Missionários da Pastoral da Criança em Angola
Delegados Internacionais da Pastoral da Criança já trabalha em Benguela. Neste dia 15 de Junho teve inicio as actividades do Seminário de Formação com 12 lidres das Dioceses de Bengela, Luanda e Malange, chamados seminário de capacitadores. Os trabalhos estão sendo facilitado pelas duas missionárias brasileiras no Centro de Formação do Lobito na Cassai. As actividades deram inicio com uma missa presidida pelo padre José Saliqueva. Segundo o programa além dos 12 lidres para capacitadores de formadores, outros 15 estão também envolvidos em outro seminário de Capacitadores de lideres comunitários.
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Pastoral da Criança
A coordenação internacional da Pastoral da Criança enviou a Angola uma delegação de capacitadoras constituída por Sofia Kuzy, Vanderlucia da Silva, Ir. Maria de Lurdes Mattiello e Ir. Dilva Rossi para ajudar na expansão e consolidação do serviço à criança em Angola. Para a Coordenação Nacional da Pastoral da Criança em Angola, a presença da delegação é o resultado da constatação feita pela Dra. Zilda na sua última visita. Algumas pessoas ligadas ao serviço da Pastoral da Criança nas comunidades de Malanje, Luanda e Benguela serão capacitadas nas áreas de estatística informatizada, gestão dos bens de serviço à criança na pastoral, com o incentivo de prestação de contas de modo a fomentar o diálogo e gestão transparentes. A delegação vai também testar o novo Guia do Líder Comunitário e adaptá-lo à realidade angolana. O padre José Salikeva, que responde pelo serviço em Angola da Pastoral da Criança, depois do falecimento do padre Júlio Gonçalves, apontou que o momento é de grande desafio. Por um lado, a expansão do serviço e, por outro, a consolidação nas comunidades que já têm a semente lançada. A Pastoral da Criança chegou a Angola a 12 de Outubro de 1996, e foi acolhida pela Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé (CEAST), num encontro com a Drª. Zilda fundadora e Coordenadora Nacional deste sector, no Brasil. Em 13 anos de serviço em Angola, hoje está em quase todas as dioceses do país, mas ainda não chegou, excepto as de Banza Congo, Cabinda e Lunda Norte. O trabalho é ecuménico com o princípio bíblico “para que todos tenham vida e vida em abundância”. As actividades baseiam-se fundamentalmente no acompanhamento a crianças desde a gestação no ventre materno, educação para a paz familiar como modo de proteger a criança e outras acções básicas de saúde e cidadania comunitárias
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Aconteceu em 18 de Julho de 2003, quando ao chegar em visita a uma casa no bairro 01 de Contuboel, uma pequena cidade do interior de Guiné Bissau, encontrei uma senhora idosa com uma jovem mãe com duas crianças gêmeas de 04 meses, sendo uma com apenas 05 Kg, não hesitei, em perguntar se a mãe havia levado as crianças ao hospital que ficava perto de sua casa. Como resposta costumeira, ela disse: “não tenho dinheiro para consulta”. Perguntei pelo pai e ela me respondeu que estava em outra casa, em Sonoco. Compreendi que o marido daquela jovem mãe tinha outra família. Então quis conhecer o pai imediatamente, pois era preciso consultar e internar as crianças o mais rápido possível. O pai alegou que não tinha dinheiro mas que poderia ajudar a mãe com as crianças, pois precisaria realizar uma cerimônia da religião tradicional. No momento não compreendi do que estavam falando, só mais tarde compreendi tratar-se de uma tradição mulçumana, mas sabia que era preciso agir rápido, eu Irmã Gilvanda e Irmã Genilce levamos as crianças para a enfermeira chefe, ela consultou-as sem cobrar nada.
Começamos a corrida pela vida, eu tinha conhecimento dos remédios caseiros e comidas alternativas que a Pastoral da Criança utilizava para recuperar crianças, principalmente a multimistura e o soro caseiro. Foi uma luta para fazer com que a mãe ficasse junto às filhas, pelo fato dela precisar trabalhar no cultivo do arroz, o seu pão de cada dia.
A orientação do hospital era alimentar a cada três horas, houve ajuda e assim ela pode ficar em casa e cuidar melhor das crianças. Ensinamos a mãe a fazer a papa e a multimistura e em dias alternados eu e Irmã Genilce fazíamos visitas e pesávamos a cada 08 dias. Iniciamos o tratamento e após dois meses fazíamos festa, porque uma tinha mais peso do que a outra. A situação de pobreza nos levou a procurar vários recursos, recorri a tudo que aprendi na Pastoral da Criança, utilizei sementes, farelo de arroz, casca de fruta e legumes, folhas verdes que já eram utilizadas por eles para enriquecer a alimentação das crianças na vigilância nutricional. Em menos de um ano as crianças foram recuperadas e a família acompanhada pelas irmãs e o pessoal do hospital para evitar que contraíssem malária, pelo estado nutricional que sem encontravam. Dois anos depois começaram a andar e a se desenvolver muito bem.
