
O Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro, é mais do que uma data marcada pelo comércio e pelos presentes. É um convite a refletir sobre o cuidado, a proteção e o direito de cada menino e menina a crescer com saúde, alegria e oportunidades de desenvolvimento integral.
Como lembra a especialista em educação infantil Irmã Veroni Medeiros, a infância é uma fase decisiva da vida, em que o afeto, a brincadeira, a convivência familiar e a atenção da comunidade fazem toda a diferença para formar adultos mais preparados e felizes. Celebrar as crianças é também reafirmar o compromisso com seus direitos.
Na mesma data, o Brasil recorda Nossa Senhora Aparecida, Mãe de Jesus e Padroeira do país. Seu exemplo de cuidado, ternura e dedicação inspira famílias e comunidades a acolher e proteger os pequenos, para que todas as crianças tenham vida, e vida em abundância.
Confira a seguir a entrevista completa com Irmã Veroni, que fala sobre os direitos, os desafios e a felicidade das crianças.
Irmã Veroni Medeiros, membro da Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, diretora no Colégio Nossa Senhora da Glória, em Francisco Beltrão, Paraná. A Irmã Veroni é especialista em educação infantil..
ENTREVISTA COM: Irmã Veroni Medeiros, membro da Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, diretora no Colégio Nossa Senhora da Glória, em Francisco Beltrão, Paraná. A Irmã Veroni é especialista em educação infantil.
Qual é o significado da afirmação “A criança é reconhecida como sujeito de direitos”? A senhora poderia explicar um pouco isso?
IRMÃ VERONI: Houve uma época em que olhávamos para a criança como um adulto pequeno e esperávamos que ela crescesse para depois deixá-la participar. Esse conceito mudou e, hoje, a criança é vista como uma pessoa competente e capaz, uma cidadã com todos os direitos. As leis no Brasil foram confirmando esse novo conceito, por meio da Convenção dos Direitos da Criança, mas também com a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Marco Legal da Primeira Infância. Esses marcos passaram a olhar para a criança com novos olhos e destacaram a importância de construir e fortalecer políticas públicas que a reconheçam como sujeito de direitos e atendam às especificidades dessa fase crucial da vida.
Programa de rádio Viva a Vida – 1776 - 06/10/2025 - Dia das Crianças e Dia de Nossa Senhora Aparecida
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Quando podemos dizer que uma criança é feliz?
IRMÃ VERONI: A criança é feliz quando brinca, quando tem sua família, o carinho dos pais ou responsáveis, que ajudam a criar vínculos, laços emocionais e de confiança. Ela é feliz quando recebe aleitamento materno, uma alimentação saudável, vacinas; quando os pais têm um lugar para morar e convivem com alegria; quando dorme bem, frequenta uma boa creche ou escola de educação infantil e tem amigos ao seu redor. Tudo isso contribui para a felicidade da criança. Mas eu diria que, principalmente, a criança precisa muito de afeto. É através do afeto que ela constrói vínculos seguros, desenvolve a capacidade de expressar suas emoções e aprende a interagir com o mundo ao seu redor.
Quais são os maiores desafios na criação dos filhos hoje, Irmã Veroni?
IRMÃ VERONI: Um dos maiores desafios na educação dos filhos está na ausência dos pais, principalmente pela falta de tempo, que acaba levando a terceirizar o cuidado e a não investir em estímulos e oportunidades para o desenvolvimento das potencialidades da criança. Outra questão que dificulta é a falta de uma rede de apoio na comunidade. Também pesam a pobreza, a desigualdade e a falta de acesso a serviços básicos. Além disso, há o excesso de telas: a exposição prolongada a dispositivos eletrônicos afeta muito o emocional da criança, causando distúrbios como depressão, ansiedade e, em muitos casos, agressividade.
Como celebrar o Dia das Crianças sem a perspectiva comercial?
IRMÃ VERONI: Sabemos que o Dia das Crianças é muito influenciado pela publicidade, pelo comércio e pelo consumismo. Mas, em conjunto com a Pastoral da Criança, podemos pensar em outras alternativas. Quem sabe fazer um Dia das Crianças diferente? Realizar um passeio, participar da Celebração da Vida da Pastoral da Criança, estar na Rua do Brincar da comunidade, promover uma contação de histórias, oficinas de brinquedos, brincar em família e usar a criatividade para brincar muito.
TESTEMUNHO: Maria Paula da Silva Prado, da Pastoral da Criança da Arquidiocese de Maringá, Paraná.
MARIA: Os líderes da Pastoral da Criança podem organizar atividades que promovam a alegria e, em especial, o prazer de brincar. Brincadeiras que estimulem a interação, a criatividade e a motricidade, como as cantigas de roda, jogos ao ar livre, brincadeiras com bola, corda, amarelinha, além da contação de histórias. Também podem ser realizadas oficinas criativas com materiais recicláveis, envolvendo a participação dos pais.
Enfim, são inúmeras as possibilidades de brinquedos e brincadeiras que podem ser propostas neste 12 de outubro, Dia das Crianças, celebrando com leveza, união e alegria.
Leia a entrevista na íntegra
1776 - 06/10/2025 - Dia das Crianças e Dia de Nossa Senhora Aparecida (.PDF)
1º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Erradicação da Pobreza"
Até 2030, reduzir pela metade a proporção de homens, mulheres e crianças de todas as idades que vivem na pobreza em todas as suas dimensões.
4º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Educação de Qualidade”
Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos tenham acesso a desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de modo que estejam prontos para o ensino primário.
10º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Redução das Desigualdades”
“Garantir igualdade de oportunidades e reduzir desigualdades de resultados, eliminando leis, políticas e práticas discriminatórias e promovendo legislações, políticas e ações adequadas a esse respeito”
Dra. Zilda
“O melhor resultado para a paz nas famílias é cuidar bem das crianças, para que elas tenham oportunidade de se desenvolver, tenham saúde, alegria de viver e fé em Deus”.
Papa Leão XIV
“Quanto deixamos as crianças virem até nós? E, acima de tudo, quanto vamos em direção a elas?”.