Formação Acadêmica

Aos 16 anos, inspirada pelo exemplo de sua mãe e pelos filmes da Congregação Mariana do Bom Jesus, sobre as missões às margens do rio Amazonas e de seus afluentes, e mais tarde, sobre a miséria das favelas do Rio de Janeiro, Zilda decidiu que seria médica missionária. Para isso se tornar realidade, Zilda ia para o colégio de manhã, fazia curso pré-vestibular à tarde, e das 19h às 23h estudava em casa sozinha.

A disputa pelas vagas no curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná era concorrida: 960 candidatos para 120 vagas. Entre os aprovados do ano de 1953, estavam 114 homens e 6 mulheres, entre elas Zilda Arns. A vitória do vestibular foi uma festa para a família, era o sonho e a carreira de Tipsi que começavam.

O primeiro ano de graduação causou à Zilda certos desconfortos. Estudar em meio a tantos homens e observar tão de perto os cadáveres das aulas de anatomia, fez com que Zilda compreendesse que a faculdade era diferente do que ela imaginava ser. Seu pai Gabriel chegou a questioná-la se estava arrependida e se o caso fosse esse, ele o apoiaria em sua próxima escolha. Porém, Zilda sabia o que queria e aos poucos foi superando cada dificuldade que se apresentava em seu caminho até começar a estagiar.

Foto de Formatura Dra. Zilda. 

Zilda era uma moça que possuía muito carisma e tato para com as pessoas. As primeiras amostras desta característica se deram enquanto era catequista. Amiga das irmãs vicentinas desde o tempo de catequese, Zilda foi por estas convidada a ser estagiária voluntária do recém-construído Hospital Nossa Senhora das Graças, no bairro Mercês. Na época, a jovem estudante de medicina não havia aprendido nem como aplicar injeções, porém isso não foi motivo para recusar o convite. A oportunidade de aprendizagem era de inestimável importância. Iniciado o estágio, Zilda foi a primeira mulher a estagiar no Hospital Nossa Senhora das Graças, sendo considerada uma ótima auxiliar. 

Zilda se comovia com os pacientes mais sofredores. Esperava os médicos e os residentes se afastarem para chegar perto da pessoa e afagá-la com suas canções, apertos de mãos e carinhos na cabeça. Muitos eram os pacientes que se alegravam ao ver Zilda.

Além do Hospital Nossa Senhora das Graças, Dra. Zilda também estagiou por cinco anos no Hospital de Crianças César Pernetta onde cuidava com muito carinho de todas as crianças. 

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