Olá, líderes!
Este mês vamos falar do Dia da Celebração da Vida, que é uma das três atividades principais do líder da Pastoral da Criança. Já falamos da Reunião para Reflexão e Avaliação-RRA e da Visita Domiciliar. Para animar mais vocês na execução dessas atividades fundamentais do trabalho que realizam, vamos começar pensando um pouco sobre o próprio nome dessa atividade?
Conforme a Bíblia, qual o sentido de "Celebrar"?
O povo de Deus, que saiu da situação de escravidão no Egito e foi conduzido por Javé para a terra prometida, celebrou a sua Páscoa (Ex 12, 1-2. 14); nós também, renascidos em Cristo pelo Batismo em virtude da Nova Páscoa de Jesus, comemoramos na Celebração da Vida a passagem de situações de morte (desnutrição, doenças, violência, falta de harmonia e de paz) para situações de vida. Por isso, é que chamamos de Celebração da Vida a estas nossas reuniões mensais. Com o trabalho que fazem, vocês são salvadores e promotores de vida e nesse dia celebram isso com as famílias.
E o que quer dizer "Vida" na Bíblia?
"Vida" na Bíblia quer dizer: "viver com"; "viver para"; "estar presente aos outros", significa "comunhão". Assim também no Dia da Celebração da Vida, vocês estão juntos e compartilham com as famílias orientações sobre saúde, educação, nutrição e cidadania, também pesam as crianças e elas podem brincar juntas, o que é muito bom para seu desenvolvimento. Nesse dia, as famílias se reúnem para celebrar também a solidariedade, pois nele podem ser discutidos problemas que estão afligindo as famílias para que mães, pais, familiares e líderes juntos possam procurar soluções para resolvê-los.
Para saber mais sobre o sentido bíblico do "Celebrar" o Jornal da Pastoral da Criança, de dezembro de 2009, traz um artigo na página 14. O jornal pode ser acessado pelo site escolher a edição que quiser, no caso dezembro de 2009.
E, agora, vamos continuar pensando mais um pouco. Como está sendo realizada essa atividade na sua comunidade? O Dia da Celebração da Vida é um momento aguardado pelas crianças e pelas famílias? Vocês, líderes, procuram responder nele aos anseios das famílias acompanhadas? No contato com as famílias, vocês acham que elas se sentem valorizadas na sua forma de criar e educar suas crianças? E, ao mesmo tempo, vocês procuram pelo exemplo e também por conversas trazer sugestões que as ajudem a manter ou criar em casa um ambiente mais favorável ao desenvolvimento das crianças?
Sabemos que há meses em que vocês antes e depois desse dia estão animados por ter sido um dia onde realmente a Vida foi celebrada e celebrada com suas alegrias, comemorações e também celebrada por ser espaço para partilhar dificuldades e buscar soluções. Mas há outros meses em que desde a preparação parece que as coisas foram mais difíceis. Há também o caso de famílias que não valorizam esse momento de encontro, momento tão importante em um tempo em que quase não vemos nossa própria família, nossos vizinhos. Nesse dia, mães e pais podem encontrar apoio para a criação e educação de seus filhos e filhas.
Vamos, então, neste mês dar umas ideias para ajudá-los desde o início da preparação desse dia.
• Nas visitas domiciliares antes da próxima Celebração da Vida:
– informar sobre algum assunto que vai ser tratado no mês, animando para que sintam vontade de estar neste dia de encontro;
– convidar o familiar para assumir alguma tarefa no dia, como pensar numa brincadeira para propor às crianças;
- procurar incentivar bem as famílias acompanhadas que estejam passando por um momento difícil para que sintam o apoio das outras.
• Avisar, sempre que possível, em qualquer sistema de comunicação que tenha na comunidade como:
– celebrações paroquiais;
– rádios locais;
– cartazes informativos.
Acolhida
Receber e acolher a todos e a cada um é o primeiro gesto importante no Dia da Celebração da Vida. Ao chegar as crianças e familiares devem sentir que sua presença é importante e bem -vinda. É preciso sempre saber escutar de fato as famílias, como passaram o mês, se há algum problema e também partilhar as coisas boas que aconteceram. Muitas mães, pais ou avós, que se sentem sozinhos, precisam sentir que, na Pastoral da Criança, são alguém, estão ligados a um grupo de apoio, são valorizados e amados e que estão juntos para celebrar conquistas, discutir e enfrentar dificuldades.
