Vacinação dos prematuros.

O calendário de vacinação dos prematuros, assim como os próprios, é um tanto especial.

As imunizações para esses bebês são encontradas na rede particular ou pública, via Unidade Básica de Saúde (UBS) e, dependendo do imunizante, nas unidades do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), uma rede destinada ao atendimento de pessoas com quadros clínicos especiais, ou seja, que possuem contraindicação à utilização dos imunobiológicos disponíveis na rede pública - como alguns dos nossos prematuros. Existe pelo menos um CRIE em cada Estado do país.

Separamos 6 informações essenciais que você precisa saber para garantir que seu pequeno esteja protegido:

1) Hepatite B

Uma das diferenças em relação aos bebês que não foram prematuros é a vacina contra hepatite B. Nos prematuros que nascem com menos de 33 semanas ou com menos de 2kg, essa vacina deve ser aplicada em 4 doses em vez de 3. Podem ser dadas ao nascer, aos 2, 4 e 6 meses ou então ao nascer, com 1, 2 e 6 meses.

2) BCG

A vacina BCG, que protege contra a tuberculose, também tem uma particularidade: o bebê prematuro precisa estar com, no mínimo, 2kg para que possa receber essa imunização.

3) Palivizumabe

Outra diferença na proteção à saúde dos nossos prematuros é o medicamento imunobiológico chamado palivizumabe, que não é uma vacina, mas que previne a infecção dos pequenos pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Esse vírus é o principal responsável pelas infecções pulmonares infantis, como a bronquiolite, que pode ser muito grave em bebês prematuros. O medicamento, disponível gratuitamente para muitos prematuros, deve ser aplicado nos meses de maior circulação do vírus na região em que o bebê mora. Na seção "VSR e Bronquiolite" desse site, você descobre se o seu filho tem direito a receber o palivizumabe, quando ele deve ser aplicado e onde o medicamento é aplicado.

4) Vacinas combinadas acelulares

Mais um diferencial muito importante é a recomendação do uso de vacinas acelulares, que são desenvolvidas com partículas, e não com células inteiras, fazendo com que as reações à vacina sejam menos frequentes e bem mais leves. Vacinas combinadas, que protegem contra várias doenças ao mesmo tempo, em uma única dose, também são indicadas para os prematuros. A vacina hexavalente, por exemplo, protege contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b, poliomielite e hepatite B, numa só injeção. Prematuros nascidos com menos de 1kg ou abaixo de 33 semanas de gestação têm direito a receber gratuitamente essa vacina, que está disponível nos CRIE.

5) Idade cronológica

Agora você já sabe quais são as especificidades do calendário de vacinas do seu prematurinho, e é importante lembrar também que as vacinas contra meningite, pneumonia, coqueluche, hepatite B, rotavírus, gripe e as demais vacinas do primeiro ano de vida devem ser aplicadas de acordo com a idade cronológica da criança, independente do peso ou idade gestacional ao nascimento.

6) Imunização na UTI Neonatal

Saiba que a imunização do prematuro pode ser realizada com o bebê ainda internado, seja em hospital público ou privado. Para isso, basta a equipe da UTI Neonatal entrar em contato com o CRIE de referência ou Coordenação Municipal de Imunização, enviando laudo médico com critério de liberação e solicitação de vacinas.

Imprima o calendário de vacinação do prematuro (validado pela Sociedade Brasileira de Imunizações 2023), saiba onde encontrar o CRIE mais próximo e veja mais informações sobre imunização do prematuro no www.prematuridade.com



Vacinas:

BCG ID

Dose única no nascimento. Se tiver menos de 2 Kg, adiar a vacinação até que atinja peso.

Anticorpo monoclonal específico contra o VSR (palivizumabe):

São recomendadas doses mensais consecutivas e nos meses de circulação do vírus, até o máximo de cinco aplicações. Seguindo as indicações:

1. Prematuros abaixo de 29 semanas gestacionais, no primeiro ano de vida;

2. Prematuros abaixo de 32 semanas gestacionais, nos primeiros seis meses de vida;

3. Bebês com doença pulmonar crônica da prematuridade e/ou cardiopatia congênita, até o segundo ano de vida, desde que esteja em tratamento destas condições nos últimos seis meses.

Hepatite B

Obrigatoriamente quatro doses (esquema 0-2-4-6 meses ou 0-1-2-6 meses) em bebês nascidos com peso inferior a 2 Kg ou idade gestacional menor que 33 semanas, sendo a primeira dose nas primeiras 12 horas de vida.

Rotavírus

Na idade cronológica, iniciando aos 2 meses de vida, respeitando-se a idade limite máxima de aplicação da primeira dose de 3 meses e 15 dias.

Vacina de vírus vivo atenuado, oral, e, portanto, contraindicada em ambiente hospitalar.

Tríplice bacteriana (difteria, tétano, coqueluche)/penta e hexa acelular

Na idade cronológica, iniciando aos 2 meses de vida.

Para bebês prematuros, hospitalizados ou não, preferencialmente vacinas acelulares, porque reduzem o risco de eventos adversos. As vacinas penta acelular e hexa acelular estão disponíveis nos CRIEs para RN prematuro extremo (menor de 1 kg ou de 31 semanas) em UTI neonatal.

Haemophilus influenzae tipo B (disponível na penta e hexavalente)

Na idade cronológica, iniciando aos 2 meses de vida. Reforço aos 15 meses de vida.

Poliomielite inativada (VIP) (disponível na penta e hexavalente)

Na idade cronológica, iniciando aos 2 meses de vida.

Pneumocócica conjugada

Na idade cronológica, iniciando aos 2 meses de vida.

Meningocócicas conjugadas ACWY/C

Na idade cronológica, iniciando aos 3 meses de vida.

Meningocócicas B

De acordo com a idade cronológica. Crianças entre 3 e 12 meses recebem duas doses com intervalo de dois meses entre elas, idealmente aos 3 e 5 meses de idade, e uma dose de reforço entre 12 e 15 meses de idade (esquema 2 + 1).

Influenza

Na idade cronológica, iniciando a partir dos 6 meses de vida, de acordo com a sazonalidade do vírus.

Febre amarela

Na idade cronológica, aos 9 meses e aos 4 anos de idade.

Imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB)

Para recém-nascidos de mães portadoras do vírus da hepatite B.

Imunoglobulina humana antivaricela zóster (IGHVZ)

Para prematuros prematuros nascidos entre 28 e 36 semanas de gestação expostos à varicela, quando a mãe tiver história negativa para varicela.

Para prematuros nascidos com menos de 28 semanas de gestação ou com menos de 1 kg de peso e expostos à varicela, independente da história materna de varicela.

A dose é aplicada em até 96 horas de vida do recém-nascido.

Imunoglobulina humana antitetânica (IGHAT)

Recomendada para recém-nascidos prematuros com lesões potencialmente tetanogênicas, independentemente da história vacinal da mãe.

 

Lembrando que as vacinas devem ser administradas sempre conforme a idade cronológica!

 

Conteúdo atualizado em outubro de 2023. Sujeito à atualizações. 
Referência: ONG Prematuridade.com

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