No mês de abril de 2009, elas completam 06 anos, são gêmeas univitelinas, muito inteligentes e espertas.
Sou grata a Deus por ter me dado a oportunidade de conhecer a Pastoral da Criança e sua maneira carinhosa de salvar vidas.
Esta é uma família mulçumana, pai NAMADO QUEITA, mãe MAMA FATI, as meninas SATAN QUEITA e FANTA QUEITA.
Contuboel, Março de 2009
Irmã Maria Gilvanda do Santos
TESTEMUNHO DADO PELA PASTORAL DA CRIANÇA DA GUINÉ-BISSAU
PARÓQUIA DE SANTO ANTÓNIO DE SAFIM
Uma senhora de família da religião tradicional que tem um filho chamado Malam Nanque entrou na Pastoral da criança com 6 meses de gestação. Agora a criança tem 2 anos de idade. Em Julho de 2008 esta criança ficou muito doente com paludismo e pneumonia grave.
Numa tarde de domingo vindo da missa, passei como de costume para fazer uma visita à criança. Encontrei-a no colo da avó à espera da morte porque para a familia não havia possibilidade de cura. A avó disse-me que não tinham dinheiro e acabaram por levar a criança à nossa casa, na missão. Daí a Irmã enfermeira levou a criança ao hospital e ficou internada na pediatria durante 15 dias. O pai da criança queria levá-la de volta para fazer tratamento tradicional. Eu insisti para que deixassem a criança no hospital e fui cuidando dela. A criança acabou por melhorar e ter alta. A mãe agradeceu imenso e disse que se não fossem as Irmãs e a pastoral da criança, o filho teria morrido. Juntos agradecemos a Deus.
Por causa da desnutrição a criança tinha o cabelo vermelho. Preparamos papa durante 15 dias e recuperou os quilos.
Testemunho dado pela Irmã Cecília Mande
Irmãs de S. José de Cluny
29/03/09
Local: Bairro Cassna – Bissau – Guiné-Bissau
Líderes: Hooper, Domingos e Joaquim.
Durante visitas realizadas no mês de Abril de 2007, os líderes encontraram a adolescente Bete Matchi de 17 anos de idade, da etnia balanta e religião protestante, a qual se encontrava grávida e estava se preparando para abandonar a casa dos pais por estar com medo da reação dos mesmo, pois os mesmos haviam descoberto a sua gravidez e eram muito serveros. Após conversarem com a jovem, passaram algumas orientação e conselhos e foram ao encontro dos pais da adolescente. Se apresentaram como líderes e explicaram os objetivos da Pastoral da Criança. Durante a conversa explicaram as consequências de abandonar uma jovem em tal situação, partilharam os sentimentos, idéias, tendo os pais da jovem admitido que não haviam pensado nas consequências de tal ato, mas que fizeram aquilo por estarem chocados com tal acontecimento. Ao final os pais aceitaram a jovem de volta para casa, a mesma foi acompanhada pelos líderes durante toda a gestação e a criança continuou sendo acompanhado e pesada.
Local: Bairro São Paulo – Bissau – Guiné-Bissau
Líderes: Fanta e Vasco
Durante as visitas do mês de maio de 2008, encontraram a criança Dauda Ture e sua mãe de etnia fula e mulçumanos, ambas doentes, seu esposo disse que não tinha dinheiro para pagar hospital. Os líderes tomaram a decisão de acompanhá-las ao ambulatório das Irmãs e ali foram atendidos, recebendo toda medicação gratuíta. Mas mesmo assim a criança continuou doente, pois estava gravemente desnutrida. Os líderes voltaram novamente visitá-la e resolveram levar a criança novamente ao ambulatório, de onde foi encaminhada ao hospital de Cumura onde ficou internada, onde permaneceu por dois meses e meio, saindo totalmente recuperada.
Local: Bairro Bissaque – Bissau – Guiné-Bissau
Líderes: Augusto, Malan e Fátima
Durante a realização das visitas do mês de fevereiro de 2008, encontraram a criança Quintino Armindo Demba de dois meses de idade, a qual estava gravemente doente. Durante a visita descobriram que a criança estava desnutrida por falta de amamentação no peito. A mãe disse que seu leite estava estragado pelos bichos que alguém lhe colocou no seio, sem alternativa devido a crença passou a introdizir outros tipos de alimentação. Os líderes explicaram a importância da amamentação para a criança e fizeram a mesma entender que nada pode estragar o leite em seu peito. Pediram para a mesma fazer uma experiência de amamentação durante uma semana para ver o resultado, o que foi aceito. Após uma semana a criança já estava se recuperando, mas mesmo assim os líderes convenceram a mãe e encaminharam a criança ao ambulatório.