Líder, você provavelmente ouviu falar da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). Este título para os hospitais é concedido desde 1992 no Brasil, pelo Ministério da Saúde em parceria com o Unicef. As mudanças mais recentes da inciativa foram escritas na portaria nº 1.153, de 22 de maio de 2014, do Ministério da Saúde. A Pastoral da Criança sempre colaborou para que houvessem muitos hospitais amigo da criança, pois eles se tornam hospitais preparados para acolher a gestante e a criança. Todos os trabalhadores do hospital são envolvidos nos dez passos para o aleitamento materno: zeladores, porteiros, diretores, profissionais da saúde. Esta iniciativa existe em mais de 330 hospitais, com o objetivo de promover a saúde da criança e da mulher e incentivar o aleitamento materno no Sistema Único de Saúde (SUS).

Mas ser amigo da criança tem que ser para valer. Saiba quais são os dez passos para o sucesso do aleitamento materno assumidos pelos Hospitais Amigo da Criança:      

Passo 1 - Transmitir o valor do Aleitamento Materno a toda equipe de cuidados de saúde;

Passo 2 - Capacitar sobre como colocar em prática o aleitamento materno;

Passo 3 - Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento materno;

Passo 4 - Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento, conforme nova interpretação, e colocar os bebês em contato pele a pele com suas mães, imediatamente após o parto, por pelo menos uma hora e orientar a mãe a identificar se o bebê mostra sinais que está querendo ser amamentado, oferecendo ajuda se necessário;

Passo 5 - mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação mesmo se vierem a ser separadas dos filhos;

Passo 6 - não oferecer a recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser que haja indicação médica e/ou de nutricionista;

Passo 7 - praticar o alojamento conjunto, permitir que mães e recém-nascidos permaneçam juntos 24 (vinte e quatro) horas por dia;

Passo 8 - incentivar o aleitamento materno sob livre demanda;

Passo 9 - não oferecer bicos artificiais ou chupetas a recém-nascidos e lactentes;

Passo 10 - promover a formação de grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses grupos quando da alta da maternidade, conforme nova interpretação, e encaminhar as mães a grupos ou outros serviços de apoio à amamentação, após a alta.

A Iniciativa Hospital Amigo da Criança propicia que o parto aconteça em melhores condições para a mulher. Ela recebe apoio para amamentar a criança e assim nutri-la com o único alimento que a criança precisa até os seis meses de idade. Nesta nova portaria do Ministério da Saúde, está garantido que o pai, a mãe ou uma pessoa de confiança da família fique 24 horas com o bebê enquanto estiver no hospital, inclusive na UTI Neonatal. Todos sabemos que essa é uma excelente oportunidade para criança sentir o amor e o cuidado da família desde as primeiras horas após o nascimento. Estudos como os “primeiros mil dias da vida da criança (9 meses da gestação, mais os dois primeiros anos de vida) demonstram como a nutrição da mãe e da criança influenciam na prevenção de doenças na vida adulta. Esperamos que centenas de hospitais sejam credenciados como amigo da criança.

A Pastoral da Criança acompanha com atenção o que acontece nos hospitais e maternidades. Mais de 90% dos partos no país acontecem nestes locais. As principais causas de morte materna e mortalidade infantil estão relacionadas com os serviços de saúde, seja no pré-natal, no parto e no pós-parto. Na Portaria 1.153/14 e está claro que o Sistema Único de Saúde deve informar a gestante o local onde ela vai ganhar o bebê, o que evita que no momento do parto ela tenha que procurar nos hospitais uma vaga disponível. Na Portaria, a gestante também tem assegurado o direito ao acompanhante nas consultas e no momento do parto. Outra vantagem é o incentivo ao parto natural em vez do parto por cesárea. Existem muitas falhas no atendimento ao parto em algumas cidades. Nossos líderes choram ao relatar que acompanham a gestante durante nove meses e, por causa de erros no hospital, a gestante entra, mas ela e a criança saem sem vida do hospital. Muitos dos casos de morte precoce podem ser evitados com melhor qualidade no atendimento. Líder, informe os articuladores e as coordenações da Pastoral da Criança sobre os pontos de atenção na hora do parto. Juntos somos mais fortes para impedir que mortes evitáveis aconteçam na hora do parto.

Clóvis Boufleur
Gestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança