Até os seis meses, o leite materno é tudo o que o bebê precisa para ficar bem alimentado. Depois dessa idade, é preciso continuar dando o leite de peito e também outros alimentos. Aos poucos o bebê aprende a experimentar novos sabores, temperaturas, formas e texturas: macios, firmes, finos ou grossos. Isso contribui para o seu desenvolvimento.

Dar ao bebê novos alimentos exige atenção, cuidado e paciência da mãe ou de quem cuida dele. O bebê deve fazer parte do momento da refeição junto à família. Quanto mais prazeroso for esse momento, mais interesse ele terá pela alimentação. 


O que dar ao bebê: 

Os primeiros alimentos a serem oferecidos são as frutas e a comida da família.

As frutas são importante fonte de vitaminas. Deve-se dar preferência às frutas regionais e da estação, que são mais frescas e mais baratas. Elas podem ser oferecidas amassadas com o garfo, raspadas, cozidas ou assadas, ou ainda, oferecidas em pedaços para que o bebê possa segurar com as próprias mãos. Sementes ou caroços devem ser retirados e frutas pequenas como uvas precisam ser cortadas ao meio para evitar engasgos.

 É preciso lavar bem as frutas antes de oferecê-las ao bebê.

Atenção: sucos, sejam eles artificiais ou naturais, não devem ser oferecidos a bebês menores de um ano. Para matar a sede a preferência deve ser por água e, para os lanches, frutas in natura.

A comida oferecida ao bebê pode ser a mesma da família desde que esta seja saudável. Caso não seja, essa é uma hora oportuna para que mudanças sejam feitas no cardápio e planejamento de compras da família para que todos passem a se alimentar melhor. Lembrando que uma alimentação saudável é composta em sua maioria por alimentos naturais  (como frutas, verduras, legumes, carnes, etc), contém pouco sal e gorduras e não deve conter alimentos industrializados.


Consistência da comida

É importante que a comida servida ao bebê tenha uma consistência pastosa, para isso, sempre que necessário, os pais devem amassar os alimentos com o garfo até que fiquem na forma de uma papa firme. Esta consistência ajuda o bebê a aprender a mastigar, engolir, fortalece os músculos da face, importantes para a fala e respiração. Por isso não se deve usar liquidificador ou peneira, mesmo para preparar alimentos de bebês que ainda não têm dentes. 

As carnes devem ser servidas bem picadas. Os alimentos devem ser servidos separadamente no prato para que o bebê consiga sentir os diferentes sabores e texturas. 

Com o passar dos meses é necessário evoluir a consistência das preparações, ou seja, amassar um pouco menos, deixar pedacinhos macios e pequenos, até que por volta de um ano a criança já possa comer alimentos na consistência da comida da família em pedacinhos menores.



Preparação da comida

A refeição deve ser preparada com óleo vegetal, em pequena quantidade, com temperos naturais (cebola, alho, ervas como cheiro verde, coentro e demais especiarias da preferência da família) e sal em mínimas quantidades. O gosto pelo sabor salgado é um hábito formado. Se o bebê for alimentado com muito sal, vai ser um adulto que vai querer comer alimentos muito salgados, e no futuro, pode ter pressão alta. Temperos prontos em pó, em cubos ou líquidos não devem ser utilizados.


Variedade

Exemplos de alimentos para compor a alimentação da família e da criança:  

  • cereais: arroz, milho, aveia;
  • leguminosas: feijão, ervilha, grão de bico, lentilha, soja;
  • carnes ou ovos: gado, frango, vísceras, ovo, peixes;
  • raízes ou tubérculos: mandioca (macaxeira), batatas, inhame, cará, cenoura, beterraba, abóbora (jerimum);
  • vegetais: alfaces, couve, maxixe, taioba;
  • temperos: cebola, cheiro verde, salsinha e alho. Além de dar sabor, os temperos são importantes fontes de vitaminas.

