Dom Liro Bispo Janeiro“Deixai vir a Mim os pequeninos porque deles é o Reino dos Céus”. Jesus se aproximou das crianças, dos mais fracos, dos sem voz e vez, de todos aqueles que estavam à margem da sociedade, sem acesso aos bens essenciais da vida. Jesus deu preferência aos abandonados e esquecidos, os que precisavam de maior atenção. “Todas as vezes que fizerdes isto ao menor dos meus irmãos é a mim que o fazeis”. Seremos julgados pelo amor que tivermos uns para com os outros. A bondade, o amor e a misericórdia de Deus passam por aqueles que assumem as atitudes de Jesus que não veio para condenar, mas para salvar.

 

O Reino de Deus exige de nós um espírito de participação, sem o qual estaremos nos instalando em nossas falsas seguranças e o pouco que temos nos será tirado. A lei fundamental do Reino é a generosidade. A generosidade tem outro nome: amor. Esse amor é sem limite. Não podemos desistir, mas generosamente continuar a criar uma rede tal de amor que o Reino se torne mais evidente aos olhos dos homens. Não podemos cruzar os braços diante de tantas situações de miséria, especialmente com relação às crianças que necessitam e esperam pelo nosso amor.

Não recebemos os mesmos dons. Há os que recebem muito e outros pouco. Deus não espera de nós o impossível, mas colaboração generosa. Cabe a cada um descobrir os dons que recebemos e pô-los em ação. Não tenhamos medo do que o Senhor nos confiou, não joguemos fora o que Ele nos confiou. Do contrário, a nossa parte fará falta. Muitas pessoas, líderes, entenderam a mística, o espírito, a necessidade de acolher a proposta da Pastoral da Criança. Quantos trabalhos bonitos, de muita dedicação, que são decorrências da fé e do amor a Deus e aos irmãos, proporcionando a todos o direito à vida digna e humana. Jesus, o Bom Pastor, veio para nos ensinar a cuidar da vida. Ele deixa as 99 ovelhas e vai em busca da que se perdeu.

Através da ação evangelizadora, a Igreja está a serviço da vida plena para todos. A fé se traduz em ações transformadoras. A missão dos discípulos é o serviço à vida plena. O discípulo missionário é convidado a abrir seu coração para todas as formas de vida ameaçada desde o seu início até a morte natural. O discípulo missionário pelo seu amor a Jesus Cristo não aceita as situações de morte. Não se cala diante da vida impedida de nascer; não se cala diante da vida sem alimentação, casa, terra, trabalho, educação, saúde, lazer. Desse modo, a Igreja tem a importante missão de defender, cuidar e promover a vida, em todas as suas expressões.

A infância sendo a primeira etapa da vida do recém-nascido, constitui ocasião maravilhosa para a transmissão da fé. Que possamos avançar para águas mais profundas, que ninguém guarde para si a semente do amor que foi plantada no seu coração, mas que se transforme em acolhida, dedicação, visitas, disponibilidade e possamos ver  como diz um cantor: “Viva a vida, salve o amor, como é tão lindo a alegria de quem te segue, Senhor”.

Dom Liro Vendelino Meurer
Bispo da Diocese de Santo Ângelo
Rio Grande do Sul