Desenvolvimento infantil: o que a ciência mostra?

Quando falamos em desenvolvimento infantil, qual é o primeiro pensamento que vem à mente? O engatinhar, o andar, o falar, entre outras, são habilidades adquiridas pelas crianças ao longo do tempo e que fazem parte do desenvolvimento. Mas há muito mais aspectos para considerar.

O desenvolvimento infantil pode ser definido como um processo de amadurecimento das diversas aptidões e habilidades e que dependem da interação das crianças com outras pessoas. Dentre as competências e habilidades, é possível citar as perceptivas, motoras, cognitivas, linguísticas, socioemocionais e autorreguladoras. Todo esse processo de desenvolvimento das competências e habilidades repercute ao longo da vida da criança, e cada vez mais estudos mostram que é fundamental a estimulação acontecer ainda nos primeiros anos de vida. É nessa fase, da gestação até os 2-3 anos de idade, que o cérebro humano se desenvolve e responde mais rápido a qualquer estímulo. A falta de estimulação, carinho e cuidados nesse período provoca profundas consequências na vida das crianças. 

Não quer dizer que essas consequências sejam irreversíveis. Sempre é tempo de uma criança receber cuidados e carinho. Ações de estimulação podem e devem ser feitas durante toda a vida dela, sendo importantes e necessárias em qualquer idade. Diversos estudos mostram que o desenvolvimento saudável das crianças pequenas depende de cuidados que garantam saúde, nutrição, atendimento responsivo, segurança e aprendizado precoce. Esse conjunto de cuidados é necessário para promover seu pleno desenvolvimento, pois contribuem para o crescimento e amadurecimento do cérebro e para melhorar a saúde e o estado nutricional.

Os cuidados e estímulos devem iniciar o mais cedo possível, antes mesmo da gestação. Estimular para que os casais se preparem para a gestação é o primeiro passo para o desenvolvimento pleno e saudável da criança.

Ciclo da vida

Diante desse cenário, a Pastoral da Criança tem o dever de contribuir para que as famílias acompanhadas entendam a importância dos cuidados, carinho e atenção nesse período. O fortalecimento das famílias, que pode acontecer por meio das informações, orientações e atenção dos líderes, é o primeiro passo para que as crianças vivam em um ambiente de paz, amor, adequado às suas necessidades e favorável ao seu desenvolvimento.

Saiba mais – Habilidades e competências

Perceptivas

Compreende o enxergar, ouvir, tocar, cheirar, ter noção de tempo e do seu corpo.

Como estimular: brincar de separar os objetos por tamanhos ou cores, bater palmas no ritmo da música, sentir o cheiro da comida antes de comer, jogar bolinha para cima, brincadeiras de rodas cantadas, cantar músicas que falam das partes do corpo, brincar com objetos de diferentes materiais e texturas (pano, plástico, macio, duro, áspero, etc).

Motoras

Compreende o rolar, apontar, sentar, bater palmas, engatinhar, andar, etc.

Como estimular: deixar o bebê deitado e colocar um brinquedo para ele tentar pegar; colocá-lo sentado com apoio, primeiro e depois de alguns dias, tirar o apoio; bater palmas com as mãozinhas dele; colocá-lo no chão, de barriguinha para baixo, entre outras.

Cognitivas

É o processo usado pelo cérebro que torna possível o pensar, o aprender, o lembrar, ter atenção, ser criativo, etc.

Como estimular: contar história e dizer o que entendeu; jogos de encaixar as peças e outros jogos diversos; brincadeiras de adivinhações, entre outras.

Linguísticas

Escutar, falar, ler e escrever são quatro habilidades básicas da linguística.

Como estimular: ler para as crianças; brincar de faz de conta; passear com as crianças e depois desenhar o que viram no passeio; cantar e escutar músicas, etc.

Socioemocionais e autorreguladoras

É a capacidade de se relacionar bem e conviver bem, controlar emoções, alcançar objetivos, demonstrar empatia, ter autonomia, manter relações sociais positivas e tomar decisões de maneira responsável . É um dos eixos primordiais da boa adaptação do ser humano.

Como estimular: brincar com crianças de diferentes idades; decidir o que querem brincar e quais são as regras; montar quebra cabeça (ajudam a desenvolver a capacidade de resolver problemas e encontrar solução); pular corda, jogar peteca, pular amarelinha, entre outras brincadeiras em grupo; levar as crianças para observar as belezas da natureza (desenvolve o senso estético, a sensibilidade e a inteligência).


Assista o vídeo abaixo sobre interações e brincadeiras da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

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