Um prato bem variado e colorido, além de chamar mais atenção do bebê, permite que ele conheça mais sabores e proporciona mais vitaminas e nutrientes de que ele precisa.

Uma boa conversa com a mãe sobre a variedade de alimentos que existem na região pode ajudar na escolha de uma alimentação mais saudável. 

É importante cuidar para que a hora da alimentação não se transforme em chantagem e angústias. Não se deve forçar nem bater para fazer o bebê comer, pois uma boa parte dos bebês pode recusar os alimentos. Não significa que não gostou, ele está estranhando uma coisa que não conhece. Em outro momento, poderá aceitar esse mesmo alimento que recusou. É preciso oferecer de novo, mas sem forçar o bebê a comer.


Quantidade

Todo alimento novo, fruta ou papa, deve ser iniciado aos pouquinhos, um por vez, em pequenas quantidades, de uma a três colheres de sopa por refeição, respeitando a aceitação da criança. Aumentar um pouco a cada dia, observando a aceitação do bebê, sem pressa, até que ele fique satisfeito. 

Existem sinais que demonstram que as crianças já estão satisfeitas, como por exemplo, vira a cabeça, perde o interesse na comida, empurra a mão de quem está dando a comida, fecha a boca, fica com a comida parada na boca sem engolir, brinca com o alimento, joga-o no chão, chora.  

Na fase em que está, o bebê gosta de pegar e mexer em tudo, isso contribui para o seu desenvolvimento e vai ajudá-lo a aceitar melhor os novos alimentos e estimulá-lo a comer sozinho, embora ainda não consiga. É importante que o bebê coma a quantidade que deseja e que possa explorar o alimento com as mãos, tente usar a colher e o copo se quiser, mesmo que faça sujeira. Ao mesmo tempo, o adulto dá a ele a maior parte de comida de outro prato.


Refeições

No início do sexto mês os pais devem começar oferecendo o almoço ou o jantar. As frutas podem ser oferecidas como lanche, pela manhã e à tarde. O intervalo entre as refeições é diferente para cada bebê, mas é em média de duas a três horas. 

A partir do 7º mês o bebê deve estar recebendo quatro refeições ao dia: almoço, jantar e dois lanchinhos com frutas, além do leite do peito. Esse esquema deve ser mantido nesta fase, de 9 a 11 meses. Se não estiver mais mamando no peito, ele precisa de seis refeições ao dia.

 O leite materno deve ser mantido até, pelo menos, os dois anos de idade, mesmo após a introdução de novos alimentos. Oferecê-lo, ao menos, duas vezes ao dia.


Outros alimentos importantes para o bebê

  • O fígado (de gado ou galinha) precisa ser oferecido a partir dos seis meses. Ele é uma ótima fonte de ferro e vitamina A. Deve estar bem fresco, sem cheiro, com cor viva e deve ser bem cozido. O fígado de frango pode ser acrescentado à papa duas ou três vezes por semana. Já o fígado de gado pode ser servido com purê, polenta (fungi) etc. É necessário testar as formas de preparo que têm melhor aceitação pelo bebê.
  • O ovo (clara e gema) é rico em proteína e vitaminas A e D. Ele poderá ser oferecido cozido, começando com um quarto dele (meia banda), até atingir o ovo inteiro. Se não houver sinal de intolerância, como diarreia, vômito e grosseirão (alergia) na pele, pode-se oferecer até dois ovos por semana, bem amassadinhos e sempre misturados a outro alimento (mingau ou papa).
  • A polenta ou angu é um prato feito com fubá (farinha de milho). Normalmente é bem aceita pelo bebê, principalmente se acompanhada de caldo de feijão ou molho de carne.

A cartela 15B do Laços de Amor traz orientações sobre a introdução dos alimentos para maiores de 6 meses. Você pode encontrá-la no "Saiba mais" da pergunta da visita domiciliar "O bebê mama no peito" ou na pergunta do Laços de Amor e assim será possível compartilhá-la com a mãe. Ela também se encontra no conteúdo complementar da 3ª etapa.

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