Pesquisas científicas internacionais confirmam que muitas doenças crônicas que as pessoas desenvolvem na idade adulta, como diabetes, hipertensão arterial e problemas cardíacos, podem ser determinadas nos primeiros mil dias de vida, ou seja, nos 270 dias da gestação mais 730 dias dos dois primeiros anos de vida. Os cuidados e o acompanhamento médico na gestação - já considerados importantes para o parto e o nascimento de um bebê com saúde - são fundamentais para o desenvolvimento da criança e podem determinar uma vida adulta mais saudável.
Esses estudos reforçam a importância das ações já realizadas pelos líderes da Pastoral da Criança no acompanhamento e orientação às gestantes. A cartela "Os primeiros mil dias e a nossa saúde", incluída no envelope "Laços de Amor", resume os principais cuidados na gestação e nos dois primeiros anos de vida da criança: pré-natal; alimentação saudável; evitar o fumo, álcool e drogas; incentivo ao aleitamento materno, vacinas e outras recomendações.
Crianças que nascem com baixo peso, por exemplo, apresentam mais riscos de desenvolver diabetes, obesidade, pressão alta, osteoporose ou outras doenças quando adultos. Sabemos que gestantes que fumam ou que não se alimentam adequadamente podem ter bebês com baixo peso (menos de 2,5 kg). Uma mulher que pouco se alimenta, que fica controlando o peso para não engordar, pode provocar efeitos perversos para a vida da criança. Outras gestantes consomem produtos que as satisfazem, mas escolhem alimentos inadequados e de baixo valor nutritivo.
O líder pode acompanhar como estão acontecendo o acesso e a disponibilidade de alimentos em sua comunidade. Os programas sociais do governo federal aumentaram a renda de milhares de famílias que viviam em situação de miséria, o que possibilitou que elas melhorassem seu padrão alimentar. compartilha com as famílias as informações sobre a importância da alimentação, escolha dos alimentos nutrivos e incentivo ao plantio de hortas caseiras, conforme orientação técnica da Pastoral da Criança, aproveitando os alimentos de época e de região. O que mais vemos hoje é a oferta de produtos atraentes, de fácil preparação mas com pouco ou nenhum valor nutritivo.
Novas pesquisas também reforçam os benefícios do aleitamento materno. Estudo que acompanhou crianças do nascimento até os 14 anos concluiu que aquelas que mamaram no peito tinham menos hipertensão, menos diabetes e menos obesidade. E o mais interessante é que quanto mais tempo de aleitamento materno, menos doenças apresentavam as crianças, no chamado "efeito - resposta": mais tempo de aleitamento, menos incidência de doenças.
Líder, acompanhe mensalmente as gestantes de sua comunidade. Insista para que sigam todas as orientações e cuidados e fale dos benefícios do parto normal. Os cuidados com a saúde nos primeiros mil dias contribuem para reduzir a incidência de doenças crônicas na vida adulta.