Pandemia: ameaça a saúde de gestantes e crianças

A situação materno-infantil no Brasil e no mundo continua a exigir atenção e ação, mesmo após o pico da pandemia da COVID-19.

Embora a vacinação tenha ajudado a controlar a disseminação do coronavírus, as consequências da crise de saúde pública e os impactos sociais continuam a afetar gravemente as populações mais vulneráveis, especialmente as gestantes e as crianças.

De acordo com o relatório das Nações Unidas sobre a saúde das mulheres, crianças e adolescentes (2020), a pandemia agravou questões cruciais, como a falta de acesso a serviços de saúde essenciais, aumento da desnutrição infantil e dificuldades no acompanhamento de gestantes. Em muitos países, inclusive no Brasil, os sistemas de saúde enfrentaram sobrecarga, afetando o atendimento a gestantes e crianças, e levando ao aumento de mortes maternas e infantis.

O Brasil não foi exceção. Um estudo publicado na International Journal of Gynecology and Obstetrics em 2020 revelou que mais de 70% das mortes maternas causadas pela COVID-19 ocorreram no país, devido, entre outros fatores, à sobrecarga do sistema de saúde e à falha no acesso a cuidados adequados.

Embora a pandemia tenha diminuído e a vacinação tenha avançado, não podemos relaxar. É necessário continuar vigilantes, especialmente em áreas de vulnerabilidade, para garantir que as gestantes e as crianças não sejam esquecidas. A missão da Pastoral da Criança continua sendo essencial para combater as desigualdades na saúde e no acesso a cuidados.

Aqui estão algumas ações importantes que a Pastoral pode adotar para ajudar a superar esses desafios:

Para Líderes:

  • Acompanhar as gestantes de maneira contínua, tanto presencialmente quanto por meios digitais, sempre respeitando as orientações sanitárias locais. Isso inclui garantir que as gestantes recebam as informações necessárias sobre saúde, acompanhamento pré-natal e cuidados pós-parto.
  • Manter o acompanhamento das crianças da comunidade, assegurando que todas as crianças recebam vacinas, estejam sendo monitoradas em seu crescimento e desenvolvimento, e que as famílias saibam como lidar com eventuais dificuldades de acesso aos serviços de saúde.
  • Ficar atento à situação geral da família, pois problemas de saúde de outros membros podem impactar as crianças. Pergunte sobre qualquer necessidade de apoio, seja para consultas médicas, medicamentos ou outras dificuldades.
  • Reforçar a parceria com os serviços de saúde locais para garantir que as famílias estejam recebendo as informações corretas e o suporte necessário.
  • Estabelecer redes de solidariedade, buscando apoio entre as famílias, outras organizações e parcerias comunitárias para apoiar as gestantes e crianças.

Para Articuladores de Saúde:

  • Manter o acompanhamento dos serviços de saúde locais, garantindo que a vacinação contra a COVID-19 continue sendo realizada, incluindo a busca ativa por pessoas que ainda não se vacinaram ou que precisam de doses de reforço.
  • Fortalecer os cuidados de saúde essenciais para crianças e gestantes, além de garantir que os serviços médicos não sejam interrompidos, especialmente para atendimentos essenciais, como consultas de rotina e cuidados de emergência.
  • Manter a comunicação com os líderes da Pastoral da Criança para que possam passar as orientações mais atualizadas para as famílias, ajudando a comunidade a ficar informada sobre questões de saúde e prevenção.
  • Fomentar a solidariedade e apoio comunitário para famílias que estão em situações de vulnerabilidade, como as de pobreza extrema, falta de acesso a alimentos e serviços essenciais, especialmente em áreas mais afastadas.

Embora o coronavírus ainda represente um risco e a vacinação continue sendo fundamental, precisamos lembrar que a saúde das gestantes e das crianças deve ser prioridade. Como cristãos e missionários, nossa missão continua: "Para que todas as crianças tenham vida e a tenham em abundância". Com a colaboração de líderes, articuladores de saúde e toda a comunidade da Pastoral da Criança, podemos superar os desafios que ainda existem e garantir o direito à saúde para todos, sem exceções.

Como disse o Papa Francisco “Não é suficiente dizer que somos cristãos. Devemos viver a fé não só com as nossas palavras, mas com as nossas ações.”

Portanto, nós, como cristãos missionários na Pastoral da Criança, precisamos lembrar e atuar diariamente em nossa grande missão “Para que todas as crianças tenham vida e a tenham em abundância”.

Para inspirar:

A medida da grandeza de uma sociedade está na forma como trata aos mais necessitados, aqueles que não têm nada, mais que a sua pobreza.” Papa Francisco

A indiferença para com os necessitados não é aceitável para um cristão.” Papa Francisco

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