Seção 6

Assim fizemos

Como utilizamos Aprender a Viver Juntos e seus métodos em diferentes regiões e ambientes e com pessoas de culturas e crenças diferentes.

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O processo de preparação deste conjunto de recursos levou bastante tempo. É o fruto da colaboração entre pessoas de muitas religiões e culturas diferentes. Aprender a Viver Juntos foi testado em cinco regiões, dez países e em diferentes ambientes, com mais de 300 participantes da Argentina, Azerbaijão, Bolívia, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Dinamarca, Espanha, Equador, El Salvador, Finlândia, Gana, Guatemala, Honduras, Índia, Israel, Japão, Jordânia, Quênia, Líbano, Maldivas, Nepal, Panamá, Reino Unido, República Unida de Tanzânia, Sri Lanka, Suécia e Venezuela.

Representantes das religiões tradicionais da África, da comunidade Bahá’í, do budismo, do cristianismo, do hinduísmo, das tradições indígenas, do islamismo, do judaísmo, membros do Brahma Kumaris e pessoas laicas participaram das oficinas-piloto, que serviram como uma valiosa oportunidade para aprender sobre os outros. Este conjunto de recursos se enriqueceu enormemente graças às suas colaborações, que contribuíram para a criação de um material flexível e estruturado que mantém um enfoque global e ao mesmo tempo permite a implementação local.

A esta versão final foram incorporadas as experiências adquiridas em cada oficina: colaborações dos facilitadores; sugestões de adultos que participaram de reuniões paralelas; a aprendizagem das crianças e dos adolescentes; as recomendações de especialistas em educação, ética e aprendizagem inter-religiosa, assim como de membros da GNRC; e as descobertas feitas durante o processo de realização das oficinas.

Nas próximas páginas, você encontrará uma descrição de cada oficina-piloto, com os métodos usados, a aprendizagem obtida pelos participantes, o impacto das oficinas e as principais colaborações que foram incorporadas ao conjunto de recursos. Você comprovará como cada oficina contribuiu para o resultado final. Também poderá visualizar o processo seguido desde a primeira oficina e como cada uma delas contribuiu para a preparação de um material inter-religioso e intercultural que pode ser utilizado em diferentes ambientes.

Esta seção lhe dará também uma melhor ideia de como o programa foi posto em prática em diferentes regiões e o ajudará a usá-lo para suas próprias finalidades.

Nós o convidamos a registrar as oficinas que vier a realizar usando o conjunto de materiais e seu impacto sobre os participantes. Esperamos que isso se converta em um recurso útil, com base no qual sua organização poderá documentar seu programa de educação ética e examinar o processo de aprendizagem dos participantes.

06 aOficina de educação ética

Lidingö, Suécia

18 a 20 de novembro de 2005

Durante três dias, participantes da Dinamarca, Finlândia, Reino Unido e Suécia se reuniram para discutir questões relacionadas ao respeito, à empatia e à responsabilidade. Os participantes foram dividi- dos em três grupos, um para cada um destes valores. Cada grupo, composto por adolescentes e adultos, discutiu um dos valores, a maneira como é aplicado em suas sociedades e como pode ser promovido.06 a

O primeiro grupo explorou a empatia a partir de diversas perspectivas. Com base em uma análise de fotografias que mostravam sofrimento, falta de respeito, ódio, amor, compreensão e ajuda, os participantes foram estimulados a explorar a importância da empatia em nossa sociedade e a necessidade de realizar práticas que fomentem a compaixão e o respeito pelos outros.

Ao se colocarem fisicamente nos sapatos dos outros e em exercícios baseados na confiança, durante os quais se colocou uma venda nos

olhos dos participantes, eles descobriram o que significa ter empatia e como essa atitude pode desencadear ações concretas para ajudar os outros. Um estudo de caso sobre questões de imigração na Europa serviu de base para uma discussão sobre a empatia na sociedade.06 a

O segundo grupo se concentrou no valor da responsabilidade. Os participantes analisaram, a partir de sua própria perspectiva, suas funções, posições e experiências na sociedade. Discutiram questões que afetam os países nórdicos e as responsabilidadesindividuais e coletivas que eles mesmos têm como cidadãos. Por meio de estudos de caso e discussões, a atividade os ajudou a reconhecer sua capacidade para responder às injustiças e tentar ajudar a transformar as necessidades de seus países.

06 aO último grupo examinou o tema do respeito. Depois de analisarem o que o respeito significa, como se desenvolve e como é violado, os participantes prepararam um filme de animação sobre o tema usando materiais básicos como canetas, cartões e tesouras. Esse método estimulou a criatividade e o pensamento crítico dos participantes sobre o seu próprio comportamento.

A oficina terminou com uma oração inter-religiosa preparada pelos participantes, durante

a qual cada um deles rezou, cantou ou recitou um texto de sua religião particular. Foi um momento para meditar sobre sua participação, sobre o que aprenderam e sobre a experiência em geral.

Aprendizagem e impacto

Os participantes consideraram que as discussões ampliaram sua compreensão de algumas das questões sociais que os países nórdicos enfrentam hoje em dia. A interação com pessoas de religiões diferentes também questionou seus pontos de vista e os ajudou a comprovar como os três valores destacados na oficina são importantes ao interagir com outras pessoas. Outros pontos de aprendizagem estão relacionados à importância de se colocar no lugar dos outros e questionar seus próprios preconceitos.

De que maneira essa oficina contribuiu para o desenvolvimento do conjunto de recursos?

