Vida profissional antes da Pastoral da Criança

Campanha Contra Poliomielite
 
Material de divulgação da campanha veiculado no Jornal Gazeta do Povo em agosto de 1980, criado pela Maurício de Souza Produções.
A ocorrência da paralisia infantil em crianças de zero a cinco anos no Brasil, entre 1976 e 1978, foi inferior somente à Índia, segundo a Organização Mundial da Saúde. Em 1980, Dra. Zilda foi a responsável por criar a metodologia para a campanha de vacinação contra a doença no estado do Paraná. Seu método previu o envolvimento das principais lideranças da sociedade como atores protagonistas no alcance das metas, tendo como parceiros os meios de comunicação de massa. Ela recebeu acompanhamento e assessoramento do cientista Albert Sabin (inventor da vacina contra poliomielite, mais conhecida como a vacina da “gotinha”), sua esposa e técnicos do Ministério da Saúde. O sucesso da ação fez com que a médica fosse chamada a apresentar sua metodologia e resultados aos secretários de saúde e responsáveis pela vigilância sanitária de outros estados, e que seu método fosse adotado pelo Ministério da Saúde em todo o resto do país. Neste ano foi lançado o Plano de Ação contra a Poliomielite, estabelecendo 14 de junho e 16 de agosto como dias nacionais de vacinação. O último caso de poliomielite registrado no Brasil data de 1989.
O que é a poliomielite?
A poliomielite, também conhecida por paralisia infantil, é uma doença aguda, contagiosa e causada por vírus. As vias respiratórias e de deglutição são as principais formas de entrada do vírus no corpo humano. Uma vez instalado no aparelho digestivo, o vírus da pólio se multiplica e tem início o processo infeccioso. Os principais sintomas de seu aparecimento são febre, dores de cabeça, diarreia, vômitos, dores musculares, rigidez na nuca e na região lombar. Há casos de ela não provocar paralisia, mas quando isso ocorre, na maioria das vezes, o caso é irreversível. Atualmente, no Brasil, as crianças recebem quatro doses de vacina contra essa doença: uma aos dois meses, uma aos quatro e uma aos seis, havendo um reforço aos quinze meses, sendo as duas primeiras injetáveis e as seguintes orais.
Toda Criança tem direito de:
 
A imagem registrada esta relacionada com o Ano Internacional da Criança, e a Declaração Universal dos Direitos da Criança.
Com isso, foram criadas ilustrações feitas por crianças, com idade entre zero e seis anos incompletos, do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Carlos Alberto Pereira de Oliveira, em uma ação entre o Museu da Vida e o CMEI. O tema abordado foi os Direitos da Criança, e as atividades de desenho e pintura deram continuidade ao trabalho com linguagem visual das turmas. As crianças foram repertoriadas por meio de brincadeiras, faz-de-conta, uso de figurinos, rodas de conversa, visitas de profissionais (bombeiro, policial militar, profissional), cartazes, vídeos pesquisas com as famílias e leituras de imagem para enriquecer o percurso criador do desenho e/ou pintura.
Para conhecer a Declaração Universal dos Direitos das Crianças.
 
Toda criança tem direito:
 
Princípio I – À igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.
 
Princípio II – Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.
 
Princípio III – Direito a um nome e a uma nacionalidade.
 
Princípio IV – Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe.
 
Princípio V – Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente.
 
Princípio VI – Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.
 
Princípio VII – Direito à educação gratuita e ao lazer infantil.
 
Princípio VIII – Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes.
 
Princípio IX – Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho.
 
Princípio X – Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
 
Ano Internacional da Criança.
A matéria jornalistica traz como tema o cuidado com a criança, questão essa que ganhou destaque no mundo quando o UNICEF e a ONU declararam 1979 como o Ano Internacional da Criança, data em que se completava o 20.° aniversário da Declaração Universal dos Direitos da Criança.
O conteúdo desta declaração foi alvo de avaliação crítica de diversas instâncias da sociedade nesta época, visando pensar nas soluções para os graves problemas que diziam respeito à educação, à saúde, à habitação, entre outros. “O AIC apresenta uma oportunidade singular para focalizar a consciência mundial na infância, dando-lhe a alta prioridade que merece, não apenas por si mesma, mas para o bem de toda a comunidade”, declarou Dra. Zilda à época. Ela coordenou no Paraná as atividades em torno do tema. Durante o ano, Dra. Zilda trabalhou com lideranças de instituições com potencial de capilaridade, como as igrejas, prefeituras, secretarias de Educação e da Agricultura, tendo elegido junto a eles quatro prioridades de trabalho: aleitamento materno, vacinação, saneamento básico nas escolas e a utilização da soja na merenda escolar e pelas famílias. Com a ajuda de textos básicos sobre cada tema, as lideranças eram capacitadas e mobilizadas a fim de trabalhar unidas nas comunidades
 
 
APMI Saza Lattes e Clubes de Mães. 
No mapa temos a distribuição dos Postos de Saúde e Clubes de Mães da APMI Saza Lattes na cidade de Curitiba no ano de 1973, sob gestão de Dra Zilda. Nesta época a divisão estava disposta em vinte e dois postos de saúde, vinte e dois clubes de mães, um centro de treinamento e uma loja de açores. Estes clubes tinham como objetivo instruir as mães nas ações básicas de saúde como: os cuidados na gravidez, alimentação, higiene e vacinação.
É importante apontar que até a promulgação da Constituição Federal de 1988, a saúde pública no Brasil era um direito apenas daqueles que possuíam carteira assinada e contribuíam com a previdência social, de maneira que o restante da população dependia da caridade de instituições filantrópicas. A APMI Saza Lattes era uma destas instituições; em 1980, chegou a ser considerada a maior organização não estatal de promoção da assistência social latino-americana pela Organização dos Estados Americanos – OEA.
A Associação mantinha Postos de Saúde e Clubes de Mães. Os postos ampliavam o atendimento a mães e crianças, já que na época Curitiba possuía apenas três ambulatórios materno-infantis na rede oficial.
No período de 1965 a 1978, Dra. Zilda foi Diretora Técnica da rede de postos de saúde Associação de Proteção à Maternidade e à Infância Saza Lattes, entidade filantrópica mantida tecnicamente pela Secretaria de Saúde e que ao longo de sua história recebeu ajuda financeira, tanto através de convênios com o governo, quanto com outras entidades. É importante apontar que até a promulgação da Constituição Federal de 1988, a saúde pública no Brasil era um direito apenas daqueles que possuíam carteira assinada e contribuem com a previdência social, de maneira que o restante da população dependia da caridade de instituições filantrópicas como estas.
A Associação mantinha Postos de Saúde e Clubes de Mães. Os postos ampliaram o atendimento a mães e crianças, já que na época Curitiba possuía apenas três ambulatórios materno-infantis na rede oficial. Os Clubes de Mães tinham como fundamento oportunizar às mães vivência de situações em grupo, desenvolver a sociabilidade e o sentimento de pertencimento, através também de atividades de promoção econômica, como cursos de corte e costura, tricô, bordados, etc. Em vários estados brasileiros, estes clubes constituíram-se como espaços de mobilização popular, através dos quais as mulheres puderam participar da conquista de direitos.

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