jornal-206-abaetetuba paOlá, líderes, neste mês vamos conversar com vocês sobre um tipo de necessidade sentida com a qual podem vir a se deparar. Sabemos que no acompanhamento das crianças vocês encontram algumas situações em que as crianças apresentam diferença no funcionamento de seu organismo, quando as observam com os Indicadores de Oportunidades e Conquistas- IOCs. E, mesmo que orientem as famílias com base no que consta nas páginas 281 a 285 do Guia do Líder, essas crianças vão necessitar também de um atendimento especializado. Infelizmente, muitas vezes, essas crianças não recebem a atenção que deveriam por parte dos órgãos públicos estaduais e municipais.

Um desses casos encontramos em um município do Acre, onde algumas crianças acompanhadas pela Pastoral da Criança encontravam-se nesta situação, mas não recebiam nenhum tratamento especíco.

Uma das líderes, há sete anos, vinha buscando ajuda, mas seu clamor não era ouvido. Ela já tinha sido coordenadora de ramo e vinha buscando ajuda com a atual coordenadora, com a coordenadora de Setor/Estado, mas todas não conseguiam solução, pois não dependia apenas da Pastoral da Criança.

A líder já havia preparado um relatório contando a história dos casos que ela foi encontrando nas suas visitas, com fotos das crianças, porém nunca tinha pensado em reunir os pais dessas crianças para que estes se organizassem e pleiteassem seus direitos. O máximo que ela conseguiu para a maioria das crianças foi que elas recebessem o Benefício de Prestação Continuada – BPC, “que assegura a transferência mensal de 1 (um) salário mínimo à pessoa com deciência, de qualquer idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.”

Durante a visita de uma pessoa da coordenação nacional ao município, as coisas começaram a mudar. Ela conversou com alguns pais e mães dessas crianças e orientou a se reunirem, pois em conjunto seria mais fácil conseguir alcançar seus objetivos.

A líder agendou uma reunião com os pais, mães e com algumas autoridades locais. Como resultado dessa articução, conseguiram que o município dispusesse dos medicamentos usados por essas crianças, que antes tinham de recorrer à capital do Estado, Rio Branco, cada 03 meses, pois são medicamentos controlados. Claro, que com a entrega desses medicamentos sendo feita no próprio município, facilitou e muito para os pais.

Quando retornou à sede da coordenação nacional da Pastoral da Criança, em Curitiba essa pessoa relatou o caso para toda a equipe, e a preocupação era: o que poderíamos fazer, enquanto Pastoral da Criança, para ajudar essas crianças?

E você, líder, como agiria numa situação como esta?

Muitas vezes, desanimamos com as diculdades, mas veja que com o apoio da coordenação Nacional, mobilizando e sensibilizando as autoridades públicas do município e do estado (prefeito, governador, secretário de saúde, de ação social, de educação) e até mesmo a promotoria pública, conseguimos que no mês de outubrode 2013, o Estado enviasse médicos itinerantes ao município para uma avaliação clinica das crianças. Ficou a promessa de enviarem para o município sioterapeuta e psicólogo.

É importante lembrar que as orientações que temos no Guia do Líder para essas crianças devem ser o início e a continuidade do acompanhamento delas, pois, antes de tudo, elas são crianças com as mesmas necessidades que toda criança tem: ser amada, comunicar-se e ser ouvida, brincar, aprender.

Por isso mães, pais e até vocês, líderes, que precisam encontrar maneiras diferentes de responder às necessidades dessas crianças, se articulem, procurem parceiros para juntos reforçar a necessidade de atendimento especializado que elas precisam também receber. E podem procurar as coordenações da Pastoral, pois continuamos em alerta e sempre buscando saber como as soluções estão caminhando no município.

Diante deste fato, ca bastante claro para nós que a atividade de líder vai além da Visita Domiciliar, da Celebração da Vida, da Reunião de Reexão e Avaliação, pois algumas situações com as quais nos deparamos, não conseguimos solucioná-las sozinhos. Necessitamos de outras ajudas, orientações e sugestões.

Esse relato queridos líderes, é para dizer que, se vocês encontrarem situação semelhante, encaminhem os casos para a coordenação de ramo que deverá enviar para o setor, caso não consiga solucionar e se o setor não obtiver resposta, encaminhe à coordenação nacional, pois não podemos deixar crianças que necessitam da nossa ajuda sem resposta.