Janeiro é ano novo para renovar antigos compromissos e desejos. Um dos desejos antigos e sempre novo é o desejo pela Paz no mundo. Vamos começar o ano orando pela paz e justiça no mundo. A espiritualidade cristã deve ser uma expressão de paz e reconciliação. Essa é a melhor denição de religião que temosentre os cristãos.
A religião deve reconduzir o povo para sua inteireza, para sua plena saúde e salvação. Religião é relação amorosa e curadora.
A comunidade cristã é o lugar do respeito às diferenças e o lugar do exercício da misericórdia de Deus. Ninguém pode ser excluído nem desprezado. Jesus disse que veio trazer a Paz, não a paz do mundo, mas a paz que é fruto da ética, justiça e amor para com todas as pessoas e para com o planeta.
O testemunho da Pastoral da Criança é um exemplo de ternura e partilha gratuita de tempo, palavras, espírito que colabora para que a vida seja mais plena e mais justa. Ministério que colabora para o Reino e para ensinar boas práticas de vida e boas relações na comunidade. Não se pode deixar afetar pelo perigo do individualismo que gera exclusivismos e intolerâncias.
No hemisfério norte do mundo, de 19 a 25 de janeiro celebra-se a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Aqui no hemisfério sul celebramos a semana de oração no contexto da Festa de Pentecostes. O tema deste ano é “Dá-me de beber”, retirado do Evangelho de João 4: o encontro de Jesus com a mulher samaritana. Em Janeiro, também celebramos a festa de São Paulo Apóstolo. São Paulo é conhecido por ser um grande missionário e um grande advogado da unidade e da reconciliação.
O Evangelho de João, capítulo 4, nos introduz e nos alerta a comportamentos que normalmente não estamos acostumados. Este encontro está cheio de desaos e de propostas para a vida espiritual hoje em dia. É necessário passar pela Samaria: sair de onde você está e encontrar aquela pessoa e situação que são diferentes para você, as quais você não está acostumada. Pedir: é importante aceitar nossa condição de pessoas necessitadas e desejosas de água, sabendo que esse encontro vai nos ajudar a encontrar a água viva que nunca acaba, que é Jesus. Abandonar nossas certezas: não é ali nem aqui que devemos adorar ao Senhor, mas em espírito e verdade. Precisamos perceber que há sempre outras possibilidades de resolver conitos e aprender uns dos outros. E sair para proclamar. Essa mulher é a primeira missionária, no Evangelho de João, da Boa nova de Jesus. Quem sabe aprendemos dela, a abandonar nossos baldes de água e nossos lugares seguros para anunciar que Jesus é o Cristo, que transforma todas as relações.
Penso que são duas inspirações para nossa reexão nesse mês. Sugiro meditar Efésios 4 e João 4, orando pela unidade que gera paz e soluciona conitos, do jeito de Deus e não da humanidade. Paulo Ueti Assessor da Pastoral da Criança