Essa foi a primeira vez que se colocou à prova o rascunho do material; nesse ponto, somente a seção introdutória havia sido redigida. A avaliação da oficina ofereceu muitos pontos de aprendizagem importantes que contribuíram para a configuração do conjunto de recursos e do seu conteúdo. Estas foram as principais ideias incorporadas à versão final do material:

> As metodologias ativas e participativas são fundamentais para desenvolver valores éticos.
> Proporcionar às crianças e aos adolescentes seu próprio espaço para trocar ideias e aprender.
> Os valores não devem ser compartimentalizados, mas interconectados.
> O material deve ter uma abordagem mais regional e deve ter espaço para colaborações e recursosregionais.
> É preciso que o material aborde questões sociais e ajude as crianças e os adolescentes a compreender os problemas que afetam suas sociedades.
> Os valores podem ser reforçados, mas não ensinados.
> É necessário dar mais espaço para que os indivíduos desenvolvam sua espiritualidade.
> Deve-se incluir recursos como esboços de atividades, histórias e estudos de casos.

Informações sobre a oficina

Lugar: Instituto Ecumênico, Lidingö

Número de participantes/facilitadores: 33/3

Número de adultos: 27

Número de adolescentes (15 a 19 anos): 6

Duração: 3 dias

Idioma utilizado: Inglês

Países de origem dos participantes: Chile, Dinamarca, Equador, Finlândia, Índia, Israel, Japão, Jordânia, Reino Unido, República Unida da Tanzânia, Sri Lanka e Suécia

Crenças dos participantes: Budismo, cristianismo, hinduísmo, islamismo e judaísmo. Pessoas laicas.

Técnicas pedagógicas: Arte Compartilhamento de experiências Mesas redondas

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06 aOficina sobre migração e deslocamento

Bogotá, Colômbia

5 a 8 de dezembro de 2005

Crianças, adolescentes e adultos da Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela se reuniram durante quatro dias e examinaram como o respeito, a empatia, a reconciliação e a responsabilidade podem ser aplicados ao contexto de seus países, e especificamente às questões relacionadas com deslocamento e migração que afetam a região andina.

Essa oficina foi elaborada para que os educadores aprendessem novas metodologias e atividades práticas baseadas nos valores propostos, e, adicionalmente, para solicitar sugestões sobre como melhorar o conjunto de recursos.06 a

No primeiro dia, os participantes exploraram sua própria identidade. Descobriram mais sobre si próprios em relação aos outros enquanto desenhavam um diagrama em forma de árvore que explicava suas raízes, quem eram e o que queriam conquistar em suas vidas. Também foi realizada uma atividade dinâmica para encontrar diferenças e semelhanças entre os participantes, com o fim de explorar o tema da compreensão mútua.

06 aA empatia foi explorada por meio de uma atividade de meditação sobre os sentimentos dos participantes. Esse exercício lhes permitiu conectar-se com a Terra e com as pessoas à sua volta. Colocando-se fisicamente na silhueta do outro, os participantes puderam refletir sobre a importância da empatia. Depois das atividades, uma discussão revelou como é difícil sentir empatia por pessoas que violaram nossos direitos. Os participantes refletiram sobre a necessidade de reconhecer a natureza humana do outro, inclusive daqueles que cometeram crimes terríveis.

06 aPor meio da análise do processo de reconciliação, os participantes reconheceram que os conflitos fazem parte de nossa realidade e que é necessário transformá-los pacificamente. Os participantes utilizaram um estudo de caso sobre a reconciliação e enfatizaram a importância do diálogo para que as pessoas possam viver juntas.

No último dia, os participantes analisaram a questão do deslocamento na região. Foram mapeadas as funções e responsabilidades de cada agente social. Isso levou a um plano de ação para implementar a educação ética no contexto do deslocamento. A oficina começava toda manhã com orações pela paz, nas quais os participantes cantavam e uniam-se em momentos de silêncio.

Aprendizagem e impacto

Depois de cada atividade, o grupo se reunia para interiorizar os valores e refletir sobre a aprendizagem. A maioria dos adultos afirmou que a oficina lhes serviu de inspiração, expressando interesse em aprender a desenvolver programas de educação ética baseados em metodologias participativas. Enquanto refletiam sobre a dificuldade de sentir empatia e compaixão por pessoas que cometeram atos de violência, uma das crianças chamou a atenção dos adultos ao perguntar: “Onde está Deus em tudo isto?” A criança convidou os participantes a reconhecerem a natureza humana dos outros e a perdoarem para trazer a paz às sociedades.

De que maneira essa oficina contribuiu para o desenvolvimento do conjunto de recursos?

Os resultados da oficina, as metodologias que foram utilizadas, as contribuições dos participantes e as reflexões do grupo contribuíram para a criação dos módulos que aparecem atualmente no conjunto de recursos didáticos. Estas são as principais contribuições que foram incorporadas à versão final do material:

> Combinar crianças e adultos é benéfico para algumas atividades.
> Introduzir atividades e exercícios dinâmicos e participativos como música, jogos, dramatização e filmes.
> Os quatro valores podem ser divididos em módulos para aumentar a flexibilidade e facilitar sua interconexão.
> O compartilhamento de experiências e os momentos de reflexão foram apreciados e devem ser priorizados.
> A importância de metodologias que ofereçam às crianças um espaço para descobrirem umas às outras e para refletirem sobre si próprias e sobre e o mundo.

Descrição da oficina

Lugar: Centro de retiro San Pedro Claver, Bogotá

Número de participantes/facilitadores: 49/4

Número de adultos: 35

Número de crianças (9 a 13 anos): 5

Número de adolescentes (14 a 18 anos): 9

Duração: 3 dias

Idioma utilizado: Espanhol

Países de origem dos participantes: Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, França e Venezuela

Crenças dos participantes: Cristianismo (anglicanos, católicos, luteranos, menonitas e presbiterianos)

Técnicas pedagógicas: Compartilhamento de experiências, Jogos, Meditação e Mesas redondas

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06 aConstruir juntos a Rede Global de Religiões pelas Crianças

Genebra, Suíça 13 a 15 de julho de 2006

Com o objetivo de testar a primeira versão completa do material, foi organizada uma oficina internacional com representantes do Azerbaijão, Colômbia, Honduras, Índia, Israel, Jordânia, Quênia, Líbano, Reino Unido, República Unida da Tanzânia, Sri Lanka e Suécia.

