Mensagem
O legado da Dra. Zilda Arns Neumann
“Há muito o que se fazer, porque a desigualdade social é grande. Os esforços que estão sendo feitos precisam ser valorizados para que gerem outros ainda maiores”
(Dra. Zilda Arns Neumann)
Dr. Nelson Arns Neumann, Coordenador Internacional da Pastoral da Criança, nos convida a refletir sobre o legado deixado pela Dra. Zilda e sobre a importância de fazer articulações.
Queridos líderes e coordenadores da Pastoral da Criança, Paz e Bem!
A Dra. Zilda Arns Neumann sempre dizia que cada pessoa nasce com uma missão. Algo que nos move, que nos faz agir em prol de uma causa. A Pastoral da Criança há mais de 35 anos vem juntando pessoas de boa vontade, e muita garra, para exercer sua missão de garantir a saúde e o desenvolvimento integral de gestantes, crianças e suas famílias.
Na nossa missão de levar vida em abundância, são fundamentais os cuidados necessários nos primeiros 1000 dias de vida e a busca por um ambiente favorável ao desenvolvimento das crianças. Só alcançaremos isso trabalhando em rede.
A minha e nossa mãe Zilda sempre reforçava que temos que trabalhar em conjunto com todas as entidades, as que já lutam pelas crianças e famílias, e também com aquelas que tem potencial para isso, mas ainda não descobriram sua importância na construção de uma sociedade justa e fraterna. Mas ela alertava: a Pastoral da Criança deve fazer a articulação e não integração: não podemos perder nossa identidade!
Quem não lembra da época do surgimento dos Agentes Comunitários de Saúde? Muitos diziam que a atuação deles poderia atrapalhar e até acabar com o trabalho da Pastoral da Criança. A Dra. Zilda, pelo contrário, viu como uma oportunidade para levar ainda mais conhecimento para as famílias, especialmente para as que ainda não eram acompanhadas. Ela participou de todo o processo de implantação dos Agentes Comunitários de Saúde, cedeu 30 mil Guias do Líder para serem usados nas primeiras capacitações dos Agentes e, inclusive, mobilizou os multiplicadores e capacitadores da Pastoral da Criança para ajudar esta política do Estado Brasileiro. Segundo ela, todos temos, como cidadãos, o dever de contribuir com o Estado, independentemente do "Governo de plantão": os políticos mudam, mas o Estado deve sempre trabalhar pelo bem de sua população.
Agora, com a chegada do programa Criança Feliz nas comunidades, temos mais uma oportunidade de seguir o exemplo da nossa mãe Zilda: juntos podemos multiplicar as oportunidades e, sempre que necessário, alertar o Governo sobre possíveis problemas na execução dos
programas, ou seja, praticar o controle social.
Que o legado da nossa mãe Zilda nos sirva de exemplo para continuarmos lutando para livrar as crianças e famílias acompanhadas da pobreza, a pior forma de violência!
Nelson Arns Neumann - Coordenador Nacional Adjunto e Coordenador Internacional da Pastoral da Criança
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