Como sempre é uma grande alegria chegar até vocês, sobretudo neste mês de maio dedicado especialmente para alguém que chamamos de Mãe. E quando falamos de Mãe é lógico que cada um de nós sempre é agradecido a Deus pela própria mãe. Como dizem por aí: "pai, mãe e irmãos a gente não escolhe”. É realmente esse grande mistério que acolhemos e aceitamos para fazer parte de nossa vida e da nossa história.
Maio é o mês em que recordamos igualmente Maria, Mãe de Jesus e nossa mãe. Nosso povo tem um carinho especial por Maria. Além de devoção, temos nela o modelo e o espelho para nossa vida de fé no dia a dia, como ela o foi para o próprio Jesus. São Paulo, falando a Timóteo, diz: "Lembro-me da fé sincera que há em você, a mesma que havia antes na sua avó Lóide, depois em sua mãe Eunice e que agora, estou convencido, também há em você (2Tim 1,5). Se Paulo pode dizer isso da avó e da mãe do seu colaborador na evangelização, muito mais poderíamos dizer de Maria em relação a Jesus. Muito do que Jesus aprendeu da Bíblia e de como viver a fé no dia a dia, ele teve sua mãe como modelo.
Queremos também nos alegrar com o ocorrido no dia 24 de março passado, quando a Pastoral da Criança, juntamente com os muçulmanos, realizou em Foz de Iguaçu, Paraná, uma celebração cujo tema central foi: "Maria, exemplo para todos nós". A meditação da Palavra de Deus transparece no Cântico de Maria (Lc 1,46-55), repleto de citações bíblicas, principalmente dos salmos. Sinal de que Maria como outras pessoas religiosas do seu tempo (os anawin), conheciam a Bíblia e rezavam os salmos a ponto de conhecê-los até de memória.
É interessante a gente notar que, quando o anjo Gabriel aparece a Maria para lhe anunciar que seria a Mãe de Jesus, esta se coloca a serviço do Pai: “Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38) E qual era o serviço que o Pai estava pedindo a ela? Aceitando ser a Mãe de Jesus, aceitava também cumprir o projeto do Pai, que Jesus iria realizar: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Santo Agostinho chega a dizer que antes de Maria conceber Jesus em seu ventre, ela o concebeu pela fé em seu coração.
Queridos líderes, esta também é a missão nossa na Pastoral da Criança: queremos levar vida plena a todas as nossas crianças. Mas como levar vida plena às crianças, se suas mães encontram muitas dificuldades para terem vida plena? Neste mês de maio, seria bom pensarmos neste aspecto de nossa atuação pastoral: como é a nossa presença junto às mães que acompanhamos? Nos colocamos antes de tudo numa atitude de escuta, procurando perceber o que acontece com as mães, crianças e outros membros da família? O primeiro livro em que Deus fala é a vida, o segundo é a Bíblia.
Nossas visitas domiciliares são bem preparadas? Consultamos o Guia do Líder nas páginas onde estão os quadros para a visita domiciliar que se encontram no final de cada faixa etária para sabermos com toda a clareza quais os assuntos que vamos abordar junto às mães? Como percebemos que as nossas mães estão melhorando em suas atitudes na orientação a seus filhos?
Este contato nosso frequente e carinhoso com as mães de nossa comunidade vai nos fazendo crescer em nossa amizade com elas e vamos conseguindo conquistá-las para realizarem o projeto do Pai, como fez Maria.
Mãe, você realmente é exemplo de coragem, resistência e ousadia, assim como Maria que guardava todas as coisas e as meditava em seu coração (Lc 2, 19); você também, mãe, não só guarda, medita, mas cuida, ampara e defende a vida acima de qualquer coisa.
Tenho recebido muitos ecos de que o Jornal da Pastoral da Criança está realmente chegando às lideranças de nossas comunidades e que está sendo bem aproveitado. Parabéns! Isso muito me alegra, pois é realmente um veículo de comunicação e de formação que sempre nos ajuda a manter em dia a nossa Formação Contínua Integrada. Como vocês sabem, para Deus temos e necessitamos dar o melhor, pois as famílias a quem acompanhamos esperam muito de nós.
Nossos Parabéns e Gratidão a todas as mães do Brasil. Em especial você que é mulher, líder e que mesmo não sendo mãe biológica dedica grande parte da sua vida nessa grande missão de salvar e resgatar a dignidade de tantas famílias.
Com carinho e preces,