Jovens de 14 a 16 anos participaram de discussões sobre sua identidade religiosa. Ao compartilhar suas ideias sobre religião e rituais religiosos, eles se envolveram em um intenso diálogo que os ajudou a se interconectarem. Foram organizadas visitas inter-religiosas que ofereceram aos participantes a oportunidade de se colocarem no lugar dos outros.06 a

Os participantes refletiram sobre suas relações com os outros e as situações que enfrentam através do exercício de pintar camisetas. Expressaram seu desejo de trazer paz ao mundo por meio da unidade, a preocupação com os outros, o amor e o respeito. Grupos focais sobre o respeito mútuo nas escolas, na família e nos bairros os ajudaram a analisar como o respeito pode ser colocado em prática.

06 aFoi organizada uma noite cultural com a participação de alguns jovens de Genebra. Os participantes tiveram a oportunidade de compartilhar informação sobre sua própria cultura e suas crenças religiosas. Os adolescentes representantes de Israel deixaram uma mensagem de paz quando falaram sobre as atividades de que participam atualmente para fomentar a coexistência e a compreensão mútua em sua comunidade em Israel.

06 aNo último dia, os participantes aprenderam sobre os diferentes tipos de conflitos e como estes podem chegar a se transformar em situações violentas. Refletiram sobre a neces-sidade de atitudes de reconciliação para serem capazes de transformar esses conflitos. Um dos jovens pôs à prova os participantes do grupo ao lhes perguntar o que fariam se fossem vítimas da violência por parte de outros jovens.

Alguns dos participantes lembraram experiências nas quais foi muito difícil responder pacificamente e indicaram que às vezes é difícil evitar a violência. Durante as discussões, uma das participantes da Índia chamou a atenção sobre as alternativas não violentas e destacou como Gandhi trouxe a paz a seu país por meio da resistência pacífica. Ao final, os participantes refletiram sobre a necessidade de fomentar a paz interior para poderem responder a situações difíceis.

Ao final da oficina, os participantes se comprometeram a realizar reuniões com outros jovens em seus países para discutir os valores que exploraram durante a oficina.

Aprendizagem e impacto

Para a maioria dos participantes, as visitas inter-religiosas foram muito enriquecedoras e aumentaram seus conhecimentos sobre as crenças de outras pessoas. A noite cultural os ajudou a estabelecer uma relação com a realidade dos outros e a reconhecer suas identidades e culturas. Depois da oficina, quando voltaram a seus países, os participantes do Quênia e da República Unida da Tanzânia iniciaram Clubes da Paz em suas escolas. Os participantes do Azerbaijão compartilharam sua aprendizagem com seu grupo juvenil em Baku e os participantes da Jordânia e do Líbano compartilharam sua aprendizagem com o Programa Fishers da Jordânia.

Como essa oficina contribuiu para o desenvolvimento do material?

Pela primeira vez, os módulos de aprendizagem foram testados em um ambiente multicultural e multirreligioso. Isso nos permitiu definir os pontos fundamentais e os desafios na implementação do pacote de recursos. Estas foram as principais colaborações incorporadas ao material:

> Desenvolver uma transição mais fluida entre o primeiro e o segundo módulos.
> Sessões separadas para os adultos com o fim de que eles conheçam o material.
> Mais espaço para fomentar a espiritualidade por meio de atividades introspectivas.
> Oferecer espaço aos participantes para que falem sobre sua própria cultura e suas crenças.
> Necessidade de vincular as atividades ao ambiente e às realidades sociais locais.
> Utilizar mais técnicas pedagógicas para fomentar a reflexão dos participantes.

Descrição da oficina

Lugar: Centro John Knox, Genebra

Número de participantes/facilitadores: 16/4

Número de adolescentes (15 a 19 anos): 16

Duração: 3 dias

Idioma utilizado: Inglês/Espanhol

Países de origem dos participantes: Azerbaijão, Colômbia, Honduras, Índia, Israel, Jordânia, Quênia, Líbano, Reino Unido,Repú- blica Unida da Tanzânia, Sri Lanka e Suécia

Crenças dos participantes: Budismo, cristianismo (anglicanos, católicos, ortodoxos), hinduísmo, islamismo e judaísmo

Técnicas pedagógicas: Arte, Compartilhamento de experiências, Grupos focais, Jogos e Visitas de campo

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06 aOficina de educação ética

Coimbatore, Índia

2 a 5 de agosto de 2006

A Índia foi um lugar muito especial para essa oficina-piloto. O ambiente inter-religioso, a sociedade dinâmica, as questões sociais que afetam o país e o empreendedorismo de sua gente criaram um ambiente excelente para a imersão dos participantes da oficina em uma experiência de aprendizagem espiritual.

Participantes do Canadá, Índia, Jordânia, Líbano, Maldivas, Nepal e Sri Lanka embarcaram em uma jornada de autodescoberta em relação aos outros e de desenvolvimento da própria espiritualidade. Todas as manhãs, os participantes se reuniam para um momento de oração e meditação. No primeiro dia, trabalharam em grupos para discutir a necessidade de respeito em suas sociedades e as atitudes e comportamentos que são necessários para viver em um ambiente de diversidade.

06 aForam organizadas visitas inter-religiosas e os participantes tiveram a oportunidade de visitar uma mesquita, um templo jainista, um Gurudwara sikh, uma igreja e um templo hinduísta. Em cada visita, os participantes fizeram perguntas, experimentaram um momento de oração, música ou silêncio e identificaram diferenças e semelhanças entre diferentes religiões.

06 aFoi organizada uma atividade, Questionário – O que sei sobre outras religiões?, na qual os participantes, reunidos em grupos, responderam a perguntas sobre os lugares religiosos que visitaram. Os participantes discutiram a necessidade de reconciliação e respeito.

Eles também registraram m seus cadernos de aprendizagem o que aprenderam, o que experimentaram e o que os afetou mais durante a oficina.

