Foto: Acervo da Pastoral da Criança
A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (Rede BLH), parceria do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a maior e mais complexa rede de bancos de leite humano do mundo. Dos 292 bancos de leite existentes no planeta, 217 são brasileiros e há, ainda, outros 167 postos de coleta, reconhecidos pela OMS.
O Brasil, além de líder em doação de leite humano, tem o maior número de doadoras. Mas, isso não impede que, principalmente no período de festas e de final do ano, o estoque caia cerca de 40% nos bancos do país.
Informação e solidariedade em Cristalândia (TO)
Antonia das Dores Pereira, coordenadora da Diocese de Cristalândia (TO), conta: “Quando incentivamos as mães na preparação do seio para amamentar, em como dar de mamar, ensinamos como fazer a ordenha. Tanto para ter uma boa experiência com a amamentação, quanto para a arrecadação do leite materno para salvar vidas”. O leite produzido em excesso, e doado por uma mãe, pode ser a chance de sobrevida e cura para um outro bebê, especialmente para as crianças que nascem com baixo peso, prematuras ou com algum problema de saúde.
Dra. Zilda
“Deve-se valorizar o leite do peito, que protege a criança, alimenta-a e lhe dá a grande experiência do verdadeiro amor, alicerce da segurança afetiva e do desenvolvimento”.
Papa Francisco
“É hora de mudar mentalidade e deixar de pensar que não depende das nossas ações se alguém padece de fome”.
“Se as mães nos falam que têm dificuldade para amamentar, que não tem bico no seio ou que o leite é fraco, nós ensinamos para elas. O mesmo deve ser feito com a ordenha. Hoje, o maior problema é que as mães, principalmente as de primeiros bebês, acham que se tirar o leite, elas não vão ter o suficiente para sustentar a sua própria criança. Nós temos de explicar que quanto mais elas tirarem, mais elas vão ter. Por isso, nós damos palestras e incentivamos a doação”, relata a coordenadora diocesana.
O leite materno, que deve ser exclusivo até os 6 meses de idade e complementado por outros alimentos até os 2 anos, é essencial para proteger os recém-nascidos. Uma vez que contém todas as substâncias necessárias e defende o bebê de doenças, como diarreia, infecções respiratórias, entre outras.
Hoje, aproximadamente 160 mil bebês recebem o leite doado. Tanto os que estão nas unidades neonatais, quanto aqueles que as mães, por algum motivo, têm dificuldade em produzir leite ou não podem amamentar.
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Espalhe essa ideia!
Mesmo com os índices do Brasil, a quantidade ainda não é suficiente. “Hoje, nós ainda não temos um bom número. Aqui, são cerca de 10% das mães que doam leite. Então, nós fazemos campanha com as mães acompanhadas pela Pastoral da Criança, nas visitas domiciliares e também nos hospitais. A minha dica para as líderes é que elas vão realmente ao encontro daquelas mulheres que estão amamentando. É por meio de chegar na mãe, conversar e orientar, que conseguimos as doações para os bancos e podemos ajudar os bebês”, relata Antonia.
Alguns bancos do país, possuem uma parceria com o Corpo de Bombeiros do seu estado, em que os bombeiros passam na casa das doadoras para recolher o leite congelado. “Em Palmas (TO), nós temos uma parceria com os bombeiros. Eles vão buscar o leite e levam até o banco. Temos também, uma parceria para arrumar os frascos, para armazenar o leite”, conta a coordenadora.
Os endereços dos Bancos de Leite Humano podem ser encontrados no site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano.
2º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Fome Zero”
Entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável elencados pela ONU, está a Fome Zero, que tem como propósito: “Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”. O leite materno, considerado o mais rico e completo alimento do mundo, supre todas as necessidades dos bebês e é produzido pela própria mãe. Além disso, a amamentação é um ato de sustentabilidade. Quando uma mãe amamenta, ela opta pela preservação do nosso planeta e dos recursos dele, ao não utilizar mamadeiras, leite em pó e outros itens que contem embalagem, favorecendo, assim, o ecossistema.