Pais, cuidadores e educadores trarão inúmeras vantagens e forças para os encontros. Suas boas práticas de cuidado precisam ser destacadas, celebradas e compartilhadas entre os participantes, para que aprendam uns com os outros.

A abordagem de aprendizagem baseia-se nos princípios da aprendizagem de adultos, enfatizando a necessidade de:

  • envolver os adultos no processo de elaboração, planejamento e execução; 
  • permitir que eles tenham o controle de sua própria aprendizagem; 
  • reconhecer e aprender com suas próprias experiências e conhecimentos como pais, cuidadores e educadores; 
  • explorar sua motivação interna para desenvolver melhores relacionamentos com seus filhos; 
  • e identificar maneiras de usar o que aprenderam para colocar em prática.

Processo de aprendizagem e metodologias

O processo de aprendizagem abaixo sugere a jornada que os participantes fazem para:

  • internalizar a importância do desenvolvimento espiritual das crianças; 
  • conectar-se com sua própria espiritualidade e crenças religiosas ou espirituais e desafiar práticas que toleram a violência e violam os direitos das crianças; e 
  • fortalecer seus conhecimentos e habilidades para preparar os facilitadores para projetar e entregar programas para ajudar os pais, cuidadores e educadores a criar as condições para promover o desenvolvimento espiritual das crianças.

No centro da abordagem de aprendizagem está o uso do diálogo como uma ferramenta para aprender uns com os outros, ouvir a si mesmo e às experiências dos outros e experimentar encorajamento e apoio. 

O diálogo é importante para internalizar o conhecimento, fortalecer atitudes positivas, desenvolver novas habilidades e colocá-las em prática. Algumas dessas novas habilidades se concentram no fortalecimento da capacidade dos adultos de construir relacionamentos positivos com as crianças. Outras são estratégias de cuidado que servem como alternativa à violência e ajudam a criar ambientes seguros e empoderadores para as crianças. Outras ainda são habilidades para promover o desenvolvimento espiritual das crianças, oferecendo-lhes experiências que lhes permitam desenvolver seu senso de pertencimento,comunidade, propósito e interconexão.

Outros programas com pais, cuidadores e educadores provaram ser eficazes quando enfatizam fortemente a prática do aprendizado.

Nos encontros com os participantes há apresentações de novos temas, exemplos da vida real, uso de histórias e estudos de caso, dramatizações, troca de experiências e atividades para construir uma rede de apoio. 

Os participantes também são incentivados a implementar as atividades para as crianças, disponíveis no e-Espiritualidade na infância, em casa. As atividades e interações promovem mudança nas formas de pensar, perceber a criança e a si mesmo. Isso, ao longo do tempo, contribui para mudanças no relacionamento e interação com a criança. 

Em todos os encontros, os facilitadores devem usar metodologias interativas, colaborativas e que estimulem a reflexão. Dessa forma, os facilitadores ajudam a promover atitudes que apoiam e melhoram a participação, reforça o respeito pelas pessoas e suas opiniões, mostra maneiras eficazes e éticas de lidar com quaisquer conflitos ou tensões que possam surgir no grupo e trabalha para manter um espaço de aprendizagem seguro para os participantes.

O processo de aprendizagem ilustrado acima mostra a jornada dos participantes por meio dos encontros e conteúdos contidos neste material.

  • A motivação dos participantes decorre do interesse pessoal no bem-estar das crianças de sua responsabilidade. Os facilitadores aproveitam essa motivação para envolver os participantes nas atividades e reflexões.
  • É fundamental que, ao longo do programa, os participantes aprofundem sua compreensão sobre o bem-estar das crianças, a necessidade de promover seu próprio desenvolvimento espiritual e o efeito cascata que isso tem para a comunidade em geral. 
  • É fundamental que, durante a implementação dos encontros, os pais, cuidadores e educadores tenham oportunidades de se conectar com suas práticas e crenças religiosas ou espirituais e como eles desafiam as práticas que toleram a violência e violam os direitos da criança. 
  • Garantir que sejam criados espaços para pais, cuidadores e educadores compreenderem o impacto da violência na primeira infância e como o desenvolvimento espiritual das crianças pode atuar como uma abordagem preventiva e protetora contra a violência. 
  • Os participantes também precisam refletir sobre como cultivam sua própria espiritualidade e como isso afeta o desenvolvimento espiritual e o bem-estar de seus filhos. Além de refletir sobre o aspecto essencial de dedicar um tempo para o seu próprio crescimento espiritual.
  • À medida que os pais, cuidadores e educadores avançam, eles reservam um tempo para reavaliar como suas crenças e práticas espirituais influenciam, traduzem ou refletem em suas interações com as crianças. Todas essas reflexões são usadas pelos participantes para aprender e afirmar as melhores maneiras de desenvolver relacionamentos positivos com os filhos, criar ambientes seguros, livres de violência e respeitosos e promover experiências fortalecedoras com as crianças.

Este processo de aprendizagem é realizado usando as metodologias listadas no centro do diagrama. Como os facilitadores colocam o respeito, a empatia, a gentileza e a compaixão pelo outro no centro de cada interação, os pais, cuidadores e educadores participantes são ajudados a dialogar, compartilhar experiências, histórias e praticar algumas das atividades que poderão realizar posteriormente com as crianças. 

Também é possível conduzir um ou mais encontros e suas atividades relacionadas como reuniões independentes. Por exemplo, pode haver uma reunião focada apenas na compreensão do desenvolvimento espiritual das crianças. Neste caso, ainda é importante para os facilitadores contextualizar a relevância daquela sessão para os participantes e crianças.

Também é importante levar em consideração que os adultos podem ter tido experiências de aprendizagem que podem ser tanto positivas quanto negativas. É importante reconhecer alguns deles para utilizar ou abordar durante o treinamento.


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