06 aNo terceiro dia foi organizada uma visita aos povoados locais. As crianças tiveram a oportunidade de conhecer projetos dirigidos por membros da comunidade, programas educativos organizados pelas ONGs locais e iniciativas realizadas por indivíduos desejosos de transformar sua comunidade. Essa atividade baseada na experiência permitiu aos participantes descobrir que as responsabilidades individuais e coletivas podem transformar o mundo.

A música, a dança e a poesia se combinaram em uma noite cultural, na qual os participantes mostraram seus talentos e compartilharam aspectos de sua cultura. No último dia, os participantes juntaram-se ao Festival da Paz de Coimbatore e, com mais de 250 crianças, discutiram a necessidade de valores éticos em sua sociedade e como eles podem atuar como promotores da paz. A oficina terminou com apresentações musicais e com os participantes cantando uma canção para a promoção da fraternidade e da paz que aprenderam durante a oficina.

Aprendizagem e impacto

Durante uma sessão de compartilhamento da aprendizagem no final da oficina, os participantes expressaram o quanto aprenderam e como sua percepção do mundo e de outras religiões foi colocada à prova pela interação com pessoas de outras culturas e religiões. Um dos participantes disse: “Quando cheguei, eu sabia o que era respeitar aos outros, mas agora comecei a aprender o que isso significa na realidade e o que é necessário em termos de atitudes e ações se, como jovens hinduístas, muçulmanos e cristãos, queremos fazer coisas juntos para melhorar nossas comunidades.”

Como essa oficina contribuiu para o desenvolvimento do material?

Os métodos utilizados e o ambiente espiritual que rodeou a oficina nos ajudaram a definir uma série de elementos fundamentais que foram incluídos no conjunto de recursos didáticos:

> Envolvimento dos participantes na realidade social e nas comunidades locais por meio de visitas de campo e interação com os habitantes.
> Visitas inter-religiosas e maneiras de organizar atividades baseadas na experiência.
> Mais tempo para as atividades de silêncio, música, orações e reflexão para desenvolver a espiritualidade.
> Necessidade de descobrir a aplicação dos valores em situações reais.
> A possibilidade de aplicar o programa de ética a questões sociais relevantes.

Descrição da oficina

Lugar: Ashram Shanti, Coimbatore

Número de participantes/facilitadores: 65/5

Número de adolescentes (10 a 19 anos): 65

Duração: 3 dias

Idioma utilizado: Inglês/intérpretes de tamil

Países de origem dos participantes: Canadá, Jordânia, Índia, Líbano, Maldivas, Nepal e Sri Lanka

Crenças dos participantes: Budismo, cristianismo, hinduísmo e islamismo

Técnicas pedagógicas: Arte, Discussões, Compartilhamento deexperiências, Visitas de campo, Jogos, Meditação e Narração de histórias

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06 aOficina de educação ética

Salamanca, Espanha

31 de agosto a 2 de setembro de 2006

A oficina realizada na Espanha reuniu adultos e adolescentes de diferentes partes do país, que representavam o cristianismo, a comunidade Bahá’í e a organização Brahma Kumaris. Foi a primeira vez que se colocou à prova o conjunto de recursos com participantes de só um país.

Os adultos e os adolescentes foram divididos em dois grupos diferentes. Ambos trabalharam com o primeiro módulo do conjunto de recursos didáticos, Compreensão de si mesmo e dos outros, e tiveram a oportunidade de discutir seu conteúdo e oferecer suas colaborações para melhorar o material.06 a

No primeiro dia, os adolescentes exploraram a diversidade global por meio da atividade Desenhar mapas e analisaram diferentes religiões e as regiões onde são praticadas. Eles expandiram seus conhecimentos sobre como a diversidade religiosa configurou o mundo e como os países que tradicionalmente praticavam apenas uma religião vêm incorporando muitas outras.

Por meio de um jogo, os participantes discutiram a dignidade humana e descobriram a necessidade de respeito mútuo e compreensão.

06 aEm um momento de compartilhamento de experiências, os participantes falaram sobre os preconceitos contra outras culturas e religiões e a necessidade de conhecer pessoas diferentes. Analisaram as causas dos problemas sociais na Espanha e como afetam a sociedade em geral. Discutiram como serem mais receptivos às pessoas excluídas ou marginalizadas.

À tarde, os adultos e os adolescentes se reuniram em um café inter-religioso, no qual analisaram os princípios, o comportamento e as atitudes necessários para viver em harmonia com pessoas de diferentes crenças e culturas. Posteriormente foi realizada uma noite cultural, na qual os adolescentes participaram de atividades e danças e contaram histórias típicas de suas religiões.

06 aNo último dia, os participantes refletiram sobre a necessidade de encontrar a paz interna e de se colocar no lugar dos outros. Por meio de uma caminhada de meditação, os participantes descobriram conexões com a natureza e com os outros participantes e refletiram sobre seus sentimentos e sua responsabilidade de contribuir para a solução dos problemas e de responder pacificamente às necessidades dos outros.

Aprendizagem e impacto

Os participantes católicos expressaram como foi importante para eles a oportunidade de conhecer jovens da comunidade Bahá’í e mostraram seu entusiasmo em cooperar e preparar juntos atividades para promover a compreensão mútua. Os participantes da comunidade Bahá’í se comprometeram a compartilhar o que aprenderam na oficina com outros membros de sua comunidade quando voltassem para suas casas e cidades, e também afirmaram sua vontade de realizar atividades inter-religiosas que contribuam para promover a paz e a unidade na Espanha.

Como essa oficina contribuiu para o desenvolvimento do material?

