Na homilia feita para a comemoração dos 25 da Pastoral da Criança na Diocese de Guarulhos, o padre Cristiano Aparecido de Sousa destaca que a ação solidária do voluntariado oferece uma resposta à dor e sofrimento. A solidariedade vai salvar o mundo. Esta solidariedade compreendida não como palavra vazia, mas compreendida enquanto atitude de vida. Atitude concreta de homens e mulheres que descobriram que é possível mudar a trágica situação trabalhando por este mundo de paz e de justiça.
“Quando estávamos preparando as celebrações em vista do Jubileu da Pastoral da Criança na Diocese de Guarulhos, pensávamos quais leituras seriam adequadas para tão grande festividade. Mas ao entrar em contato com a liturgia deste Domingo ficamos extasiados. Deus já tinha nos preparado um banquete para festejar esta tão importante data para nós. Deus nos surpreendeu com um banquete de vinho, leite, novilhos gordos e muitas iguarias.
Mas para manifestar as razões de tão grande festa antes é necessário fazer um balanço. Ao longo dos últimos anos temos visto a humanidade sendo assolada por uma onda devastadora de catástrofes naturais: secas, inundações, terremotos, tsunamis, e epidemias que têm sido frequentes nos nossos noticiários, vidas têm sido dizimadas por estes fenômenos naturais.
Todos estes eventos naturais despertam dentro de nós sentimentos diversos. Mas há outros acontecimentos mais catastróficos ainda: o homem perdeu seu poder de sensibilizar-se com a dor do outro. Sabemos de quantas riquezas há no mundo e de o quanto ela está nas mãos de poucos, este é apenas um dos aspectos.
Há milhares de pessoas que estão desempregadas, famílias que passam por necessidades materiais, pais de família desempregados. As epidemias levam a morte milhares de pessoas em todo mundo. Temos ainda violência em todos os níveis sociais, o tráfico de drogas que tem tornado vítimas inocentes em reféns, levando jovens a se enveredarem por este caminho de morte tanto para os que são usuários quanto para os que as vende. Deixando mães de famílias sofrendo com a perda de seus filhos.
O quadro se agrava ao vermos as crianças tendo sua inocência roubada. Crianças arremessadas de janelas, arrastadas pelas ruas, jogadas nos lixões das cidades, dói ao saber que a vida está ameaçada. E quantas mulheres não perderam a vida vítimas de seus próprios maridos.
Mas creio que hoje nós estamos oferecendo uma resposta a este mundo. A solidariedade vai salvar o mundo! Esta solidariedade compreendida não como palavra vazia, mas compreendida enquanto atitude de vida. Atitude concreta de homens e mulheres que descobriram que é possível mudar a trágica situação trabalhando por este mundo de paz e de justiça.
A Liturgia de hoje traz esta esperança de que tudo será transformado à medida de um grande banquete oferecido a todos. É um momento milagroso onde a fome e a miséria do povo, seja ela qual for, dará lugar à saciedade. Isto não é um sonho inalcançável pelo contrário, pois estamos celebrando 25 anos de um sonho que tem como base este desejo, e cada um dos Líderes, Coordenadoras de Área, Coordenadoras diocesanas e paroquiais e todos nós estamos aqui para dizer sim é possível.
O cristão recebe de Cristo esta força e o incentivo para transformar seu sonho em realidade. Nós compartilhamos os dons espirituais e os dons da criação que por direito são nossos. O banquete de Jesus é banquete de justiça, de liberdade, é um banquete onde os convivas são todos aqueles que em meio às dificuldades próprias do caminho foram capazes de dizer sim com sua vida. O banquete é feito de homens e mulheres que a cada celebração da vida agradecem a Deus pela felicidade de ver a criança que cresceu e se desenvolveu como deve ser.
Hoje as vestes para entrar neste banquete tem a cor vermelha, representando o sangue de todos os que sofrem, lutam e morrem pela causa do Reino. O banquete tem hoje o amarelo das ricas experiências colhidas ao longo destes 25 anos. Tem o verde da esperança que jamais se acabará e o azul de um horizonte que se desenha a nossa frente fazendo-nos acreditar que o banquete será uma realidade. 25 anos de uma história de Deus assumida por homens e mulheres corajosos que acreditamos que precisa não ficar em 25 anos, mas que precisa se estender por toda vida, enquanto no mundo houver pessoas necessitadas de algo.”
Padre Cristiano Aparecido de Sousa
Homilia feita para a comemoração dos 25 anos da Pastoral da Criança
