escrita dislexiaMuita gente acha bonito quando a criança fala errado. Até mesmo muitos adultos passam a conversar com a criança falando errado, imitando-a, porque acham engraçado, "fofo", divertido. Os especialistas aconselham a conversar com a criança de modo normal, falando as palavras certas e corrigindo carinhosamente a criança, incentivando-a a se expressar de modo cada vez mais correto. Mas quando se inicia a fase da escrita e da leitura e a criança apresenta problemas, o que fazer?

Grande parte das famílias nem vê isso como um problema, achando ser "coisa" de criança, que depois passa. Por isso, muitos diagnósticos se atrasam e a percepção de que a criança pode ter dislexia chega tarde. Por conta disso, algumas crianças sofrem muito na escola e na família, pois a julgam sem condições de aprender "como as outras crianças". Mas a criança com dislexia não é uma criança sem capacidade de aprender, ela só precisa de mais apoio e de condições adequadas para desenvolver todo seu potencial. Dislexia merece atenção e apoio da família. Pais, fiquem atentos às dificuldades de escrita e leitura de seus filhos e busquem auxílio nos profissionais de saúde para que um diagnóstico preciso seja feito, permitindo que seu filho possa, assim, superar suas dificuldades o quanto antes e crescer sem traumas ou barreiras que dificultem o seu pleno desenvolvimento.

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 Regina Reinaldin - Enfermeira da Pastoral da Criança

“O diagnóstico da dislexia não significa que a criança seja menos inteligente, significa apenas que é portadora de um distúrbio que pode ser corrigido ou diminuído”, esclarece Regina.

A dislexia não deve ser motivo de vergonha para as crianças que sofrem disso ou para os seus pais. Dislexia não significa falta de inteligência e não é um indicativo de futuras dificuldades acadêmicas e profissionais. Principalmente quando tratada, não implica em falta de sucesso no futuro. Alguns exemplos de pessoas disléxicas que obtiveram grande sucesso na vida são: o inventor Thomas Edison, o ator Tom Cruise, o criador dos personagens e estúdios Walt Disney, a autora Agatha Christie, e tantas outras pessoas importantes. Para saber mais sobre este tema, confira a entrevista com Regina Reinaldin, enfermeira da coordenação nacional da Pastoral da Criança.

O que é a dislexia?

É um distúrbio de aprendizagem de origem neurológica, que se torna evidente na época da alfabetização. A criança já nasce com isso, mas na hora que ela vai aprender a ler e a escrever é que aparece essa dificuldade. A primeira coisa que chama atenção é que ela não acompanha os colegas. Ela demora mais, não grava como deveria, tem muitas dificuldades em compreender um texto e de ler em voz alta.

Quais são os tipos e graus da dislexia? Quais são os problemas apresentados pelas crianças que sofrem de dislexia?

Pode ser leve, moderada e grave. Quanto mais sintomas a criança tiver, mais grave é a dislexia e mais tempo de tratamento vai precisar. Quanto mais leve, menos tempo de tratamento. Essas crianças têm grande dificuldade para aprender a ler, escrever e soletrar; apresentam trocas ou omissões de letras ao escrever; aglutinação (que é juntar as letras quando está escrevendo); comem letras; trocam o P pelo D, F pelo V, G pelo J; têm dificuldades para se localizar e para decorar. Esses são sintomas que a gente já começa a identificar muito precocemente na alfabetização. São crianças que têm uma leitura mais silabada, mais devagar.

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Com que idade pode ser feito um diagnóstico de dislexia?

O diagnóstico pode ser dado a partir dos seis anos. Geralmente quando a criança passa pelo primeiro ou segundo ano. Mas a gente consegue identificar, precocemente, crianças com três ou quatro anos que não têm interesse em fazer desenho, que não têm interesse em gibis, livros ou ouvir histórias. Esses são sinais de alerta para os pais e professores.

Confira na íntegra: Entrevista com Regina Reinaldin - Dislexia (.PDF)

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Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

1228 - 13/04/2015 - Dislexia

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