1273 abandono ou superprotecao entrevista

Foto: Joseph Hoban

Nem sempre é fácil educar as crianças, para que cresçam com equilíbrio e tenham um desenvolvimento integral e saudável. Há muitos casos em que os pais ou são excessivamente amorosos, possessivos e superprotetores; ou, então, são indiferentes e, até mesmo, chegam a abandonar seus filhos.

Para entender mais sobre os prejuízos que a superproteção ou o abandono podem trazer para as crianças, veja a entrevista com a Ir. Veroni Medeiros, assistente técnica da área de desenvolvimento infantil da coordenação nacional da Pastoral da Criança.

Qual é a importância da proteção dos pais no desenvolvimento da criança?

Uma criança que se desenvolve no aconchego da família gosta de ficar com os pais, aprende a lidar com os seus próprios limites e também com os momentos em que é necessária a ausência dos pais.

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida
Programa de Rádio 1273 - 22/02/2016 - Abandono ou superproteção


Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

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Quais são os prejuízos que a superproteção pode trazer para a criança e para o seu futuro?

As crianças podem tornar-se inseguras, ansiosas, perfeccionistas, medrosas e até dependentes dos pais. As crianças superprotegidas tornam-se mais agitadas, egoístas e, dificilmente, toleram frustrações.

Falando do outro extremo da questão, quais são as consequências do abandono para as crianças, seja ele de qualquer tipo?

Ao nascer, o bebê é um ser indefeso e incapaz de sobreviver por meio de seus próprios recursos. Ele precisa de todos os cuidados básicos, da amamentação e do aconchego da família. Então, o abandono é um fator de risco para o pleno desenvolvimento da criança. As consequências do abandono interferem diretamente em seu desenvolvimento. Sabemos que a falta de afeto pode deixar marcas profundas para toda a vida.

veroni medeiros

Irmã Veroni Medeiros

Leia a entrevista na íntegra: 1273 - Entrevista com Irmã Veroni Medeiros - Abandono ou superproteção (.PDF)

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Nem abandono, nem superproteção: cuidado na medida certa para as crianças

A Declaração Universal dos Direitos das Crianças garante proteção especial para o desenvolvimento físico, mental e espiritual da criança. Ainda lembra o direito à alimentação, moradia e assistência médica, educação, cidadania e, em especial, direito à possibilidade de conviver em ambientes saudáveis, alegres e seguros. 

Os pais devem ficar atentos para ajudar o desenvolvimento de seus filhos conforme a faixa etária, com muita paciência e conversa. Para isso, é importante oferecer espaços seguros para que a criança possa andar, correr e brincar livremente. Proteção é tudo que se refere a segurança afetiva, física, emocional e se reflete no cuidado responsável.

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Foto: Heriberto Herrera

Superproteção

A superproteção é um estilo dos pais educarem os filhos. Em muitas situações, os adultos assumem a tarefa das crianças e as tratam como se fossem bem pequenas, menores do que realmente são. É um cuidado excessivo, com medo de que vão se machucar.

Na infância, isso dificulta o desenvolvimento da autonomia, podendo gerar comportamentos egoístas e um sentimento de insegurança. É muito bom observar as brincadeiras das crianças. Uma criança superprotegida, geralmente, pouco interage na construção e montagem das brincadeiras. Mostra-se mais passiva e submissa às ideias dos outros. Neste contexto, os pequenos têm mais dificuldade de repartir e interagir com irmãos e colegas. Na fase da adolescência, tornam-se mais irritados e insatisfeitos com tudo. Demoram mais tempo para sair de casa, sentem-se injustiçados, reclamam da vida e, em algumas situações, preferem o isolamento e sofrem mais.

Abandono

Afeto, vínculo e cuidado são de altíssima importância para que a criança tenha proteção e segurança, para um desenvolvimento emocional favorável. Por isso, quando ocorre algum tipo de abandono, isso é um fator de risco para o pleno desenvolvimento, que pode ter consequências para toda a vida, causando alterações psicológicas e neurológicas nas crianças. Elas tornam-se mais tristes e perdem a alegria de vibrar pela vida. Vale lembrar que, quando se fala de abandono, não se trata apenas da presença física, mas também da atenção dedicada à criança, fortalecendo relações de confiança.

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