A Pastoral da Criança na Missão Continental
O Documento de Aparecida, nº 362 diz que “... assumimos o compromisso de uma grande missão em todo o Continente, que de nós exigirá aprofundar e enriquecer todas as razões e motivações que permitam converter cada cristão em discípulo missionário”.
O Projeto Nacional de Evangelização, intitulado O Brasil na Missão Continental, que tem como lema “A alegria de ser discípulo missionário” tem como objetivo, nos colocar em sintonia e em comunhão com todas as Igrejas particulares da América Latina e do Caribe. Nesse sentido, o “Projeto da Missão Continental visa unir, na fé e no ardor missionário, os povos latino-americanos e caribenhos. A grande intuição é ativar a energia, o potencial da pessoa que fez a experiência do fascínio do encontro com Jesus e, ao mesmo tempo, oportunizar esse encontro para aqueles que ainda não o fizeram. Queremos atingir, como interlocutores privilegiados, sobretudo os jovens, os afastados, os pobres, os excluídos” (Documento 88 da CNBB).
A Pastoral da Criança, tem a meta de se expandir para para todas as comunidades do Brasil e até para outros países, motivada ainda mais pelo que diz o documento sobre o Brasil na Missão Continental, em sua conclusão: “no espírito de serviço, somos todos convidados a nos envolver no trabalho missionário para que a Missão seja assumida sempre mais pelas comunidades cristãs do Brasil, dialogando com toda a sociedade”. Para tanto, somos chamados a:
SAIR – IR AO ENCONTRO
A Pastoral da Criança tem seu lugar de atuação prioritário na periferia e em áreas de marginalização urbana e rural. Sai e chega nas casas mais distantes das paróquias. Esse apelo, de sair em busca dos que mais necessitam de atenção pastoral, pode ser lido no Documento de Aparecida, no nº 370: "A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária... com novo ardor missionário, fazendo com que a Igreja se manifeste como mãe que vai ao encontro , uma casa acolhedora, uma escola permanente de comunhão missionária... ". Além disso, o próprio Papa Francisco conclamou toda a Igreja a sair para os lugares mais distantes: "Evangelizar jamais é um ato isolado, mas sempre eclesial. Uma comunidade é realmente adulta se consegue sair de seu recinto para levar a esperança de Jesus também às periferias. A fé é dom precioso de Deus, um dom que não se pode guardar para si, mas deve ser partilhado. Que Deus não nos deixe em casa, mas que nos empurre a sair de casa. E assim sejamos discípulos do Senhor. Gosto de dizer que a posição do discípulo missionário não é uma posição de centro, mas de periferias: vive em tensão para as periferias”.
ENTRAR – DIALOGAR
A Pastoral da Criança nos impulsiona a bater a porta de todas as casas e chegar a todas as famílias, venham elas ou não à paróquia, pertençam ou não à Igreja, estabelecendo um diálogo fundamentado na acolhida, no respeito e na escuta. O Documento de Aparecida, no número 372, nos diz: "Levando em consideração as dimensões de nossas paróquias, é aconselhável a setorização em unidades territoriais menores, com equipes próprias de animação e coordenação que permitam maior proximidade com as pessoas e grupos que vivem na região …". Sobre esse tema do encontro com os mais pobres, podemos aprender ainda de um discurso recente do Papa Francisco: “Desejo precisamente que o diálogo entre nós ajude a construir pontes entre todos os homens, de tal modo que cada um possa encontrar no outro, não um inimigo nem um concorrente, mas um irmão que se deve acolher e abraçar. Por isso, é importante intensificar o diálogo entre as diversas religiões, para que jamais prevaleçam as diferenças que separam e ferem, mas, embora na diversidade, triunfe o desejo de construir verdadeiros laços de amizade entre todos os povos”.
FREQUENTAR – ACOMPANHAR
Voluntários locais da Pastoral da Criança realizam visitas pessoalmente às famílias, todos os meses. Isso faz a diferença, pois essa presença constante estreita os laços e amizade e faz crescer a confiança nas orientações repassadas. Sobre esse tema, o Documento de Aparecida, nº 363, nos diz que é necessário: “...dar o testemunho de proximidade que entranha proximidade afetuosa, escuta, humildade, solidariedade, compaixão, diálogo, reconciliação, compromisso com a justiça social e capacidade de compartilhar, como Jesus o fez”. O novo projeto para a Centralidad de la Niñez que está sendo desenvolvido pelo Conselho Episcopal Latino-Americano – CELAM, Visão Mundial e Pastoral da Criança coloca a criança como prioridade absoluta do foco pastoral na América Latina e Caribe. A Pastoral da Criança, em sintonia com o caminhar da Igreja, abraça esse projeto e busca colocá-lo em prática através de suas ações, tanto no Brasil como no exterior.
ANUNCIAR
Ao acompanhar as crianças e gestante a partir da visita domiciliar, os voluntários da Pastoral da Criança anunciam a Boa Nova encarnada na vida e realidade cotidianas. Sobre isso, o Documento de Aparecida, no nº 372, nos diz: "... fidelidade na imitação do Mestre, sempre próximo, acessível, disponível a todos, desejoso de comunicar vida em cada região da terra." Aprofundando mais o assunto, temos ainda a palavra do Papa Francisco, que nos diz: "A fé é um dom precioso de Deus, que abre nossa mente para que possamos conhecê-lo e amá-lo. Ele quer se relacionar conosco para tornar-nos partícipes de sua própria vida e fazer com que a nossa esteja mais cheia de significado, que seja melhor, mais bonita. Deus nos ama. Saiam às ruas como fez Jesus”.
FORMAR
O caminho da formação permanente, através da mesma tarefa, dos voluntários dos meios mais populares, permite a promoção do voluntariado missionário. Sobre isso, o Documento de Aparecida, nº 371, nos diz: "O projeto pastoral da Diocese, caminho da pastoral orgânica, deve ser resposta consciente e eficaz para atender às exigências do mundo de hoje, com "indicações programáticas concretas... formação e valorização dos agentes...". E ainda, no nº 372, nos diz: " É recomendável que os agentes missionários promovam a criação de comunidades de famílias que fomentem a colocação em comum de sua fé cristã e das respostas aos problemas." Acrescentamos, ainda, as palavras do Papa Francisco: “Não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e solidário. Ninguém pode permanecer insensível as desigualdades que ainda existem no mundo. Não deixemos entrar no nosso coração a cultura do descartável, porque nós somos irmãos”.