É emocionante sentir a alegria do Autor sagrado do Livro do Gênesis ao descrever, com as categorias culturais de seu tempo, o trabalho amoroso de Deus ao criar o Universo, concluindo tudo com sua obra prima: a criação do homem e da mulher à sua imagem e semelhança. “E Deus viu que tudo o que havia feito era muito bom”. (Gn 1,31).

 Cresce nossa alegria quando ouvimos o Evangelista João afirmar: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus. Ela existia, no princípio, junto de Deus. Tudo foi feito por meio dela, e sem ela nada foi feito de tudo o que existe.” (Jo 1,1-3). É a confirmação: o que somos tem as marcas do amor de Deus. Não somos fruto do acaso. 

E ainda mais: “E a Palavra se fez carne e veio morar no meio de nós”. (Jo 1,14). Ou seja: Quem nos criou só por amor, não se contentou em nos criar, fez-se um de nós. Morreu por nós. Rasgou em sua carne crucificada a sentença de morte que pesava sobre nós. É demais!

Se vivêssemos esta verdade em nosso dia a dia seria só alegria. Não haveria intrigas, separações, drogas, infidelidades, tristeza. Infelizmente, deixamos que o ódio se instale em nós e aí é só tristeza. 

Durante este mês deixe rolar em seu coração esta verdade: “Com amor eterno eu te amei”. (Jer 31,3). Se eu existo é porque Deus me pensa, porque sou um pensamento de Deus, uma palavra de Deus. Se sou, é porque estou presente em Deus. Se Deus deixasse de pensar em mim, me converteria em cinzas, me anularia. Sou fruto de um amor infinito. Não vale à pena odiar. O amor cria, o ódio destrói. 

Dom Décio Sossai Zandonade
Bispo da Diocese de Colatina • Espírito Santo