gestante sendo atendida no susFoto: Marcelo Caldin/ Pastoral da Criança

Recentemente vimos nos noticiários dois casos de mulheres que ganharam seus bebês na calçada, em frente a hospitais, contando apenas com a ajuda de quem passava pelo local. Cenas como essas chocam, causam indignação, mas infelizmente não são fatos isolados e de vez em quando se repetem. E com relação aos exames? Muitas gestantes se queixam sobre as dificuldades em fazer um exame ou dizem que o resultado só chegou depois do parto. Outras ainda, têm dificuldades com a permissão, por parte de alguns hospitais e maternidades, do acompanhante no parto e por aí vai.

Mas por que tudo isso acontece? Como as gestantes vêm sendo acompanhadas e tratadas pelo Serviço de Saúde especialmente na hora de ganhar o bebê? As respostas podem ser muitas e de causas variadas, mas o fato é que problemas existem e precisam ser resolvidos ou ao menos atenuados.

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida
1178 - 28/04/2014 - Direitos da gestante no SUS


Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

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Como a Pastoral da Criança faz
Pastoral da Criança luta para que gestantes tenham seus direitos respeitados

Acompanhamento solidário

A Pastoral da Criança, por meio de suas lideranças, acompanha mensalmente as gestantes e as orienta para realização de um plano de parto, ou seja, para que saibam com antecedência o lugar que vão ganhar bebê, como deixar tudo organizado , como por exemplo ter com quem deixar os outros filhos, se houver, quem vai levá-la à maternidade.

Os líderes também apoiam as gestantes na luta por seus direitos e são presença ativa e solidária quando estes não são respeitados. A Pastoral da Criança é uma voz que se faz sentir quando algo vai contra o respeito aos direitos da gestante. Por isso, é muito importante que cada gestante seja acompanhada pela Pastoral da Criança desde o início da gestação. Saiba aqui como a Pastoral da Criança cadastra e acompanha as gestantes em todo o Brasil.

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Dr. Wagner Aparecido Barbosa Dias

Gestantes devem ter seus direitos respeitados

A mulher quando está gravida tem direitos que devem ser respeitados para que sua gravidez seja saudável e seu parto seguro.

Para explicar mais sobre os direitos da gestante, nossa entrevista é com o Dr. Wagner Aparecido Barbosa Dias – Médico Ginecologista e Obstetra, coordenador do programa Mãe Curitibana e da Rede Cegonha da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (PR).

Dr. Wagner, o que é preciso para um bebê nascer bem?

Acho que é importante a mulher querer essa gravidez, fazer alguns exames que chamamos de “exame pré-concepcional”, que são exames antes da gestação. É importante avaliar sua carteira vacinal e avaliar principalmente seus exames, para ver se ela não está anêmica ou se está com alguma deficiência de vitaminas, que precise se adequar para a gestação.

Quais são os direitos das gestantes no SUS?

A gestante tem vários direitos, mas o principal direto é o pré-natal igualitário para qualquer região do país. Se essa mulher trabalha e vai a uma consulta, o médico deve fornecer uma declaração ou até mesmo um atestado médico para que ela não seja onerada através do seu trabalho laboral. É importante ela saber que ela tem direitos, que a partir da 36º semana (início do nono mês) se ela quiser já pode tirar a licença maternidade e que quando nasce o bebê, ela tem 4 meses de licença maternidade. E em qualquer intercorrência maior, ela pode ser tirada do seu trabalho através da sua licença que chamamos de “licença saúde”, que não obrigatoriamente vai mexer com a sua licença maternidade. Também a “licença doença”, que é realizado através do INSS  por perícia de peritos, que acontece quando o médico encaminha após um atestado de 15 dias. Ela tem o direito que nas consultas o pai, ou a pessoa que ela escolha, participe dos exames pré-natal e principalmente no momento do parto.

Quais exames a gestante tem direitos de fazer?

Os dois exames básicos são: teste rápido de HIV e de sífilis. Existe o exame de hemograma, glicose e urina. São realizados exames de triagem para hepatite B, toxoplasmose e num segundo momento o médico pode pedir também a sorologia de hepatite C para aquelas pacientes de risco, e tem fundamentalmente a tipagem sanguínea. Na primeira consulta também é avaliado e solicitado o primeiro exame ecográfico de ultrassonografia obstétrica para saber certinho a data provável do parto.

Leia também:
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Confira a entrevista na íntegra: 1207 Entrevista com Dr. Wagner Aparecido Barbosa Dias - Direitos da gestante (.PDF)