Estimados líderes, equipes de coordenações, amigos e parceiros:
Estamos iniciando mais um mês no qual a Igreja nos convida a refletir sobre a nossa vocação. E por falar em vocação, vem a minha memória a vocação de cada um de nós. Vocação essa que sempre é um chamado de Deus e resposta de cada pessoa.
Enquanto ser humano, todos trazemos dentro de nós um desejo, um sonho, que no decorrer da vida vai sendo concretizado.
Refletindo sobre a carta de São Paulo que diz: “Vocês é que são a carta de Deus escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos ". (2Cor.3,2) pensei que, ao falar em carta, quando estamos vivendo num mundo globalizado que se diz conectado com os mais sofisticados aparelhos de multimídia, parece até uma contradição, mas não é disso que quero falar. O que quero reforçar é que todo leigo vocacionado é uma carta viva de Deus para os seus irmãos.
Desejo que nesse mês, cada um de nós que tem a bela missão de estar nessa Pastoral, seja uma “carta”, escrita com a tinta do amor, da fraternidade, da bondade, da misericórdia e da ternura. É certo que precisamos nos esforçar cada dia para sermos uma carta bem escrita, sempre com uma mensagem bem positiva e animadora para continuarmos a encantar outras lideranças.
Quando você, líder, coordenadora, apoio, visitar uma família, que possa fazer o que o Papa Francisco disse: ''o pastor deve sentir e ter o cheiro das suas ovelhas.”
Para sentir esse cheiro é necessário que sejamos ovelhas que sabem ouvir a voz de seu pastor, sermos pessoas que refletem e estudam a Palavra de Deus, que é a carta que Deus deixou para nós. Essa carta nos anima na caminhada.
Ao amanhecer daquele dia, indo ao encontro dos apóstolos que estavam chegando de uma noite de trabalho em que nada haviam pescado, Jesus não foi reconhecido. Mas, nem por isso, ele deixa de lhes dar a devida atenção, pois sabe que na missão os apóstolos enfrentarão muitos desafios e dificuldades.
Diante dos apóstolos, Jesus não fica lamentando o fracasso da pesca, mas aponta uma saída: “Lançai as redes à direita do barco”. Dessa forma ele faz ver que na missão nem sempre tudo é negativo. Mesmo que sejam pequenos, há sempre sinais da ação do Espírito de Deus na vida das pessoas, famílias e comunidades. Essa garantia vem Dele.
É sempre Jesus que vai ao encontro das pessoas, considera a situação de vida delas, as ilumina com sua presença, indica o caminho da missão e lhes dá a força e a garantia para que sejam testemunhas da fé.
Por isso, o coração delas necessita estar firmado e enraizado no amor Daquele que entregou sua vida por amor. Ele não deixa os apóstolos sozinhos, nem isolados.
A pedagogia de Jesus é determinante para que o discípulo missionário possa fazer a experiência do encontro no qual ele mesmo nos indica a direção e o significado da vida e da missão. Dessa forma, Jesus dá atenção à pessoa do discípulo e lhe concede a graça para que possa colocar Nele a sua confiança. Isto precisa acontecer não de modo isolado, cada um por si, mas em comunhão.
Fico pensando: Meu Deus, como é grande a missão que recebemos de Jesus Cristo, o bom pastor! E o quanto somos pequenos diante dessa missão! Porém, a força do Espírito Santo é que nos transforma para que estejamos disponíveis para cuidar dessa pequena porção que Jesus nos confiou que são as famílias e gestantes.
Desejo terminar essa pequena mensagem com as palavras do nosso querido Papa Francisco: "Que toda a Pastoral seja feita em chave missionária. Devemos sair de nós mesmos rumo a todas as periferias existenciais. Uma Igreja que não sai, mais cedo ou mais tarde adoece na atmosfera viciada de seu confinamento. Também é verdade que uma Igreja que sai, pode acontecer o mesmo quando uma pessoa vai para a rua: sofrer um acidente. Diante desta alternativa, quero lhes dizer francamente que prefiro mil vezes uma Igreja acidentada a uma Igreja doente”.
Com o meu abraço, minha estima e amizade.