A oficina permitiu testar novas atividades e metodologias que foram incorporadas ao conjunto de recursos didáticos. Também ofereceu uma boa oportunidade para revisar o conteúdo e incorporar novas ideias. Estas foram algumas das principais contribuições obtidas:

> Aprender a viver juntos pode ser utilizado também com adultos. As atividades podem ser adaptadas para diferentes idades.
> É preciso abordar no material discussões sobre a atualidade e a realidade social dos adolescentes.
> Utilizar atividades baseadas na experiência ao discutir as realidades sociais para tornar a aprendizagem mais relevante.
> Ideias para utilizar o conjunto de recursos didáticos em um grupo religioso homogêneo.
> As atividades introspectivas ajudam os participantes a interiorizar a aprendizagem e a refletir sobre suas próprias experiências.

Descrição da oficina

Lugar: Residência Tilanococo, Salamanca

Número de participantes/facilitadores: 20/3

Número de adultos: 12

Número de adolescentes (14 a 18 anos): 8

Duração: 3 dias

Idioma utilizado: Espanhol

Países de origem dos participantes: Espanha

Crenças dos participantes: Comunidade Bahá’í, cristianismo (anglicanos, católicos) e membros da Organização Brahma Kumaris

Técnicas pedagógicas: Compartilhamento de experiências, Grupos focais, Jogos, Meditação e Mesas redondas

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06 aOficina de educação sobre a ética

Kioto, Japão

Agosto de 2006

Em Kioto foi organizada uma oficina de um dia de duração para crianças de várias regiões e diferentes países da Rede Global de Religiões pelas Crianças, entre eles Gana, Israel, Japão, Jordânia, República Unida da Tanzânia e Sri Lanka. A oficina foi realizada em paralelo à 8 a Assembléia Mundial da

Conferência Mundial de Religiões pela Paz (WCRP).

Seis crianças representando religiões tradicionais africanas, budismo, cristianismo, hinduísmo, islamismo e judaísmo se reuniram para aprender, de maneira interativa, sobre si próprios e sobre os outros. Por meio de metodologias introspectivas, refletiram sobre suas relações com os outros.

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A oficina começou com várias atividades mediante as quais os participantes se conheceram e discutiram por que se encontravam ali e quais eram suas expectativas com relação à oficina. A sessão introdutória contribuiu para criar um espaço seguro para um posterior intercâmbio de experiências.

Foi pedido às crianças que desenhassem uma árvore representando suas raízes, suas famílias, seus interesses, aquilo que os fazia felizes ou tristes e as coisas de que mais gostavam. A atividade Minha árvore da vida possibilitou um momento de silêncio para a reflexão e a introspecção. Ao final do exercício, os participantes trocaram seus desenhos e exploraram suas diferenças e semelhanças.

Por meio da atividade Ilhas minguantes, as crianças descobriram a necessidade de compartilhar e ajudar as pessoas com necessidades. Discutiram como fazem parte de uma

mesma natureza humana e a importância de respeitar os outros e colocar-se no lugar deles.

As crianças exploraram os conflitos e como as pessoas respondem a eles em diferentes situações. Aprenderam sobre alternativas não violentas e realizaram vários exercícios para descobrir diferentes maneiras de ajudar a transformar o mundo agora e no futuro.06 a

Em um momento de compartilhamento e de reflexão coletiva , foi apresentada às crianças a História de Sadako, uma menina japonesa que morreu de leucemia devido aos efeitos do desastre nuclear de Hiroshima. Durante o último ano de sua vida, Sadako fez mais de 1.000 grous de papel com a esperança de quese cumprisse um desejo. As crianças escuta- ram atentamente a história e depois aprende- ram a fazer grous de papel.

As crianças refletiram sobre como os grous de papel se transformaram em um símbolo de oração pela paz em todo o mundo. Gastaram algum tempo escrevendo sua própria oração pela paz no papel utilizado para confeccionar os grous. Isso lhes proporcionou um espaço para a reflexão e fez da elaboração dos grous um momento espiritual, no qual os participantes puderam pensar sobre a história de Sadako e os efeitos do desastre nuclear ocorrido em Hiroshima.

Aprendizagem e impacto

As crianças falaram sobre a ideia de que muitos dos problemas do mundo se devem à falta de compreensão. Reconheceram a necessidade de buscar vias pacíficas para transformar os conflitos, tanto pessoais quanto sociais. Comprometeram-se a ter mais compaixão pelos outros e a respeitar as pessoas que são diferentes delas.

Como essa oficina contribuiu para o desenvolvimento do material?

Foi a primeira vez que o material foi testado com um grupo reduzido de crianças de caráter multicultural. Foi uma oficina de curta duração que trouxe ideias muito interessantes ao programa:

> A importância de utilizar histórias reais para propiciar a reflexão.
> Flexibilidade para adaptar as metodologias à faixa etária dos participantes.
> Inclusão de metodologias que fomentem a criatividade e a sensibilidade artística dos participantes.
> Necessidade de estabelecer um espaço seguro para que as crianças falem com outras crianças da mesma idade sem interrupções ou distrações.

Descrição da oficina

Lugar: Centro Internacional de Conferências, Kioto

Número de participantes/facilitadores: 6/2

Número de crianças (9 a 13 anos): 6

Duração: 1 dia

Idioma utilizado: Inglês

Países de origem dos participantes: Gana, Israel, Japão, Jordânia, República Unida da Tanzânia e Sri Lanka

Crenças dos participantes: Budismo, cristianismo, hinduísmo, islamismo, judaísmo e religiões tradicionais africanas

Técnicas pedagógicas: Arte, Compartilhamento de experiências, Discussões e Jogos

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06 aJornada Coletiva pela Paz Dar Es Salaam, República

Unida da Tanzânia

7 a 10 de dezembro de 2006

Jornada Coletiva pela Paz foi o nome da oficina realizada em Dar es Salaam, onde participantes do Quênia, República Unida da Tanzânia e Uganda se reuniram para descobrir como podem se transformar em promotores da paz e fomentar a compreensão mútua em seus países.

A oficina foi adaptada ao ambiente e à cultura regionais e vinculada às atividades locais e às questões sociais no contexto da África oriental. Representantes de diferentes religiões, que também participam do diálogo inter-religioso na região, se dirigiram aos participantes e os exortaram a acolher a diversidade e a serem abertos e compassivos com os outros.

