A Pastoral da Criança, com suas ações básicas de saúde, educação, nutrição e cidadania, está presente em comunidades em situação de maior vulnerabilidade, dentre elas, as comunidades indígenas.
A Constituição Brasileira de 1988, em seu Art. 231, reconhece os direitos dos indígenas sobre a sua organização social, sobre os seus costumes, línguas, crenças e tradições. E também os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam e que compete à União, ao Governo, ao Estado Brasileiro demarcar essas terras, proteger esses territórios e fazer respeitar todos os seus bens. Ademais, os povos indígenas têm todos os outros direitos que são garantidos a todas as pessoas brasileiras. Ou seja, o direito à vida, à saúde, à educação, à segurança, ao lazer, enfim, ao respeito a sua cultura.
No entanto, o acesso das comunidades indígenas aos serviços de saúde e de garantia de direitos ainda está muito aquém das necessidades dessas comunidades, por isso a presença da Pastoral da Criança pode ajudar muito essa população.
Atualmente, a Pastoral da Criança realiza acompanhamento de crianças e gestantes em diversas comunidades indígenas, em vários Estados Brasileiros, tais como Santa Catarina, Maranhão, Paraná, Paraíba, Mato Grosso entre outros.
A atuação das nossas lideranças nessas aldeias leva Vida em Abundância para as crianças e gestantes e também muito conhecimento com apoio do App Pastoral da Criança + Gestante.
O bispo da diocese de Imperatriz no Maranhão e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Vilsom Basso, relata que, na sua diocese, a experiência de pastoral com os povos indígenas iniciou de maneira mais orgânica e sistemática na etapa de escuta em preparação para o sínodo da Amazônia, realizada 2018, e se consolidou na aldeia Jussaral, município de Amarante, com os povos Guajajaras.
“Em 2023, iniciou-se o trabalho da Pastoral da Criança, com a visita de Dr. Nelson Arns Neumann e Maria Martiniano, da Coordenação Nacional. Hoje temos três líderes, 12 crianças cadastradas. O trabalho segue sendo feito por uma equipe de leigos, sacerdotes e irmãs. Em janeiro de 2024, os seminaristas maiores da Diocese de Imperatriz fizeram sua missão de férias na aldeia Jussaral, apoiando também a Pastoral da Criança e abrindo seu coração aos povos indígenas e ao amor especial pela Pastoral da Criança como futuros sacerdotes. O trabalho começou e continua. Há desafios a serem superados como aumento de líderes para aumentar também o número de crianças acompanhadas. Sementes estão sendo plantadas e com o bom planejamento que temos, continuará dando bons frutos para que todas as crianças tenham vida”, afirma dom Vilsom.