Jesus Cristo, após a ressurreição, antes de subir aos céus deixa esta ordem: “Ide por todo mundo e anunciai o Evangelho a todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estarei convosco todos os dias até os fins dos tempos” (Mt 28, 16-20).
Durante séculos a palavra “missão” se dirigia aos religiosos e religiosas que saíam de um país e iam à terras distantes para anunciar o Evangelho. Após o Concílio Vaticano II, toda Igreja passou por novo entendimento de missão: Todo batizado, ou seja, cada um de nós tem dentro de si, pelo batismo, a vocação de ser missionário. Ser cristão é ser missionário. Mais do que nunca a Igreja necessita de missões, de anúncio do Evangelho para aqueles que não conhecem Jesus Cristo e não são batizados e de modo especial evangelizar a multidão de cristãos que necessitam de uma visita, de um anúncio do evangelho, de um convite, de conversão e de retomada de sua vida como cristãos.
Nesta mesma linha, a Palavra de Deus nos alerta que para viver a dimensão missionária em nossa vida é preciso cultivar no coração, nas atitudes, no modo de ser e agir uma atitude de serviço. Jesus nos diz: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas entre Vós não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servidor e quem quer ser o principal, seja o servidor de todos”.
O modo de ser do cristão missionário é um jeito novo, que brota da mensagem do Evangelho, ou seja, atitude de serviço, de gratuidade e de doação. O Evangelho é totalmente contrário à imposição, ao domínio e à opressão de pessoas. O que comove as pessoas e as transforma em seguidoras de Jesus Cristo são as atitudes do evangelizador, do missionário acolhedor e incentivador. É presença amiga; que sabe se condoer com a dor e tristeza, mas alegrar-se com o jeito cultural de ser das pessoas. As pessoas têm uma sensibilidade humana e afetiva e isto requer do evangelizador atitudes de proximidade, de confiança e acima de tudo que tenha uma mensagem para transmitir.
Jesus ainda continua: “Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida, com resgate de muitos”. A vida de Jesus foi um serviço continuo. De um lugar para outro, caminhava, animava, curava, acolhia as pessoas. E as multidões se aproximavam dele para ouvi-lo. Mas por amor e pelo nosso resgate, ele mesmo doou sua vida através da morte de cruz, para que todo aquele que nele crer tenha vida e seja salvo.
Que o Sagrado Coração de Jesus derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.
Dom Juventino Kestering
Bispo de Rondonópolis • Mato Grosso