Líder, o contato com o esgoto produz doenças. Os Romanos, na época de Jesus, sabiam muito bem disso. Em Roma existiam canais para levar o esgoto para fora da cidade. O esgoto era assunto de segurança e proteção da cidade.
Ao longo da história parece que nossos governantes e a sociedade ainda não entenderam que coletar e tratar esgoto significa proteger a população das doenças. Nos dias de hoje somente metade das casas no Brasil tem rede para coletar o esgoto. Destas casas com coleta, uma em cada três dispõe de tratamento para o esgoto.
O estudo "Esgotamento Sanitário Inadequado e Impactos na Saúde da População", divulgado pelo Instituto Trata Brasil em 2013, revelou que é forte a ligação entre o saneamento básico precário, pobreza e índices de internação por diarreia. Metade dos internamentos por diarreia é de crianças menores de 5 anos.
Em muitas comunidade, a população é obrigada a conviver com esgoto a céu aberto, em contato direto com dejetos na porta de suas casas. Em muitos lugares, os urubus fazem parte da paisagem. Além das doenças, a falta de saneamento causa outros prejuízos às famílias, como a falta do adulto ao trabalho, as crianças perdem dias de aulas, ficam privadas do convívio e das brincadeiras com outras crianças.
Como buscar soluções? Os líderes da Pastoral da Criança podem apresentar para a comunidade as seguintes sugestões:
1. Formar um grupo de voluntários do saneamento local e convidar os moradores e a prefeitura para ajudar.
2. Organizar reuniões de estudo nos espaços da comunidade para melhorar o saneamento básico.
3. Descrever os problemas causados pela falta de coleta e tratamento de esgoto.
4. Capacitar os jovens da comunidade para fazer pesquisas sobre as necessidades de saneamento na comunidade.
5. Apresentar os resultados da pesquisa à comunidade e definir as ações com a colaboração da prefeitura.
6. Acompanhar as ações e comunicar as informações para a comunidade.
A comunidade não pode ver esgoto passar e olhar, sem fazer nada.
Clóvis Boufleur
Gestor de Relações Institucionais.