância do afeto no diálogo?
Quando a criança expressar as emoções, é preciso dar total atenção, fazendo perguntas abertas para entender melhor o que ela está sentindo. Demonstrar compreensão e empatia em relação aos sentimentos que a criança está trazendo. Ajudar a criança a encontrar soluções para lidar com as emoções. Ensinar à criança que é normal sentir emoções, mas também que é importante expressar essas emoções de uma maneira apropriada.
Leia a entrevista na íntegra
1703 - 13/05/2024 - A importância do diálogo entre pais e filhos
4º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Educação de qualidade”.
Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Dra. Zilda
“Em um lar sem brigas, as crianças crescem mais seguras, mais felizes e os adultos se sentem mais apoiados e confiantes no futuro"
Papa Francisco
"A escuta é o ingrediente indispensável para que haja um verdadeiro diálogo. Só depois de ouvir é que vem a palavra."