Momento de reflexão e oração
Esse é o momento de agradecer e louvar a Deus Pai, pelo Filho, no Espírito Santo, pelo dom da vida e pedir sua luz e fortaleza para o cumprimento da missão. Ele deve ser realizado sempre de forma participativa, convidando os pais, mães e responsáveis pela criança para ajudar na preparação e na execução. Lembrando que a espiritualidade desse dia deve ser simples e alegre para agradar às crianças. Vocês podem, por exemplo:
• Fazer uma breve leitura bíblica, com rápido comentário e ligando com a vida concreta de cada dia. Procurar comentar de modo que as crianças também entendam. Isso poderá também ser feito por uma mãe ou um pai que se preparou para essa tarefa.
• Fazer uma oração que possa ter a participação das crianças para que elas possam se sentir sempre inseridas nesse momento, ou recitar um salmo de maneira que todos participem, depois de entender o sentido e a ligação com a nossa vida hoje.
• Cantar um canto com uma boa mensagem, preferivelmente com o acompanhamento de instrumento musical, o que é sempre bem aceito. Ou pedir às crianças que escolham uma música para ser cantada para o "papai do céu". Ouvir e aceitar a que elas escolherem , mesmo que não seja de cunho religioso.
• Ouvir um testemunho dos pais.
Escolha de assuntos
As conversas nesse dia devem sempre procurar responder a uma necessidade das famílias. Por exemplo, várias mães reclamam que as crianças estão ficando gripadas: pensar com elas o que pode estar causando isso, que providências podem ser tomadas em casa ou na comunidade para diminuir ou evitar que as crianças gripem facilmente. Lembrar que nessas conversas, em que estão todas as famílias juntas, não deve ser citado o nome de crianças com problema e sim comentar o problema de forma geral.
Ao destacar uma criança a mãe ou familiar pode se sentir envergonhado ou chateado por sua criança ser exemplo de uma coisa que não está boa. Mãe, pai gostam sempre de ouvir elogios a seus filhos ou filhas, não é? A conversa sobre o problema de cada criança é feita na Visita Domiciliar. Essas conversas não devem ser muito longas, no máximo uns 15 minutos.
Também podem ser colocados assuntos que os líderes vejam como necessidade, por exemplo: as famílias jogam muito lixo nas ruas e a coleta de lixo também é inadequada e procurar juntos as causas e possíveis soluções para o problema. No caso de um assunto como este, que envolve outras famílias da comunidade ou de um tema que precise ser divulgado para elas também, deve ser organizada uma Roda de Conversa em outro dia e com a participação de mais pessoas da comunidade, pois o tema é de interesse de todos.
Alguns temas podem, ocasionalmente, ser desenvolvidos por alguém da comunidade que entenda daquele assunto. Por exemplo:
• saúde física e mental: desenvolvidos por médicos, enfermeiros, dentistas (saúde bucal), psicólogos, fisioterapeutas e outros.
• assuntos de orientação geral: como importância do registro de nascimento; controle social, apresentados por advogados, professores e outros.
• relação fé e vida: por religiosos(as), sacerdotes;
• alimentação: receitas e hortas caseiras, desenvolvidos por nutricionistas, economistas domésticas. Há muitos temas que estão no Guia do Líder e podem ser apresentados e discutidos com todos. Assim, podemos aproveitar e reforçar o conteúdo do Guia do Líder.
Também no Dia da Celebração da Vida ou numa Roda de Conversa podem ser trabalhados alguns temas de acordo com a sugestão do calendário da Pastoral da Criança, por exemplo:
• Outubro: Mês da Criança, Mês Missionário e Hanseníase
• Novembro: Finados (com ênfase na prevenção da morte materna e da infantil)
• Dezembro: Natal, Dengue e Soro Caseiro.
No próximo mês continuaremos com nossa conversa sobre Celebração da Vida. Até lá!