Olá, lideres, estamos de volta para conversarmos sobre atividades que vocês com certeza realizam no decorrer de sua missão na comunidade. No mês passado, conversamos sobre o que fazer quando nos deparamos com crianças com diferenças no seu organismo e que não recebem atenção necessária por parte dos órgãos públicos. Hoje, vamos continuar nossa conversa, trazendo situações encontradas por alguns líderes, onde os pais não aceitam ter um filho com diferenças no seu organismo e acham que é castigo de Deus.

Temos alguns relatos, feito por líderes, que essa é uma situação encontrada muitas vezes, nas famílias que acompanham e eles se deparam com a seguinte questão: Como agir, como trabalhar com Wessa família?

Primeiramente, é necessário saber se essa diferença no organismo da criança foi causada durante a gestação ou se aconteceu durante o parto, pois pode ser uma causa congênita, isto é alterações que ocorrem durante a formação do bebê e que tem várias causas para que isso ocorra, que não é possível intervir, ou foi causada por situações que poderiam ser evitadas.

As causas congênitas, na sua grande maioria, não podem sofrer mudança, apesar da ciência já estar bastante adiantada e alguns casos serem resolvidos ainda durante a gestação do bebê. Têm algumas cirurgias que reparam algumas deficiências na formação do bebê. Outros casos, que acontecem na hora do parto, poderiam ser evitadas se o pré- natal e o atendimento na hora do parto fossem adequados. Em nenhuma situação, podemos ou devemos culpar

Deus ou encarar como castigo. Deus quer para todo ser humano uma vida plena e sem sofrimento.

Como ajudar os pais e familiares nesta hora? Não achamos que seja fácil trabalhar numa situação como esta. O quadro já está instalado, o que podemos fazer é colaborar, orientar a família a:

• Buscar atendimento adequado para a criança o mais rápido possível, pois quanto antes esta criança iniciar seu tratamento, mais facilmente poderá ter seu desenvolvimento favorecido, por pior que seja a situação.

• Tomar algumas atitudes, no caso do município não apresentar nenhuma alternativa de tratamento. É importante seguir as orientações passadas no mês de janeiro, como por exemplo, reunir todos os interessados e insistir com as autoridades para buscar solução para o problema apresentado.

• Incentivar sempre os pais a lutarem pelos seus direitos e principalmente direitos das crianças.

• Conversar sempre com essa família de que a criança necessita, por pior que possa ser o quadro clínico, de atenção, amor e carinho.

• Orientar a família que em casa devem estar sempre motivando e integrando a criança no seu meio, com conversas, brincadeiras, etc.

• Quanto mais essa criança for estimulada, maior será o seu desenvolvimento.

Há outras possibilidades de ajuda a estas famílias, é encaminhá-las para a assistência social do município, principalmente para os CRAS, pois lá encontrarão profissionais para conversar com a família. Também podem procurar o articulador de saúde da Pastoral da Criança para apresentar a situação e pedir que ele peça encaminhamentos junto ao Conselho Municipal de Saúde e conversar na Unidade Básica de Saúde (UBS) para saber qual é a melhor forma de orientar a família e pedir um atendimento adequado de pré-natal e parto.

Na visita à família, não esquecer de verificar com atenção os indicadores de oportunidade e conquista para cada faixa etária da criança.

Reforçamos ainda estas que são orientações, mas sempre que necessário recorrer ao coordenador de ramo, de Setor e outras estâncias superiores, caso não consigam resolver somente na comunidade.

Até o próximo mês!