Qual profissional diagnostica o autismo?

O ideal é que o diagnóstico de autismo seja feito por uma equipe multiprofissional

Uma dúvida comum entre pessoas que suspeitam de um caso de autismo na família é qual especialista procurar. Diagnosticar corretamente o TEA é algo complexo, já que o transtorno não tem uma “cara” definida. Não existe um sinal físico, seja no formato do rosto ou na pele, que diferencie quem tem a condição de quem não tem. Além disso, não há exame laboratorial ou de imagem que confirme o distúrbio.

O diagnóstico do espectro autista é apenas clínico. Isso significa que, para certificar que uma pessoa é autista, é preciso observar o comportamento do paciente e analisar informações coletadas com as pessoas que convivem com ele, com o auxílio de questionários protocolados, como a escala MCHAT. Todo este processo é delicado e, por isso, é necessário ser realizado por profissionais capacitados. Outro detalhe importante: o tipo de profissional vai variar de acordo com a idade da pessoa a ser avaliada.

Como muitos dos casos de autismo são identificados na infância, as primeiras suspeitas costumam ser levantadas pelo pediatra nas consultas de rotina. Outro grupo importante neste momento são os professores, pois a convivência diária na escola permite observar de perto o desenvolvimento das crianças e notar se há traços fora do comportamento típico esperado. 

Mas o TEA é um espectro e muitas pessoas se encaixam no que é conhecido como autismo leve, de alta funcionalidade ou, como era chamado anteriormente, Síndrome de Asperger. Nestes casos, os sinais são mais sutis e demoram mais para serem diagnosticados, pois costumam ser confundidos com outros comportamentos, como timidez, excentricidade ou falta de atenção. A maior divulgação de informações sobre o autismo, inclusive, tem ajudado diversos adultos a identificarem por conta própria algumas características.

A partir do momento que se constata características do TEA, é hora de consultar especialistas para confirmar o diagnóstico. No caso de crianças e adolescentes, geralmente as características iniciais são identificadas nas consultas de rotina com o pediatra e, logo após, as famílias são encaminhadas para o atendimento com um neurologista pediátrico (neuropediatra/ neurologista infantil) ou um psiquiatra infantil, que encaminhará o paciente para outros profissionais avaliarem, como psicólogos. Já os adultos podem se consultar com um médico clínico ou um psicólogo, que vai identificar os sintomas e fazer uma avaliação inicial com base em observação, entrevistas e análise de histórico. O diagnóstico final, no entanto, para ser laudado, é validado por um psiquiatra ou um neurologista.

Você está aqui: