
A tuberculose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis. Ela atinge principalmente os pulmões, mas também pode afetar outros órgãos. A transmissão acontece pelo ar, quando uma pessoa doente tosse, espirra ou fala, espalhando a bactéria.
A tuberculose continua sendo uma das doenças mais perigosas do mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023, 10,8 milhões de pessoas ficaram doentes e 1,25 milhão morreram. Na América Latina, cerca de 900 pessoas adoecem todos os dias e quase 100 morrem diariamente por causa da doença.
No Brasil, a tuberculose ainda é um grave problema de saúde pública, principalmente entre os mais pobres. A falta de informação, o preconceito e as dificuldades sociais são barreiras para acabar com a doença.
As crianças estão entre as mais vulneráveis às formas graves da doença, como a meningite tuberculosa. Por isso, é muito importante que todas sejam vacinadas com a BCG, que protege contra as formas mais graves da tuberculose.
Sintomas da tuberculose
- Tosse por mais de três semanas;
- Febre baixa no fim do dia;
- Suor noturno;
- Falta de apetite e perda de peso;
- Cansaço extremo.
A boa notícia é que a tuberculose tem cura, desde que o tratamento seja feito direitinho, até o fim. O tratamento é gratuito no SUS e dura cerca de seis meses.
Quer saber mais sobre como prevenir e tratar a doença? Confira a entrevista completa com o enfermeiro e membro da equipe técnica da Pastoral da Criança, Gean Souza Soares.

Gean Souza Soares, Enfermeiro da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.
ENTREVISTA COM: Gean Souza Soares, Enfermeiro da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.
Qual é o panorama da tuberculose no Brasil, Gean?
GEAN:
O panorama da tuberculose no Brasil ainda é preocupante, porque o número de casos aumenta a cada ano. A doença continua a ser um desafio de saúde pública, especialmente em estados com maior desigualdade socioeconômica, como Amazonas, Pernambuco, Maranhão e Rio de Janeiro. E fatores de risco para a tuberculose incluem pobreza, desnutrição, tabagismo, uso de drogas, pessoas convivendo com HIV/Aids, além de condições de vida precárias, como superlotação e falta de ventilação adequada. A desigualdade no acesso à saúde, junto com o estigma social que ainda envolve a tuberculose, agrava esse cenário e o país também enfrenta desafios em relação ao controle de formas multirresistentes da doença.
Gean, a tuberculose tem tratamento e cura?
GEAN:
Sim, a tuberculose tem tratamento e cura. O tratamento é baseado em uma combinação de antibióticos. São quatro antibióticos utilizados. Nos casos menos graves o tratamento é feito por seis meses. Mas pode se postergar até por um ano. A adesão rigorosa ao tratamento é crucial, pois o abandono pode levar ao surgimento de cepas resistentes da bactéria. Em casos de tuberculose multirresistente, o tratamento é mais intenso. A cura é possível quando o tratamento é seguido corretamente, mas o não cumprimento das orientações médicas pode levar a complicações graves, incluindo a morte.
Programa de rádio Viva a Vida 1748 - 24/03/2025 - Dia Mundial de Combate à Tuberculose
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Gean, como está a situação da vacina BCG no Brasil?
GEAN:
A vacina BCG é fundamental na prevenção de formas graves de tuberculose, especialmente nas crianças. No Brasil, a vacina é administrada ao nascer, como parte do calendário vacinal, e tem se mostrado eficaz na prevenção de formas extrapulmonares e meningite tuberculosa. No entanto, sua eficácia contra a tuberculose pulmonar adulta, que é a forma mais comum da doença, é limitada. A cobertura vacinal no Brasil é alta, mas o sistema de saúde enfrenta desafios em garantir que todas as crianças sejam vacinadas adequadamente.
Gean, como a sociedade pode colaborar no combate à tuberculose?
GEAN:
Primeiramente, é fundamental a conscientização sobre a doença, seus sintomas e formas de prevenção. Campanhas educativas e o aumento do conhecimento público sobre a importância do diagnóstico precoce podem salvar vidas. Além disso, combater o estigma associado à doença é essencial para que as pessoas busquem ajuda médica sem medo de discriminação. As famílias e comunidades podem apoiar os pacientes durante o tratamento, ajudando a garantir que sigam as orientações médicas. Melhorar as condições de vida das populações vulneráveis, como acesso à alimentação adequada, saneamento e cuidados médicos, também desempenha um papel importante na prevenção. E, por fim, o engajamento em políticas públicas de saúde e a cobrança de maior investimento em saúde pública e na infraestrutura do sistema de saúde são essenciais para o controle da doença no país.
Leia a entrevista na íntegra
1748 - 24/03/2025 - Dia Mundial de Combate à Tuberculose
3º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Boa saúde e bem-estar”
3.3 Até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras doenças transmissíveis
Dra. Zilda
"Porque esse encanto que se tem no coração quando a gente coloca em prática para o bem da família, para o bem da comunidade: esse ano é sempre iluminado com a paz e o amor de Deus. Vamos trabalhar na Pastoral da Criança! Que a Pastoral da Criança é assim: quanto mais a gente se dá, mais Deus dá para a gente”.
Papa Francisco
“Rezemos por todas as pessoas atingidas por esta doença e por todos os que, de diversos modos, as apóiam”.