Autismo não é doença O Transtorno do Espectro Autista (TEA), comumente chamado de autismo, é um transtorno relacionado ao neurodesenvolvimento (desenvolvimento do sistema nervoso, o que inclui as partes motora e sensorial; a comunicação; a linguagem; comportamentos e emoções) que modifica a forma de perceber o mundo e de se comunicar e socializar, e por ser uma condição, pessoas com autismo não precisam ser curadas, pois não é uma doença. Autistas podem ter dificuldades semelhantes, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem particulares. Por isso, dizemos que esse transtorno abrange o “espectro autista”. Ademais, o TEA pode vir associado a algum outro transtorno. Chamamos isso de comorbidade associada A presença dessa comorbidade associada pode alterar as necessidades de tratamento da pessoa com autismo ou dificultar o diagnóstico em alguns casos. É importante ressaltar que não há medicação para os sintomas do TEA em si, e sim para os sintomas ou comorbidades associadas. Alguns deles são: Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), distúrbios de sono, ansiedade, depressão, agressividade, etc. O diagnóstico oportuno de autismo e encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional na idade mais precoce possível, pode levar a melhores resultados a longo prazo. Muitas pessoas com autismo conseguem realizar todas as suas atividades diárias, enquanto outros podem necessitar de ajuda, e respeitar suas necessidades e potencialidades é fundamental. |
O TEA atinge 1 a cada 36 pessoas e uma proporção de 4 meninos para cada 1 menina, segundo documento do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) de 2020. O exato motivo dessa diferença de incidência entre os sexos ainda é desconhecido, mas especula-se que possa ser por um modo de manifestação diferente do transtorno em mulheres, o que ainda é pouco estudado. A causa exata desse transtorno ainda é incerta.
Entretanto, sabe-se que não é definido por uma causa única e que há uma associação forte com fatores genéticos, chegando à conclusão que a causa é uma junção de fatores genéticos e ambientais.
A associação com fatores genéticos é exemplificada por diversas pesquisas envolvendo irmãos gêmeos. O diagnóstico do autismo é clínico, ou seja, não há nenhum exame laboratorial ou de imagem que comprove o diagnóstico. Apenas a avaliação de profissionais qualificados fará esse diagnóstico. Há alguns questionários que podem auxiliar nessa avaliação, como o M-CHAT.
É importante ressaltar que o diagnóstico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, como por médicos, psicólogos, enfermeiros, entre outros. Ademais, o tratamento também será feito por uma equipe multidisciplinar de acordo com a necessidade, englobando terapeuta ocupacional, educador físico, fisioterapeuta, psicopedagogo, fonoaudiólogo, nutricionista etc.
Há algumas linhas de tratamento, como ABA e TEACHH, que serão abordados nos próximos tópicos, mas o mais importante é que ele seja iniciado precocemente para que haja um melhor prognóstico, ou seja, para que a pessoa com autismo busque uma independência com mais facilidade.
Por fim, é sempre importante ressaltar que a difusão da informação sobre o autismo é essencial para diminuir o estigma em relação às pessoas com autismo.
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