A correção fraterna

"Se o seu irmão pecar, vá e mostre o erro dele, mas em particular, só entre vocês dois. Se ele der ouvidos, você terá ganho o seu irmão. Se ele não lhe der ouvidos, tome com você mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Caso ele não dê ouvidos, comunique à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele der ouvidos, seja tratado como se fosse um pagão ou um cobrador de impostos." (Mt 18, 15-17)

Segundo o Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), no evangelho de Mateus 18, 15-17, Jesus nos fala da necessidade da correção fraterna quando se vê algo errado, quando surgem conflitos, e nos traz normas simples e concretas de como  agir nesses casos.

Por exemplo, se a gestante não foi bem atendida no serviço de saúde ou se não permitiram que ela fosse acompanhada no momento do parto. O primeiro passo é conversar a sós com quem agiu dessa forma. Procurar saber os motivos do outro, compreender a situação e assim, solicitar que isto não ocorra novamente. Se não der resultado, leve consigo mais uma ou duas para conversar e ver se conseguem algum resultado. Se não funcionar, é preciso conversar com o superior dela ou com a autoridade competente. Só em caso extremo, deve-se denunciar o problema para a comunidade toda.

Da mesma forma, pode-se perceber comportamentos inadequados nas pessoas que estão em contato com as gestantes e crianças. Não se deve logo denunciá-los. Também com elas, procure conversar a sós, saber os motivos. Se não der resultado, peça ajuda para mais uma ou duas pessoas... Só em caso extremo, deve-se levar o problema para conhecimento mais amplo, para a "comunidade". E se a pessoa não quiser escutar a este grupo, que ela seja como alguém que já não faz parte desta comunidade. Não é você que a está excluindo, mas é a pessoa que exclui a si mesma.

É preciso reforçar que essa exclusão não significa que a pessoa seja abandonada à sua própria sorte. Ela pode estar separada da comunidade, mas não estará separada de Deus. Caso a conversa na comunidade não der resultado, e a pessoa não quiser integrar-se na vida da comunidade, resta o último recurso de rezar juntos ao Pai para conseguir a reconciliação. E Jesus garante que o Pai vai atender.

A comunidade é um espaço de acolhimento e não de condenação, um espaço alternativo de solidariedade e de fraternidade.

No dia a dia da Pastoral da Criança nos deparamos com várias situações, seja nas equipes, nas famílias, ou mesmo com outras pessoas que nos relacionamos para melhor desenvolver a missão, precisamos não somente pensar no que diz esta parte do evangelho, mas principalmente testemunhar essa correção fraterna.

Agindo de acordo com o Evangelho de Mateus, reforçamos a necessidade de acolhimento e não de condenação, e que atuamos de forma solidária e fraterna para o bem de todos da comunidade.

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