Falar da comida que mais gostamos é falar também da nossa história, sobre as coisas que influenciam o nosso gosto por um tipo de alimento ou comida. É na cozinha de casa que começa esta história saborosa. 

A base do nosso hábito alimentar está ligada ao local onde crescemos, à história da nossa família e até à história do Brasil. Na cozinha podemos dizer que há muito mais que panelas, talheres e fogão. Tem muita coisa para contar e lembrar: os cheiros, as conversas em volta da mesa, a comida especial de domingo e muito mais. 

Por isso, o objetivo desse primeiro momento é promover uma conversa com as famílias da sua comunidade para conhecer um pouco mais das práticas utilizadas por elas no dia-a-dia da cozinha e animá-las a participar dessa partilha de conhecimento sobre alimentação saudável, para que possam trocar experiências e enriquecer ainda mais a alimentação de toda a família. 

Para que isto aconteça é importante que você, líder, prepare uma reunião de no máximo duas horas. Esse precisa ser um momento gostoso, com gostinho de bate-papo, em que cada um tenha espaço para contar sobre a alimentação da sua família e se sinta animado a participar dos outros momentos. Uma sugestão que costuma funcionar é oferecer, nesta reunião, um lanche com alimentos que despertem a curiosidade e a vontade de preparar em casa. 

“Não vos esqueçais da prática do bem e da partilha, pois estes são os sacrifícios que agradam a Deus”. Hb 13, 16

 

Sugestão de roteiro para o 1º momento: Sensibilização e resgate da cultura alimentar

Acolhida, Apresentação e Oração inicial

Vamos escolher e partilhar uma mensagem, oração ou citação bíblica que celebre o dom da vida e nos ajude a refletir sobre a importância de uma Alimentação Saudável? Uma sugestão é:

“Nada é melhor para alguém do que comer e beber, e exibir os frutos de seus trabalhos: e vejo que isto vem da mão de Deus.” (Ecl 2, 24)

Algumas perguntas podem servir como pé-de-conversa e ajudar a:

Ver

  1. Quais são os alimentos mais usados no dia-a-dia da alimentação da sua família? 
  2. De onde vêm esses alimentos? 
  3. Algum desses alimentos é produzido ou plantado em sua casa? 
  4. Por que escolhe esses alimentos? 
  5. Como costuma preparar esses alimentos? 
  6. Quais alimentos lembram sua infância?

Julgar

Os conteúdos disponíveis neste e-Alimentação, bem como as informações contidas no e-Guia, trazem muitas dicas sobre a alimentação saudável que podem ajudar na conversa com as famílias.

 “Todos têm direito a uma alimentação saudável, acessível, de qualidade, e em quantidade suficiente e de modo permanente”. Isso é o que é chamado de Segurança Alimentar e Nutricional e garantido por Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006.

Segundo essa lei, alimentação adequada é direito básico de todo ser humano e indispensável, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população.

Conforme o artigo 3º da Lei 11.346, ter direito à alimentação é conquistar:

  • A garantia de acesso diário a alimentos em quantidade e qualidade suficientes para atender as necessidades básicas do corpo, mantendo a saúde física e mental. 
  • O acesso aos recursos necessários para produzir ou comprar alimentos saudáveis e seguros (sem contaminações por resíduos de produtos químicos ou por germes). 
  • A possibilidade de ter para a família uma alimentação de acordo com os hábitos e práticas alimentares próprios da sua cultura, de sua origem étnica ou da sua região.
  • A garantia de poder comer alimentos seguros e saudáveis, sejam eles preparados e distribuídos em casa, na escola, no trabalho, ou vendidos em restaurantes, bares ou outros estabelecimentos comerciais. 
  • O acesso a informações corretas sobre os componentes dos alimentos – ingredientes, nutrientes etc. 
  • O conhecimento sobre as práticas alimentares e estilos de vida saudáveis para promover e proteger a saúde, garantindo a qualidade de vida. 
  • A consciência sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente, causados por práticas inadequadas desde a produção até o consumo de alimentos.

Para conversar:

  1. Diante dessas informações, vocês acham que a nossa alimentação do diaa-dia está boa? 
  2. Como podemos tornar nossa alimentação ainda melhor? 
  3. Como podemos nos mobilizar e participar para enfrentar essas questões e caminhar para a conquista destes direitos?

 “Herdamos do indígena a base da nutrição popular, os complexos alimentares da mandioca, do milho, da batata e do feijão”. Câmara Cascudo

Agir 

  1. O que cada um de vocês tem em casa que poderia trazer para o próximo momento, quando faremos uma prática na cozinha? Essa partilha deve sempre: 
    1. Dar preferência para os alimentos que são produzidos ou plantados em casa.
    2. Partilhar alimentos que não vão fazer falta para a alimentação da família, nem pesar no bolso.
  2. Listar os alimentos que serão trazidos e construir duas receitas que podem ser feitas com eles. 
  3. Marcar o dia, hora e o local da prática, que deve ser em um espaço de cozinha.

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