irma-vera-jornal-205Queridos(as) líderes:

A cada ano o Natal nos comove e nos inspira a transmitir uma mensagem de amor e paz a todos que nos cercam. Mas agora precisamos ir adiante. Não bastam só boas intenções, não bastam só palavras. As notícias que o mundo nos traz de tanta violência, tanta discriminação, tantos conflitos familiares pedem decisões, posturas corajosas e gestos concretos. O que você e eu podemos fazer nesse Natal para que o mundo e as famílias tenham um pouco mais de paz em suas vidas?

Saiba mais: Natal

 

Natal é tempo de aprofundar, contemplar e assimilar o Mistério do nascimento do Filho de Deus. É tempo de compreender que Deus fez morada entre nós; é sobretudo tempo de agradecer ao Pai que nos deu o maior presente: Jesus na gruta de Belém. E pensando bem, quantos “Jesus” acompanhamos durante este ano? “Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes.” (Mt.25,40)

Fico pensando nas circunstâncias do nascimento de Jesus. Lucas nos fala: “Enquanto estavam em Belém, se completaram os dias para o parto e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro da casa”. Maria e José estavam fora de sua casa, em uma cidade que não era a sua, num lugar onde as crianças não nascem em uma estrebaria de animais. Já pensaram o que significa tudo isto? A gente fica pensando: qualquer mãe gosta de agasalhar seu filho no seu nascimento, preparar-lhe suas roupinhas e o seu quarto. Por que Maria não pôde ter tudo isto?

Nós todos sabemos que o Pai enviou seu Filho ao mundo para propor de novo o seu projeto de uma vida plena para todos os seus filhos e que estes pudessem viver em fraternidade, na solidariedade, no amor mútuo construindo um modo de viver em sociedade que fosse digno para todos. Por isto, o projeto de Jesus é que “todos tenham vida e a tenham em abundância”. (Jo 10, 10)

E o que tem a ver tudo isto com o nascimento tão pobre de seu Filho concebido por sua Mãe Maria? Na verdade, precisamos pensar que a sociedade na qual nasceu Jesus era uma sociedade de gente muito pobre. Ele não poderia nascer de modo diferente. Ele estava se encarnando, isto é, tomando carne, estava começando a participar da vida das pessoas com as quais estava convivendo.

E aqui eu vejo um aspecto muito importante para o nosso trabalho como líderes da Pastoral da Criança: nós somos pessoas que fazemos parte de nossa comunidade, falamos a mesma linguagem das pessoas com as quais convivemos. Somos uma delas. Estamos como Jesus, nos “encarnando” em nossa comunidade. Não é bonito isto na Pastoral da Criança? O líder pertencer à comunidade e atuar na sua comunidade? Por isto, todos os dias podemos dizer que é Natal, quando lutamos pela vida em abundância para todos.

Mas, por outro lado, as condições em que Jesus nasceu são as mais pobres que poderiam ser em seu tempo. Ele nasceu como um dos últimos daquela sociedade. Nenhum dos nossos filhos nasceu em condições tão precárias.

O Pai quer ensinar a nós, líderes da Pastoral da Criança, que em nosso trabalho pastoral, precisamos dar maior atenção às pessoas que vivem em piores condições de vida, não só de pobreza, mas, muitas vezes, em condições familiares deploráveis, complicadas. Há ocasiões em que não sabemos bem como ajudá-las. Por isto, em nossas RRAS é muito importante a ajuda mútua para encaminhar da melhor maneira possível estas famílias.

E aqui nós voltamos ao projeto do Pai de uma vida digna para seus filhos em uma vivência de fraternidade. É este projeto que estamos construindo na Pastoral da Criança. A nossa comunidade estará vivendo este projeto do Pai na medida em que ajudamos as famílias, fazendo parte de suas vidas, convivendo com elas no dia a dia e conseguindo dar mais atenção às famílias que mais necessitam. Como nos falou o Papa Francisco: “É preciso sair de nós mesmos rumo a todas as periferias existenciais”. Com a nossa presença, as famílias terão uma vida mais digna e mais condições de viver uma vida de solidariedade e de paz.

Queridos(as) líderes, já pensaram que em nossa comunidade nós somos como o anjo do Senhor que anunciou aos pastores o nascimento de Jesus?

Nós também anunciamos o nascimento de Jesus e a boa noticia que ele nos traz: o Pai quer realizar o seu projeto. É exatamente o que nos diz o Guia do Líder, página 293: “Na Pastoral da Criança anunciamos a boa nova ajudando gestantes e famílias a perceberem a sua dignidade de filhos de Deus. À medida que criamos condições para as crianças se desenvolverem, elas vão adquirindo condições dignas de vida plena e realizam o projeto de Jesus”.

Queridos(as) líderes! Estamos percebendo que o Natal é o nosso dia. Vamos celebrar toda esta nossa atuação missionária em favor de nossos irmãos. Somos muito felizes por ter a oportunidade de colaborar no projeto do Pai. Por isto, todos os dias podemos dizer que é Natal, quando lutamos pela vida em abundância para todos. Coragem, pois a nossa missão é igual a de Jesus. Nunca desanimemos de nossa missão.

Na certeza de que em seu coração há um lugar todo especial para o Menino Jesus nascer, nós, da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança, desejamos um Feliz e abençoado Natal a você e a todos aqueles que durante este ano fizeram parte de sua vida, em especial sua família. Não importa aonde você esteja, o melhor Natal é aquele cujo presente mais importante é o Filho de Deus. Tenham todos um Ano Novo de muita paz e esperança, de harmonia e alegria, de amor e serviço aos mais necessitados

Obrigada por tudo. Feliz Natal e Feliz Ano Novo!

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