A jornada se iniciou com uma sessão de autoconhecimento em relação aos outros. Foram realizadas atividades que enfatizaram a identidade dos participantes e suas diferenças e semelhanças com os outros. As discussões sobre suas diferenças fizeram com que os participantes refletissem sobre os problemas que surgem em suas sociedades devido à falta de respeito mútuo. Por meio de uma atividade de solução de problemas, o Banco da ética, os participantes identificaram problemas sociais, como a corrupção e a violência contra as crianças, e refletiram sobre como esses problemas ameaçam a nature- za humana. Também discutiram métodos criativos para ajudar a transformar essas situações.06 a

Os participantes prepararam dramatizações para mostrar como é possível transformar pacificamente situações difíceis. Discutiram a intimidação nas escolas, a exclusão social e a discriminação, entre outrasquestões, e refletiram sobre seus próprios comportamentos e atitudes. Destacaram a necessidade de mostrar empatia e, por meio de jogos

e simulações, aprenderam a se colocar

no lugar das pessoas de outras culturas, a questionar seus próprios preconceitos e a aprender com a riqueza da diversidade.

Os participantes tiveram a oportunidade de visitar diferentes lugares religiosos e refletir sobre suas próprias percepções e ideias. Eles indicaram que as visitas inter-religiosas os levaram a descobrir como a Presença Divina pode se manifestar de várias formas e ser entendida de maneiras diferentes por outras pessoas.

No último dia, os participantes aprenderam sobre a transformação de conflitos e como é necessário compreendê-los e analisá-los. A atividade Ilhas minguantes testou os participantes e os fez examinar como às vezes excluímos inconscientemente outras pessoas para conseguirmos o que necessitamos ou queremos. Eles refletiram sobre a importância de compartilhar com os outros e aceitá-los. Foi concedido algum tempo para que compartilhassem suas experiências e conversassem com o fundador dos Clubes de Paz da GNRC na República Unida da Tanzânia. Esse jovem participante, cuja vida foi marcada por muitas situações difíceis e problemáticas, compartilhou suas experiências e explicou como sua determinação o levou a promover os direitos da infância e iniciativas de paz entre outros jovens da República Unida da Tanzânia.

06 aA oficina terminou com uma sessão em torno da fogueira , na qual os adolescentes e os adultos se reuniram em torno de uma tradicional fogueira africana, usando instrumentos de percussão como forma de comunicação e entretenimento. O ambiente criado foi uma memória da herança africana, na qual os mais velhos criavam um espaço espiritual para transmitir valores éticos importantes e atemporais e reconciliar as partes em conflito.

Aprendizagem e impacto

Os adolescentes, em sua maioria, afirmaram que haviam ampliado sua compreensão de outras culturas e religiões. Alguns se comprometeram a criar Clubes da Paz em suas escolas; desde então, os participantes estabeleceram um novo Clube da Paz em Dar es Salaam. Todos se comprometeram a compartilhar o que haviam aprendido com seus amigos e sua família e expressaram sua firme vontade de participar de atividades futuras.

Como essa oficina contribuiu para o desenvolvimento do material?

Os diversos tipos de atividades que foram realizadas na oficina ofereceram muitas contribuições ao conjunto de recursos didáticos. As seguintes ideias foram de especial ajuda:

> Proporcionar aos participantes oportunidades de interação com pessoas que possam servir como modelos de conduta e inspirá-los a realizar mudanças.
> Inclusão de atividades que fomentem o sentido de comunidade, como fogueiras e círculos de percussão.
> Inclusão de metodologias que estimulem o raciocínio crítico e criativo dos participantes.

Descrição da oficina

Lugar: Centro Episcopal de Conferências de Tanzânia, Dar Es Salaam

Número de participantes/facilitadores: 24/3

Número de adolescentes (15 a 19 anos): 24

Duração: 3 dias

Idioma utilizado: Inglês

Países de origem dos participantes: Quênia,República Unida da Tanzânia e Uganda

Crenças dos participantes: Fé Bahá’í, cristianismo, hinduísmo, islamismo e budismo

Técnicas pedagógicas: Compartilhamento de experiências, Dramatização, Jogos, Solução de problemase Visitas de campo

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06 aOficina sobre Deslocamento e Migração

San Lorenzo, Equador

23 a 25 de janeiro de 2007

Essa oficina sobre o tema do deslocamento e migração reuniu pais e mães, jovens e crianças da Colômbia e Equador. O material foi adaptado ao tema da oficina; os participantes, de diferentes denominações cristãs e da Fé Bahá’í, discutiram os problemas éticos enfrentados pelas pessoas que vivem na volátil região fronteiriça entre Colômbia e Equador.06 a

Todas as manhãs, antes de começarem as atividades, os participantes se juntavam em um momento de silêncio, meditação e oração pela paz em sua região. Algumas sessões foram realizadas conjuntamente com crianças e adultos, enquanto outras, que exigiam mais exploração e tempo de compartilhamento, foram realizadas separadamente.

06 aA oficina foi iniciada com uma sessão sobre identidade cultural. Os participantes foram divididos em grupos e foi-lhes solicitado que desenhassem um mapa da Colômbia ou do Equador, identificando os itens, atividades, alimentos e imagens mais representativos do país. Os participantes embarcaram em uma discussão sobre as raízes de ambos os países e suas diferenças e semelhanças. Essa ativi- dade contribuiu para estabelecer um ambientede conexão e compartilhamento.

À tarde, os participantes realizaram atividades sobre a diversidade. Refletiram sobre questões relacionadas ao deslocamento e à migração com base em suas próprias experiências, opiniões religiosas e antecedentes étnicos e sociais. A diversidade foi afirmada como uma realidade que enriquece a todos e que é preciso apreciar e aceitar.

