O posto de saúde presta atendimento básico no Sistema Único de Saúde (SUS) e deve estar perto de quem precisa. Além dos trabalhadores que cuidam do posto, podem existir agentes comunitários, médicos, enfermeiros e dentistas da Estratégia de Saúde da Família (ESF) para visitas domiciliares na comunidade. As ações devem ser organizadas conforme a população que vai ser atendida. Por isso, existem diferenças entre uma UBS da área rural, de um de bairro populoso da cidade e a UBS que está em um lugar onde as pessoas ficam doentes com mais frequência.

Ao visitar a UBS que originou a notificação, o articulador pode contribuir para garantir o acesso e atendimento com qualidade às crianças e gestantes, com oferta de, no mínimo seis consultas de pré-natal e exames básicos. Além disso, é preciso garantir que toda a criança atendida no posto de saúde, com indicação de antibiótico, receba a primeira dose ainda durante a consulta e inicie logo o tratamento. A mãe ou responsável deve ser orientado sobre como utilizar o medicamento.

A Secretaria Municipal de Saúde é a encarregada da organização, do funcionamento e da distribuição das UBS em cada município. Mas o que fazer quando o posto não dispõe de profissionais de saúde em número suficiente, falta de medicamento na hora que a pessoa precisa ou está sempre lotado?

Em primeiro lugar, é preciso conhecer a situação. Pode ser que exista pouca prevenção de doenças, os trabalhadores podem estar despreparados, desmotivados para o serviço, ou pode não haver medicamento em quantidade suficiente para todos aqueles que necessitam. Alguns municípios centralizam a distribuição de medicamentos, porque não conseguem disponibilizar farmacêuticos nos postos de saúde. Enfim, existem dezenas de causas para os problemas no atendimento no momento em que a pessoa precisa da consulta médica ou do medicamento.

Muitos exemplos mostram que com boa administração dos recursos, criatividade e ajuda da comunidade, o atendimento pode ser feito na hora em que a pessoa necessita e com qualidade. Além de definir melhor o quadro de profissionais para o atendimento, organizar o estoque de medicamentos, melhorar as salas de espera, ter banheiros limpos, tratar as pessoas gentilmente pelo nome, as UBS podem fazer a triagem dos problemas logo que chegam e priorizar as crianças,pessoas com diferença no funcionamento do seu organismoe idosos, conforme a legislação vigente.

Para melhorar o atendimento nos serviços de saúde, existe desde 2001, o Cartão SUS. O articulador, com a comunidade e o conselho de saúde local  precisam insistir com a prefeitura para que as pessoas sejam cadastradas e recebam um número de identificação do Cartão SUS, que deveria funcionar como um documento de identidade. Assim, quando chegassem ao serviço de saúde, elas não precisam mais explicar todos os exames que fizeram, ou onde e por quem foram atendidas. Toda a história do atendimento da pessoa estaria registrada no serviço de saúde, o  Sistema de Cadastramento de usuários do SUS (CADSUS).

Converse com a Pastoral da Criança e com as famílias para procurar o posto de saúde e dar sugestões para melhorar os serviços!  O articulador tem a missão de descobrir com a comunidade o que ela mais precisa na área da saúde e ajudá-la a encontrar a melhor maneira de resolver as necessidades sentidas. É preciso começar com um primeiro passo concreto a partir do recebimento das notificações. Resolver um problema próximo e depois expandir para soluções que podem ser mais complexas e também depender de parcerias da comunidade ou fora dela.

Alguns municípios centralizam uma farmácia para a distribuição de medicamentos, porque não conseguem disponibilizar farmacêuticos nos postos de saúde. Nestes casos, conforme a Lei 5.991/73, é possível instalar na Unidade de Saúde um dispensário de medicamentos, sob a supervisão de um farmacêutico que não precisa estar no local.

Mesmo com todo o controle social para garantir um atendimento de qualidade dos serviços de saúde para prevenir doenças e até mesmo a mortalidade infantil, ainda última ainda acontece.


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