A família é a principal promotora do desenvolvimento de suas crianças e a primeira e mais influente educadora. É através das relações com seus pais e com todos da família que a criança começa a sentir-se membro de um grupo, torna-se capaz de aprender e de compreender o mundo. Por isso, estar diretamente com as famílias e comunidade, disseminando orientações de qualidade sobre o cuidado com as crianças e seus direitos é a missão da Pastoral da Criança.
Para enfrentar o desafio de salvar a vida dos pequeninos e contribuir na criação de um ambiente favorável para o seu desenvolvimento, é realizado o acompanhamento mensal de gestantes e crianças até completarem seis anos de idade. Seu trabalho, como Jesus fez, é para com os mais necessitados. Procura atuar, principalmente, perto das famílias mais pobres, que enfrentam maiores dificuldades por viver em condições muito difíceis.
No Brasil, estima-se que cerca de 32 milhões de meninos e meninas vivem na pobreza, em suas múltiplas dimensões: saúde, nutrição, renda, educação, trabalho infantil, moradia, saneamento básico e informação. É o que indica a pesquisa do UNICEF "As Múltiplas Dimensões da Pobreza Na Infância e Adolescência no Brasil", lançada em fevereiro de 2023. O estudo apresenta dados até 2019 (trabalho infantil), até 2020 (moradia, água, saneamento e informação), até 2021 (renda, incluindo renda para alimentação) e dados até 2022 (educação).
Esse cenário se tornou ainda mais desafiador por conta da pandemia, porque, apesar dos avanços em determinadas áreas até 2019, entre 2020 e 2022 houve piora em alguns indicadores que compõem a pobreza multidimensional, de acordo com os dados disponíveis analisados pelo UNICEF.
Crianças das famílias de baixa renda sofrem impacto duradouro da pobreza e têm maior risco de mortalidade infantil, desnutrição crônica, atraso de desenvolvimento, baixa escolaridade e gravidez na adolescência, em comparação com crianças de famílias mais ricas em países de baixa e média renda. É o que mostra estudo da Universidade Federal de Pelotas, que contou com a participação de vários especialistas, incluindo o Prof. Doutor César Victora, publicado em 2022 na série Optimising Child and Adolescent Health, da revista The Lancet.
No que se refere às gestantes e crianças, devemos estar atentos à situação atual e a realidade local. Atualmente, o desafio é ainda maior porque os dados disponíveis relacionados a algumas dimensões indicam um grande número de gestantes e crianças privadas dos seus direitos.
Nos próximos tópicos serão colocados os principais indicadores de acompanhamento das crianças entre os anos de 2022 e 2023 e uma prévia de 2024 de acordo com a abrangência nacional, estadual e diocesana.
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