Estimados líderes, coordenações, parceiros e amigos:
É grande a minha alegria em chegar até vocês, primeiramente para agradecer o dom da vida de cada um e depois pelo relevante trabalho misssionário que vocês vêm fazendo. Não canso de agradecer e rezar por vocês e também de pedir ao Dono da Messe que envie mais operários(as), pois a messe é grande e os operários(as) ainda são poucos, para tantas famílias e gestantes que necessitam da nossa missão.
Nesse mês, vamos conversar um pouco sobre as visitas domiciliares e também o acompanhamento das gestantes. Sabemos que a visita domiciliar que fazemos todos os meses às famílias é uma das características da nossa missão pastoral. Segundo o nosso Guia do Líder, pois esta atividade faz parte de nossa missão, “o líder tem a oportunidade de conversar sem pressa com a gestante, os pais e familiares da criança. Com isto, ele pode conhecer melhor a situação de vida e as necessidades das famílias, para poder ajudá-las. Deste modo, ele também ajuda a reforçar laços de confiança e amizade entre eles”. (Guia do Líder, página 17)
Lembremo-nos que Jesus visitava as pessoas porque estas precisavam dele. Nós visitamos as famílias porque elas precisam de nossa ajuda. As comunidades que mais precisam de nosso trabalho devem merecer mais a nossa atenção.
O acompanhamento das gestantes, crianças e suas famílias sempre foi, na Pastoral da Criança, algo muito importante e não se restringe somente ao momento da visita domiciliar. Acompanhar é estar continuamente ligado à situação das famílias, é criar laços. Acompanhar é manifestar o interesse e a preocupação do pastor que, muitas vezes, se angustia e se preocupa com as condições desumanas das famílias; é o cuidado constante pelo desenvolvimento integral de nossas crianças; é a atitude de escutar as famílias, sabendo ouvi-las e construindo, com as mesmas, as soluções viáveis para as necessidades que afligem as nossas comunidades.
Na verdade, o que nos faz sofrer muito é quando há uma morte de alguma criança que acompanhamos. Neste momento, precisamos saber as causas para que não se repitam. O articulador junto ao Conselho de Saúde, neste momento, terá um papel importantíssimo. Nosso coração de pastores não pode ficar insensível nestas ocasiões.
Para acompanharmos as gestantes, há necessidade de estarmos atentos a elas desde o início de sua gestação e durante os nove meses subsequentes, cuidando para que tenham um pré-natal digno e bem feito. Sabemos que acompanhar as gestantes é um grande desafio, porque temos as nossas limitações pessoais e nos deparamos muitas vezes com as realidades difíceis da mãe que está gestante. Na hora do parto, há necessidade de se ter muita atenção para que seus direitos a um parto digno sejam atendidos e a criança nasça já com qualidade de vida.
Estando outro dia numa diocese, uma mãe deu um lindo depoimento sobre o momento em que ela estava grávida e que teve a graça de ter o presente de uma líder na casa dela.
As nossas angústias e preocupações nós as expomos em nossas reuniões mensais, refletindo e avaliando todo o nosso trabalho pastoral. Nossas Reuniões de Reflexão e Avaliação são momentos em que a nossa consciência de pastores fala muito alto. O líder precisa encontrar motivos para querer participar destas reuniões com os companheiros de missão.
O acompanhamento é caminhar junto. Ninguém é mais do que ninguém. Somos todos iguais. Não temos soluções prontas, cada um dando a sua contribuição construiremos uma sociedade mais igualitária, humana, justa e fraterna, conforme o Projeto de Jesus.
Na construção de uma sociedade diferente, seremos reconhecidos pelas famílias acompanhadas como verdadeiros discípulos - missionários de Jesus, numa Igreja em constante estado de Missão.
Um abraço a todos vocês. Com afeto.
Irmã Vera Lucia Altoé
Coordenadora Nacional da Pastoral da Criança
Congregacão Imaculada Conceição de Castres - CIC • Irmãs Azuis