O Relatório "A Situação da Insegurança Alimentar no Mundo" divulgado hoje (01/10) pela Organização das Nações Unidas - ONU, alerta que em um grupo de oito pessoas no planeta, uma não tem alimentos suficientes. O número de pessoas que sofrem com a fome no mundo caiu de 868 milhões em 2010-12 para 842 milhões em 2011-13. A região do mundo com maior número de pessoas que passa fome continua sendo a África subsaariana (24,8%), segundo o relatório.


O constante crescimento econômico nos países em desenvolvimento melhorou o acesso aos alimentos, destaca o relatório  divulgado a cada ano em Roma pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação - FAO,  mesmo assim a grande maioria das pessoas que passa fome vive em países em desenvolvimento, enquanto 15,7 milhões estão nos países desenvolvidos, segundo a FAO.

A América Latina já alcançou a meta do milênio, reduzindo à metade o percentual de pessoas que passam fome. No Brasil, 15% da população passava fome em 1990/1992. Nos dados divulgados hoje, esse número caiu para 6,9% em 2011/2013.

A Pastoral da Criança, ao visitar as famílias sempre se preocupou em orientá-las com as questões alimentares e até mesmo com a fome nas comunidades onde atua, pois  é frequente   encontrar casos de famílias que não tem acesso à alimentação.

A comunicadora popular da Pastoral da Criança, Cleidiane Marques de Almeida, do setor de Juazeiro (BA), relata que líderes da Pastoral da Criança, durante a visita domiciliar mensal, encontram famílias que não têm condições de garantir uma alimentação adequada aos seus filhos.

" Recentemente durante as visitas domiciliares, uma líder encontrou uma família em uma situação de extrema necessidade. A mãe mora com os quatro filhos, sendo que uma estava desnutrida e com asma. Contou que só tinha arroz e feijão para dar aos filhos, no café da manhã, almoço e jantar", relata Cleidiane. "A família vive apenas com um benefício de R$ 415,00 do bolsa família. Vive na zona rural em uma casa de taipa, sem banheiro e sem piso. Além do mais,  não tem creche para os filhos, o que impede a mãe de trabalhar".

Atenta a essa realidade de muitas comunidades brasileiras, a Pastoral da Criança, através da ação dos mais de 207 mil voluntários, orienta as famílias nos cuidados com as crianças, incentivando as hortas caseiras, forma simples e barata de diversificar a alimentação da família; o plantio de árvores frutíferas e a criação de galinhas, que podem complementar a alimentação. Os líderes também orientam sobre cuidados com a prevenção da saúde das crianças, como não ter animais dentro de casa e fogão a lenha, pois a fumaça agrava os casos de asma e outras doenças respiratórias.

É importante que os líderes levem esta situação para ser tratada durante a reunião de avaliação e reflexão da comunidade e levantar as causas e apresentar este ponto de atenção às coordenações da Pastoral da Criança e ver se articular com outras forças da comunidade e do município para ajudar o líder como melhor tratar dessas questões enfrentadas na sua missão de levar vida às crianças e sua família.

Saiba mais sobre o acompanhamento nutricional da Pastoral da Criança