criança brinando de pintar as unhas

Foto: Bhutros Iaco

Você já prestou a atenção se os seus filhos, ou as crianças com as quais convive, estão se comportando de acordo com a idade deles? Na sua casa, como a infância é preservada? Você tem se preocupado com isso? Ou, às vezes, percebe que tudo anda apressado para que eles logo fiquem adultos?

Para entender melhor o que é essa “adultização” das crianças, confira a entrevista com a Ir. Veroni Medeiros, educadora e assistente técnica da coordenação nacional da Pastoral da Criança.

O que é essa “adultização” na infância?

É o processo de querer acelerar o desenvolvimento das crianças para que se tornem logo adultas. É importante situar aqui que a “adultização” provoca perda da infância, da socialização, da coletividade e do mais importante, a fase do brincar livremente.

Como os pais permitem que aconteça essa “adultização”?

Há uma falsa ideia de que toda menina ou todo menino precisam ser grandes: participar de concursos competitivos, dançar, cantar músicas de adultos.

Ir. Veroni medeiros

Irmã Veroni Medeiros

Em algumas situações, os pais vestem as crianças com os estilos dos adultos. Em especial, as meninas pintam e alisam os cabelos; usam maquiagens; colocam próteses para aumentar os dentes, os cílios; usam unhas postiças, saltos muito altos, num estilo Barbie, com intuito de exaltar a beleza. O papel dos pais é proteger a infância e garantir que as crianças possam viver felizes cada fase do seu desenvolvimento.

Quais são os prejuízos para a criança quando ela é tratada como um adulto?

O estilo adulto impede que a criança desenvolva suas oportunidades de brincar e viver feliz cada dia. A “adultização” na infância pode causar baixa autoestima, carências, fechamentos, birras. Pode, também, adiantar a maturação afetiva e sexual da criança. Outro agravante é o exibicionismo. O acesso às novas tecnologias e aos celulares de última geração oferecem status; mas não comunicam relação interpessoal.

Leia a entrevista na íntegra: 1263 - Entrevista com Irmã Veroni Medeiros - "Adultização" das crianças (.PDF)

Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

1263 - 14/12/2015 - "Adultização" das crianças

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Cada coisa tem seu tempo, vamos respeitar a infância

O dia a dia das crianças, muitas vezes, vem acompanhado de valores e expressões culturais que nem sempre correspondem à expectativa de uma verdadeira infância. Nossa sociedade valoriza a beleza, a moda e a fama provenientes de filmes, de telenovelas, das propagandas e da supervalorização dos programas apresentados pela mídia. Diante desses fatos, que afetam as crianças, é preciso rever continuamente nossas atitudes e como educá-las com amor.

As crianças, embora estejam imersas nos comportamentos, nas linguagens, nas relações e nos universos do mundo dos adultos, elas anseiam pelo brinquedo, pelos jogos infantis e pelas oportunidades de conviverem e brincarem com outras crianças. O fato de querer ser adulto antes da hora, compromete a identidade de ser criança e, consequentemente, pode levar a uma vida adulta mais tímida. Nesta relação precoce com o adulto, o ser criança se “adultiza”, confundindo os limites que diferenciam uma fase da outra.

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É muito importante deixar as crianças viverem a infância na sua totalidade. A rotina da criança é para viver a infância e brincar em plenitude. Para a criança, brincar é uma necessidade, pois essa atividade é muito importante para seu desenvolvimento.

Para os pequenos, os pais são a grande referência. As famílias, os pais, precisam criar, procurar e aproveitar espaços e momentos seguros, para que as crianças possam brincar mais em casa e na comunidade. Assim estamos promovendo vida em abundância para nossas crianças.