Foto: Marcello Caldin
A hanseníase é, atualmente, um problema de saúde pública no Brasil, que é o segundo país com a maior prevalência dessa doença, ficando atrás apenas da Índia. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a cada ano, são registrados cerca de 31 mil novos casos desta doença infecciosa, causada por um micróbio chamado bacilo de Hansen. A hanseníase pode atingir homens e mulheres em qualquer idade, sendo mais grave quando atinge pessoas com menos de 15 anos. Quando descoberta, é simples de ser tratada.
A seguir, Pe. Ademar Rover, assessor da coordenação nacional da Pastoral da Criança, compartilha mais informações sobre esta doença e chama a atenção para o envolvimento da sociedade nas ações preventivas.
Programa de rádio Viva a Vida
Programa de Rádio 1269 - 25/01/2016 - Hanseníase e doenças negligenciadas
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
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O que é a hanseníase?
Hanseníase é uma doença já conhecida desde os tempos bíblicos. É causada por um bacilo descoberto por Gerhard Hansen, cientista norueguês, em 1873. Este bacilo ataca os nervos periféricos.
Como a pessoa pode reconhecer a hanseníase?
A primeira manifestação é na própria pele. À medida em que os bacilos vão destruindo os nervinhos debaixo da pele, a pele também se transforma e mostra existência da doença. Porém, há uma outra forma menos conhecida, e que é mais difícil de ser diagnosticada, que é a chamada manifestação neural pura - quando um bacilo atinge um nervo sem se manifestar na pele.
É possível prevenir essa doença?
A prevenção, em certo sentido, é possível se morar num ambiente saudável, fazer com que o sol entre nas casas, que não haja aglomeração na casa onde alguém possa estar contaminado. Mas, é bom saber que qualquer pessoa que seja suscetível - em média, 15% das pessoas - pode ser acometida pela doença.
Pe. Ademar Rover
Por que a Pastoral da Criança entrou nessa campanha de combate à hanseníase?
A Pastoral da Criança tem uma parceria com o Ministério da Saúde. Por isso, o Ministério solicitou, há mais de 10 anos, à Dra. Zilda para que ajudasse nesse esforço do país com relação à eliminação da hanseníase.
Leia a entrevista na íntegra:1269 - Entrevista com Pe. Ademar Rover - Hanseníase e doenças negligenciadas (.PDF)
Diagnóstico e prevenção
O diagnóstico da hanseníase é feito pelo dermatologista, e envolve a avaliação clínica do paciente, com aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora, etc. Se o dermatologista desconfiar de alguma mancha ou ferida no corpo do paciente, poderá fazer uma biópsia da área ou pedir um exame laboratorial.
Foto: Studio Cl Art
É importante lembrar que a hanseníase é uma doença totalmente curável, e não há motivo para preconceito. É importante ficar atento aos sinais e procurar o dermatologista, ele prescreverá o tratamento adequado.
A melhor forma de prevenir a doença é mantendo o sistema imunológico eficiente. Ter boa alimentação, praticar atividade física, manter condições aceitáveis de higiene também ajudam a manter a doença longe, pois, caso haja contato com a bactéria, logo o organismo irá combatê-la.
Outra dica importante é convencer os familiares e pessoas próximas a um doente a procurarem uma Unidade Básica de Saúde para avaliação, quando for diagnosticado um caso de hanseníase na família. Dessa forma, a doença não será transmitida nem pela família nem pelos parentes próximos e amigos.