Foi organizada uma noite cultural e, ao ritmo da música do Equador e da Colômbia, os participantes dançaram, cantaram e narraram histórias. Foi uma oportunidade única de troca e de estabelecimento de laços de amizade entre os participantes em uma festa tipicamente latina. No dia seguinte, os participantes visitaram uma das comunidades locais perto de San Lorenzo. Isso aumentou sua conscientização sobre a situação enfrentada pelos habitantes colombianos e equatorianos. Eles tiveram uma oportunidade de interagir com a população local, discutir questões sociais com os líderes comunitários e conhecer suas iniciativas e projetos.

06 aNo último dia, os participantes mapearam os diferentes conflitos que surgem entre os colombianos e os equatorianos da região. Por meio de estudos de casos e dramatizações, analisaram as possíveis causas e consequências e conheceram alternativas não violentas de transformação desses conflitos. As crianças compartilharam situações violentas que enfrentam diariamente nas escolas e na comunidade. Discutiram possíveis soluções e refletiram sobre suas próprias responsabilidades.

Aprendizagem e impacto

Os efeitos do violento conflito que afeta a Colômbia estão, infelizmente, enraizados no comportamento e nas atitudes de algumas das crianças diretamente afetadas pela situação. Isso pode torná-las rancorosas e intolerantes. Durante a oficina, as crianças compartilharam suas experiências e temores e propuseram meios de mostrar maior respeito pelos outros, aceitar as diferenças e responder de maneira não violenta mesmo quando seus direitos são violados. Elas descobriram que podem fazer parte da solução e não do problema.

Como essa oficina contribuiu para o desenvolvimento do material?

Foi a primeira vez que o material foi aplicado a um tema social específico. Esse enfoque contribuiu para aumentar a flexibilidade dos recursos didáticos e explorar outras maneiras de usá-los. Estas foram as contribuições mais importantes incorporadas ao conjunto de recursos didáticos:

> Diretrizes para preparar visitas de campo.
> Como usar o material para um tema específico, como o deslocamento.
> Como usar o material para promover a cooperação inter-religiosa em torno de um tema social específico.
> Inclusão de mais metodologias que promovam a participação e a integração.
> Importância de preparar os adultos, os professores e os facilitadores para o uso do conjunto de recursos didáticos em diferentes situações.

Descrição da oficina

Lugar: Hotel San Lorenzo, San Lorenzo

Número de participantes/facilitadores: 37/4

Número de adultos: 25

Número de adolescentes (14 a 18 anos): 12

Duração: 3 dias

Idioma utilizado: Espanhol

Países de origem dos participantes: Colômbia e Equador

Crenças dos participantes: Fé Bahá’í e cristianismo (luteranos, menonitas, católicos, presbiterianos e evangélicos)

Técnicas pedagógicas: Arte, Compartilhamento de experiências, Dramatização, Jogos, Solução de problemase Visitas de campo

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06 aOficina sobre violência juvenil San Salvador,

El Salvador

1 a 5 de novembro de 2007

Um total de 25 adolescentes de El Salvador, representando a comunidade Bahá’í, o budismo, o cristianismo, as tradições indígenas, o islamismo e o judaísmo, se reuniram com adultos representantes de organizações religiosas para desenvolverem sua espiritualidade e aprenderem a se entender melhor. Por meio da oficina, descobriram mecanismos pacíficos para transformar situações violentas e desenvolveram sua capacidade de trabalhar juntos para promover a paz em suas sociedades, apesar das diferenças.06 a

No primeiro dia, os participantes desenharam suas silhuetas e exploraram quem eram e como suas experiências formam e moldam suas identidades. Compartilharam suas reflexões. Foi organizado um jogo cooperativo para explorarem diversas formas de trabalhar juntos em prol de objetivos comuns e refletirem sobre o caráter único de cada indivíduo. Os participantes chegaram à conclusão de que é possível trabalhar juntos quando se aprende a respeitar aos outros e a apreciar sua alteridade com a mente e o coração abertos

06 aDepois dessa atividade, os participantes se dividiram em grupos e pediu-se que elaborassem um escudo de armas para indicar as diferenças e semelhanças entre os membros de grupo. Essa atividade os ajudou a se conhecerem melhor e a cada olhar além das aparências físicas. Ao final, os partici- pantes discutiram a importância da diversidade no mundo e em sua sociedade.

As discussões sobre a realidade social e as dificuldades que enfrentam tornaram os participantes mais receptivos e dispostos a compartilhar suas experiências pessoais. Os participantes discutiram seus problemas familiares, os casos de irmãos que pertencem a Maras (gangues), e refletiram sobre situações violentas que os afetam.

06 aForam realizadas várias sessões para discutir os conflitos violentos que ocorrem em El Salvador e as alternativas não violentas

para transformá-los. Essas sessões estimularam o raciocínio criativo e crítico dos participantes para resolverem suas diferenças com os outros e os levaram a questionar seus próprios preconceitos e estereótipos. Por meio de estudos de casos, dramatizações e discussões, eles mapearam os conflitos que os afetam e identificaram possíveis maneiras de transformá-los pacificamente.

Por meio de uma jornada silenciosa, os participantes percorreram as diferentes zonas do lugar, cada uma representada por uma cor diferente. Cada cor os fez refletir sobre suas vidas, suas relações com os outros e a natureza e as atitudes de reconciliação necessárias para trazer paz às suas sociedades. Aromas, sons e música os ajudaram no processo de introspecção e permitiram que os participantes se distanciassem da rotina complexa de suas vidas cotidianas.

06 aAs orações de diferentes tradições espirituais e os momentos de silêncio contribuíram para criar um ambiente propício ao desenvolvimento da espiritualidade e à descoberta da necessi- dade de encontrar a paz interior para poder levá-la às suas sociedades.

