É de grande importância que nós lideranças da Pastoral da Criança conversemos com a comunidade sobre as diversas formas de família existentes nas comunidades e que devemos garantir, para preservar a melhor forma de desenvolvimento da criança, o direito da criança à convivência familiar e evitar o máximo que sejam levadas ao acolhimento.
Independente da organização familiar, devemos preservar a proteção e os cuidados para com a criança e o adolescente que vai além dos laços de consanguinidade, aliança, afinidade e afetividade.
A família é uma comunidade de pessoas, com modo próprio de existirem e viverem juntas em comunhão. Ela surge no momento em que se realiza uma aliança de amor, compromisso, fidelidade e afetividade de um para com o outro. Com base nesse conceito cristão, podemos perceber a Trindade que ilumina, cria e recria a família como imagem e semelhança de Deus que se doa totalmente no amor.
A questão da maternidade e paternidade responsável insere-se na civilização do amor, expressão que entrou para a história, com a finalidade de plasmar e humanizar uma nova cultura à imagem e semelhança de Deus, tornando a família centro e coração da vida e do verdadeiro amor. Esse conjunto de interação facilita a troca de experiências, a troca de sentimentos e de ideias. A presença carinhosa de adultos cuidadores, cria um ambiente favorável, melhora as relações afetivas e aprofunda o saber de cada pessoa.
Educar as crianças com amor, atenção, cuidado e afeto exige muita dedicação e sabedoria dos pais e ou adultos cuidadores. Educar não é tarefa fácil. É um processo de aprendizado constante. As crianças necessitam de muitos cuidados que promovam a sua autonomia.
Só vamos conseguir melhorar o mundo, se o coração da família receber atenção, ter vida digna e direitos garantidos, com a diminuição da violência, da intolerância, e dos males que afetam a infância, as relações familiares e comunitárias. A família é o lugar do aconchego, da partilha, do cuidado e do acolhimento.
Acreditamos que a família tem todas as condições de garantir um ambiente favorável ao desenvolvimento da criança.
Viver em família é a melhor forma de garantir desenvolvimento afetivo, emocional e cognitivo. Por isso, a família tem um papel importante no desenvolvimento integral da criança. Elas vivenciam continuamente através dos seus pais e ou adultos cuidadores, não só o que estes lhes falam, mas sobretudo, pelo que vêem neles, como atuam, como respondem as dificuldades, como conversam entre si.
Sociedade, comunidade, educadores e líderes da Pastoral da Criança devem atuar incentivando as famílias e orientando os pais e/ou os adultos cuidadores para que percebam as crianças como sujeitos de direitos. A criança que é acolhida, protegida e amada tende a ter uma maior autonomia.
De modo geral, especialistas apontam a parentalidade como algo possível de se praticar dentro do ambiente familiar. É na família que a criança aprende e se desenvolve. Quando orientamos as crianças pelo afeto, percebemos que os pontos de violência desaparecem e os modelos de autoridade e limite estabelecido pelos pais e/ou cuidadores são mais compreendidos e assimilados.
Como a Pastoral da Criança pode reforçar os vínculos familiares e comunitários garantido que a criança cresça no ambiente familiar saudável?
A Pastoral da Criança, primeiramente, deve ajudar a formar comunidades protetivas e solidárias. As comunidades sendo protetivas e solidárias, desenvolvem atividades que contribuam com o processo de desenvolvimento saudável e harmonioso, promovendo o desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades. Isso implica no fortalecimento dos vínculos e convívio familiar e comunitário e na prevenção de situações de risco social. E isso faz toda a diferença no desenvolvimento da criança e fortalece a ação protetiva da família e da comunidade.
Diante disso, os líderes da Pastoral podem e devem ajudar a fortalecer os vínculos familiares e comunitários. E que já fazem com muito amor e competência quando visitam as famílias, acompanham a realidade da comunidade, ajudam a formar uma comunidade solidária e protetiva. E fazem sempre à Luz da Evangélica opção preferencial pelos pobres e pelos pequenos.
É necessário a junção de todos os poderes, da sociedade, da comunidade, das famílias para garantir a convivência familiar e comunitária e, se necessário, o Programa ou Serviço de Acolhimento Familiar de qualidade.
Por outro lado, a Pastoral da Criança pode contribuir com a convivência familiar e comunitária conversando com as famílias sobre o Programa / Serviço de Família Acolhedora e identificando famílias interessadas em cadastrar-se como família acolhedora. Nessa dimensão, garantir que as crianças afastadas de suas famílias de origem e ou biológicas tenham um ambiente favorável de desenvolvimento. A Pastoral da Criança sempre valorizou seu voluntariado por ser o principal ator junto a comunidade no acompanhamento das crianças e gestantes, se a comunidade se unir e permanecer unida a Família Acolhedora não ficará sobrecarregada e juntos realizarão um excelente acolhimento.
Importante destacar que o Papa Francisco na Exortação Apostólica Pós-Sinodal – Amoris Laetitia aborda o tópico Fecundidade alargada e no traz no Nº 180. «A opção da adoção e do acolhimento exprime uma fecundidade particular da experiência conjugal, mesmo para além dos casos de esposos com problemas de fertilidade (...). Ao contrário das situações em que o filho é desejado a todo o custo, como um direito ao próprio completamento, a adoção e o acolhimento, retamente compreendidos, mostram um aspecto importante da paternidade e da filiação ajudando a reconhecer que os filhos, quer naturais quer adotivos ou acolhidos, são em si mesmos outro sujeito e é preciso recebê-los, amá-los, cuidar deles e não apenas trazê-los ao mundo. O interesse prevalecente da criança deveria sempre inspirar as decisões sobre a adoção e o acolhimento».[201] Por outro lado, «deve-se impedir o tráfico de crianças entre países e continentes, por meio de oportunas medidas legislativas e controle estatal».[202]
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