Foto: Acervo da Pastoral da Criança
Os pais servem de espelho para os filhos em todos os sentidos. Na higiene, não seria diferente. Mesmo antes do nascimento dos filhos, é preciso ficar atento para que os pequenos se desenvolvam e tenham um ambiente adequado onde possam crescer com saúde.
Assim como visitar o médico e manter a carteirinha de vacinação em dia, é preciso cuidar da higiene pessoal e dos ambientes que nos rodeiam, para evitar doenças. Limpar os cômodos, não esquecer dos cantinhos e ventilar bem a casa, abrindo as janelas e deixando o sol entrar, são atividades diárias e que melhoram a qualidade de vida das crianças e dos adultos.
Eliane Correia de Araújo Bezerra, coordenadora da Diocese de Jaboticabal (SP), conta: “A gente acompanhava uma família bem desestruturada. A mãe vivia de reciclado, catando lixo na rua e nos ela tinha duas crianças pequenas. Quando chegamos na casa, era aquela sujeira, juntamos umas 3 líderes e fomos fazer uma faxina. Nesse dia, ensinamos a mãe como ela devia organizar o lixo reciclado, conversamos sobre a importância de manter a casa limpa e que o lixo traz sujeira, baratas, ratos e também, doenças. Nos outros meses quando voltamos visitar, reparamos que a casa estava limpinha e ela manteve assim, está tudo arrumadinho”.
Dra. Zilda
“A Pastoral da Criança, é onde a solidariedade humana, os conhecimentos sobre a saúde, a nutrição, a educação e a cidadania se multiplicaram”.
Papa Francisco
“O futuro da humanidade não está unicamente nas mãos dos grandes dirigentes, das grandes potências e das elites. Está fundamentalmente, nas mãos dos povos; na sua capacidade de se organizarem e também nas suas mãos que regem, com humildade e convicção”.
“Os profissionais muitas vezes são um pouco amargos, só cobram da família e dizem que está tudo sujo, que a criança ficará doente e assim por diante. Nós, da Pastoral da Criança, precisamos ter outra postura, para que possamos nos aproximar da família e para que a mãe nos receba na casa dela”, explica Maria de Fátima da Cruz Silva, da comunidade de Imaculada Conceição (MA). “Eu tive um grande desafio relacionado à questão da higiene com uma mãe. Na época, a mãe que eu acompanhava tinha perdido uma filha em um acidente e ela ficou desequilibrada durante a segunda gestação, ela se isolou da família, parou de se cuidar e de cuidar da casa. Eu fui me aproximando dela, lidando com a limpeza da casa junto com ela, orientando sobre todos os tipos de higiene, até mesmo a dos alimentos e aos poucos fui ensinando. Ela aprendeu e entendeu como a higiene mexia com a saúde dela e do bebê. Hoje ela sempre diz que eu não criticava, eu ajudava. Isso é ser da Pastoral da Criança, é não ver só as cobranças, mas também a situação em que a pessoa se encontra”, complementa.
Eliane também lembra que é preciso dar um passo de cada vez: “Primeiro, você precisa fazer amizade com a mãe. Se você chegar com aquela autoridade, mandando, você vai perder a mãe. É preciso ir visitando, conversando e se possível, fazer uma amizade que dê para chegar e perguntar se a pessoa quer ajuda para lavar a louça, por exemplo. Diga que está com tempo, que vai dar uma mão para vocês, juntas, poderem arrumar rapidinho. Enquanto você lava a louça, a pessoa vai passando a vassoura. É uma pequena ação que faz com que a pessoa repare na própria casa e, às vezes, até fique incomodada com a situação em que estava vivendo. Com certeza, na próxima vez, aquele ambiente já vai estar mais limpo”, comenta.