Aprendizagem e impacto

Foi feita uma proposta de visita a lugares religiosos como compromisso para continuar essa jornada inter-religiosa e seguir explorando diversas maneiras de trabalhar juntos em questões que afetam as crianças e os adolescentes. Os participantes sugeriram a inclusão de mais jogos e de mais tempo para orações nas próximas oficinas e os adultos sugeriram a realização de reuniões sobre educação ética destinadas aos pais e mães. Depois da oficina, os jovens participantes criaram um blog (http://www.gnrcelsalvador.blogspot.com/) para compartilhar experiências e se manterem em contato.

Como essa oficina contribuiu para o desenvolvimento do material?

Estas foram as principais contribuições incorporadas ao conjunto de recursos didáticos:

> Práticas silenciosas para promover a introspecção e motivar as crianças e adolescentes a refletirem sobre suas atitudes e relações com os outros.
> A importância de oferecer um espaço para orações como meio de compreender as crenças dos outros.
> Inclusão de metodologias de dramatização como maneira de descobrir alternativas não violentas para transformar os conflitos.

Descrição da oficina

Lugar: Templo do Sol, comunidade budista, San Salvador

Número de participantes/facilitadores: 43/5

Número de adultos: 18

Número de adolescentes (14 a 18 anos): 25

Duração: 3 dias

Idioma utilizado: Espanhol

Países de origem dos participantes: El Salvador, Guatemala e Honduras

Crenças dos participantes: Fé Bahá’í, tradições indígenas, cristianismo (católicos, evangélicos, luteranos, menonitas e presbiterianos), islamismo e judaísmo

Técnicas pedagógicas: Arte, Compartilhamento de experiências, Dramatização, Jogos, Meditação e Solução de problemas

06 a

06 aOficina sobre violência juvenil

Capira, Panamá

21 a 23 de janeiro de 2008

Um total de 38 adultos e adolescentes, representantes da comunidade Bahá’í, de diferentes denominações cristãs, do movimento Hare Krishna e do judaísmo, reuniram-se durante três dias para analisar e refletir sobre o tema da violência juvenil no Panamá.

N06 ao primeiro dia foi organizada uma fogueira para dar as boas-vindas aos jovens participantes. Músicas, violões, címbalos, risadas, orações, poemas e cantos se combinaram para estabelecer uma atmosfera de conexão e respeito mútuo.

Os participantes discutiram a necessidade de respeitar as opiniões e as ideias dos outros por meio de uma atividade denominada As ideias que defendo. Eles expressaram seus diferentes pontos de vista sobre temas que os afetam e defenderam aquilo em que acreditam. Isso os levou a questionar suas opiniões e os estimulou a respeitar as opiniões dos outros, mesmo quando não concordam com elas.

06 aOs participantes discutiram também diferentes dilemas éticos e refletiram sobre como tomar decisões éticas. Por meio do compartilhamento de experiências, refletiram sobre a necessidade da empatia e das atitudes respeitosas para poder tomar decisões bem fundamentadas.

Mapearam os tipos de violência que os adolescentes experimentam, infligem ou sofrem em seus próprios ambientes. Analisaram as causas, consequências e possibilidades de transformar estas situações. Indicaram que as famílias disfuncionais, os pais e mães violentos e as influências negativas são as principais causas da violência juvenil. Por meio de dramatizações, os participantes analisaram alternativas não violentas para responder a situações violentas e reduzir o nível de violência que os afeta na vida cotidiana.

Foi organizada uma noite cultural na qual os participantes apresentaram os costumes da Colômbia, Costa Rica, Panamá e Uruguai. Os jovens participantes cantaram e dançaram danças típicas do Panamá e aprenderam com as diferentes tradições culturais presentes.

06 aNo último dia da oficina, foi realizada uma atividade introspectiva para permitir que os participantes meditassem e refletissem sobre suas vidas, suas relações com os outros e suas atitudes. Os participantes compartilharam suas reflexões e, ao concluir, ressaltaram a importância de ter consciência da própria identidade e da forma como se relacionam com os outros.

Aprendizagem e impacto

Durante uma das sessões de troca de experiências, uma jovem participante relatou a história do Cavaleiro da armadura enferrujada para explicar os tipos de armaduras que utilizamos para nos proteger uns dos outros e que nos impedem de mostrar quem verdadeiramente somos. Ela exortou os participantes a se mostrarem sinceros com os outros e a descobrirem sua verdadeira identidade e o significado que tem a vida para eles. Foi uma boa oportunidade para que os adolescentes refletissem sobre sua própria identidade e suas interações com outras pessoas.

06 aOs adultos pediram que fossem desenvolvidos programas de educação ética para as famílias e que os pais fossem incluídos nas discussões sobre ética com as crianças. Representantes do Ministério de Assuntos Sociais e Saúde do Panamá demonstraram interesse em cooperar com a GNRC na promoção da educação ética para prevenir a violência juvenil no Panamá.

Como essa oficina contribuiu para o desenvolvimento do material?

Essa foi a última oficina realizada para testar o conjunto de recursos didáticos. Ela ofereceu uma oportunidade única para ensaiar o material melhorado e utilizar novas atividades e técnicas. Foram incluídas as seguintes ideias no conjunto de recursos didáticos:

> A utilização da investigação apreciativa para analisar problemas e conflitos.
> A utilização de mandalas para ajudar os adolescentes a refletirem sobre suas vidas e seus objetivos.
> A utilização de dilemas morais para promover o pensamento crítico e colocar à prova os pontos de vista dos adolescentes sobre o que significa uma decisão ética.

Descrição da oficina

Lugar: Hogar Javier, Capira

Número de participantes/facilitadores: 38/3

Número de adultos: 18

Número de adolescentes (14 a 18 anos): 20

Duração: 2 dias

Idioma utilizado: Espanhol

Países de origem dos participantes: Costa Rica e Panamá

Crenças dos participantes: Fé Bahá’í, cristianismo (católicos, Igreja União Balboa e menonitas),judaísmo e movimentoHare Krishna

Técnicas pedagógicas: Compartilhamento de experiências, Dramatização, Investigação apreciativa, Jogos, Meditação e Solução de problemas

06 a